Segunda-feira, 08 de julho de 2019
O papel dos influenciadores digitais no marketing está cada vez mais evidente. Eles já são a segunda maior fonte de influência em uma tomada de decisão na compra, perdendo apenas para indicações de amigos e parentes, que alcançaram 57%.
Mas, em tempos de automação para ganho de seguidores, o surgimento de fake influencers e a ascensão dos micro-influenciadores de nicho, tem ficado cada vez mais difícil acertar a mão na hora de fazer as parcerias certas.
Mas, será que isso significa que o marketing de influência está perdendo seu lugar? Uma coisa é certa: o futuro das estratégias de marketing junto a influenciadores digitais dependerá cada vez mais das parcerias de longo prazo, co-criação de conteúdos e construção de comunidades de nano-influenciadores em torno da marca.
Quer entender mais sobre o assunto? Veja então, algumas dicas práticas de como utilizar influenciadores digitais em sua estratégia de marketing nas redes sociais.
Por definição, um influenciador é um indivíduo capaz de impactar e direcionar as decisões das pessoas devido ao seu conhecimento e autoridade.
Mas, mais do que direcionar uma compra, a opinião de uma figura como essa pode instigar a curiosidade, gerar necessidades e desejos que sequer existiam, fortalecer uma determinada percepção sobre a marca e, dependendo do caso, ressignificar a visão de alguém sobre uma empresa.
Um bom exemplo de como uma marca pode usar o poder dos influenciadores digitais para ressignificar sua imagem e até mesmo vencer uma crise é o caso da Skol.
Após a péssima repercussão com uma campanha carnaval acusada de incitar a violência e o abuso contra a mulher, a Skol reviu seu posicionamento e substitui a campanha, investindo em um conjunto de ações para ressignificar a imagem da marca.
Cartazes com frases como “Esqueci o não em casa” e “Topo antes de saber a pergunta” foram substituídos por mensagens de incentivo ao respeito e empoderamento feminino.
Além da substituição dos cartazes, a marca fez parceria com a influencer Jout Jout – um ícone para o público feminino (e feminista) – entregando conteúdo com dicas de “boas maneiras” para os homens durante o carnaval. A ideia era associar a Skol – que ainda vivia resquícios da crise – à uma mensagem mais humanitária e pró-mulher.
O vídeo teve incríveis 827.716 visualizações e mais de 3.191 comentários.
Mas, como dissemos, é muito fácil errar quando o assunto é marketing de influência. Para te ajudar a começar com o pé direito, separei algumas dicas valiosas (e que DEVEM fundamentar suas ações).
Uma das partes mais desafiadoras desse tipo marketing é descobrir quem são os influenciadores certos para a marca. Afinal, a credibilidade dessas figuras pode determinar o sucesso ou fracasso da sua estratégia.
Para acertar nisso, fundamente sua escolha em dados e cruze algumas métricas como taxa de engajamento e número de seguidores. Analise também a frequência de postagens, a qualidade do conteúdo e também dos comentários e interações.
Essa análise te ajudará a descartar, por exemplo, interações automáticas, seguidores falsos e, claro, entender se o influenciador é realmente uma autoridade para seu público. Disponibilizamos um gráfico com os influenciadores do Instagram mais indicados para cada segmento.
As parcerias com influenciadores digitais não exigem, necessariamente, investimento financeiro, e os termos podem ser negociáveis. Em indústrias como as de livros, moda e beleza, por exemplo, é comum o envio de produtos para reviews e análises. No entanto, hoje em dia é preciso ir mais fundo. A relação entre a marca e o influenciador não deve ser meramente comercial e, menos ainda, pontual.
É muito importante que o influencer tenha uma identificação real com a marca, seus valores e abordagem. Em outras palavras: um influenciador precisa ser um embaixador da marca, alguém que tenha um relacionamento real com a organização. Só assim seu discurso terá a franqueza necessária para impactar outras pessoas do jeito certo.
Para que isso aconteça, monte um plano de ações junto ao influenciador desejado. Esse plano pode incluir parcerias de diversos níveis: desde pagamento recorrente à benefícios como apoios, do criação de conteúdos, convites para eventos e campanhas de diferentes formatos.
O importante é que o influenciador tenha benefícios que vão além do pagamento com a parceria.
Para consolidar o trabalho do marketing de influência ao longo do funil de vendas é preciso elaborar estratégias específicas para cada etapa.
No topo do funil, por exemplo, o objetivo é atrair o maior número de pessoas possível, certo? Nesse caso, é válido fechar uma parceria com macro-influenciadores, pois abrangem múltiplos temas e possuem maior número de seguidores.
No meio do funil, no entanto, já é válido direcionar as ações para influenciadores especialistas – que possuem nichos de atuação. A estratégia aqui é gerar autoridade para a marca e, para isso, é preciso ir além do básico. A dica é fazer co-criação de conteúdo, uma estratégia que exige um custo adicional, mas não deve ser vista como um merchandising e, sim, como uma criação.
Quando chegamos ao fundo do funil, seguindo a jornada de compra, o consumidor já está mais próximo da tomada de decisão. Então, aposte em micro-influenciadores, pessoas que realmente detém a confiança do público, ainda que seu alcance seja reduzido.
Além dos influenciadores citados no tópico anterior, um termo vem ganhando cada vez mais força no cenário atual: os nano-influenciadores. Eles são clientes reais que criam conteúdos, o chamado UGC (User Generated Content).
Esse conceito está totalmente ligado ao ecossistema de comunidades dentro marketing digital e certamente é um dos caminhos mais promissores para as marcas na internet.
A construção e fomento de grupos em torno da marca é a forma mais efetiva de usar o poder dos nano-influenciadores. Cuidados com a experiência do consumidor e campanhas que estimulem o compartilhamento da experiência com a marca são fundamentais.
Os nano-influenciadores têm alcance reduzido ao seu círculo de amigos e familiares, mas têm poder ainda maior sobre a decisão de compra dessas pessoas.
Um exemplo de como uma marca pode estimular, através de campanhas, o UGC, é o caso do Mc Donald’s. A marca, que conhece bem o comportamento e a jornada de compra das suas personas, utilizou as redes sociais para estimular a criação de conteúdo pelos seus próprios clientes. Em troca disso, deu a eles um espaço nobre: o menu das lojas físicas.
A marca substituiu as imagens tradicionais dos lanches, por fotos que os usuários postavam no Instagram consumindo seus produtos com as hashtags da campanha. Cada imagem permanecia 30 segundos no display da loja, e já era atualizada uma foto nova.
Assim, o Mc Donald’s conseguiu abandonar o banco de imagens e usar fotos reais dos seus clientes promovendo o marketing de experiência de uma maneira genial.
Como você viu, o sucesso de uma estratégia de marketing de influência está ligado à uma série de fatores. Além de encontrar as pessoas certas, é preciso atrelar todas as ações à jornada de compra do seu público, investir na construção de embaixadores da marca e manter o foco na comunidade.
Se você quiser conhecer outras estratégias para ter mais promotores da marca, baixe gratuitamente o e-book “Unbound Marketing: um modelo vencedor para sua estratégia digital”.
Especialista em Inbound Marketing e SEO, Mariana é Head de Conteúdo da mLabs, a Ferramenta de Gerenciamento de Redes Sociais líder no Brasil.
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