Sexta-feira, 26 de julho de 2019
Desde meados do século XX, vivenciamos uma evolução constante nos modelos de gestão, que eram baseados em conceitos hierárquicos que se utilizavam de repressão e autoritarismo. Logo após o fim da revolução industrial, funcionários especialistas em funções específicas eram os mais valorizados, assim como o trabalho departamental era predominante na maioria das empresas.
Com a chegada dos anos 2000, surgiu um novo modelo no qual aposentamos o “chefe” e surgiu o que denominamos líder, papel com mais responsabilidade de influenciar que gerenciar. Houve notável evolução desse perfil ao longo dos anos, e novas limitações foram surgindo, como trabalhar com equipes de alto desempenho e identificar valor para os clientes.
O cenário atual está cada vez mais direcionado pela criatividade e inovação. As empresas precisam ser resilientes, priorizar as mudanças, identificar e entregar valor de forma rápida e contínua. O mindset corporativo precisa ser ágil e resolutivo.
Assim, o perfil da liderança tem que se adaptar mais uma vez, para lidar com desafios constantes, potencializados por um mercado de consumo cada vez mais exigente. Os novos líderes precisam de alta capacidade de análise situacional e adaptação contínua. A seguir, listamos algumas outras exigências de liderança.
Certificações como PMP, ITIL, COBIT perdem importância. Conhecer os processos e as melhores práticas ganha força, fazendo com que a adaptação de processos à cultura organizacional represente a mudança necessária em prol dos objetivos estratégicos e do fortalecimento da marca no mercado.
Conhecimentos técnicos são muito importantes, mas o desenvolvimento de qualidades interpessoais – também conhecidas como soft skills – são o novo desafio do bom líder. Por meio da personalidade, aptidões mentais, emocionais e sociais é que se obtém engajamento, motivação e produtividade da equipe. Vivência e autoconhecimento podem ajudar no fortalecimento dessas competências.
Líderes precisam ser apaixonados pelo seu trabalho, isso inspira e entusiasma a equipe, ou dificilmente conseguirão obter os resultados desejados e motivar a equipe a dar o seu melhor independentemente da situação. O líder deve ser o primeiro a ter pensamento positivo, estar motivado e acreditar no que faz, para que essa mentalidade seja compartilhada com todos.
Acompanhar diariamente as mudanças e tendências do mercado, além de assimilar essas mudanças nos projetos, contribui de forma positiva para a transformação digital do negócio.
Além de avaliar tendências, o novo líder deve compartilhar as informações com os clientes, associando-as às necessidades dos mesmos. Ainda, é preciso habilidade para identificar essas necessidades e o valor esperado para entregar a melhor experiência de uso dos produtos solicitados. Isso deve ser validado já nas fases iniciais do projeto. Errar rápido e acertar rápido: aí está uma tendência do mercado.
Embora pareça óbvio, cabe ressaltar que o trabalho é desenvolvido com pessoas, as quais possuem objetivos, necessidades e sonhos diferentes, e um bom ambiente de trabalho é fundamental. A cobrança deve acontecer, mas a microgestão de atividades deve ser evitada. Supervisionar insistentemente, centralizar decisões, cobrar por resultados e monitorar constantemente as tarefas da equipe são práticas que só elevam o estresse e diminuem a produtividade. É preciso dar espaço para que os colaboradores desenvolvam as atividades conforme sua capacidade e experiência, incentivando a autogestão.
O líder deve delegar atividades e confiar na equipe. Além disso, os colaboradores precisam falar abertamente e de forma transparente entre si, mesmo que isso ocasione algum desconforto. Equipes que conseguem expor suas ideias de forma clara criam uma forte base de confiança.
Bom relacionamento interpessoal dentro da equipe só colabora com o alcance dos resultados. Lembre-se: passamos grande parte do dia no ambiente de trabalho, a boa convivência é essencial. O líder contribui transformando reuniões de trabalho em momentos positivos, com discussões produtivas em prol do objetivo comum, e também incentivando momentos de descompressão e celebração.
Objetivos coletivos têm preferência sobre particulares. Porém, o bom líder deve trabalhar o lado individual dos colaboradores, conhecê-los bem e dar feedbacks frequentes que colaborem com o desenvolvimento pessoal e profissional de cada um, e que estejam alinhados com os objetivos do projeto e organização. Assim como o momento é de inovações tecnológicas, a mente humana também tem se tornado mais complexa. Cabe à nova liderança fazer com que as tendências de tecnologia, processos e mercado estejam associadas às necessidades do cliente e objetivos pessoais dos seus colaboradores, fazendo com que o resultado seja de produtos de alta qualidade, com valor agregado e, consequentemente, reconhecimento da marca.
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