Quarta-feira, 10 de julho de 2019
Cabe ao Marketing proporcionar uma ação assertiva para seu público. Afinal suas ferramentas conferem condições para isso. Há pesquisas de diversos métodos e finalidades, feedbacks no SAC, benchmarking, isso tudo, possibilitando gerar um plano robusto de comunicação, mídia, criação.
Há também o legado já consolidado junto ao cliente (neste caso definido como agência, marca ou empresa contratante do serviço) : reputação, registros de boas experiências, credibilidade, força da marca, etc. E ainda todo o campo aberto para a inovação e um arsenal de competências técnicas que se unem a uma habilidade quase sensorial em se pressentir a aceitação positiva do público-alvo.
Porém, tão somente acertar a medida, pode não ser a linha final. Sim, pode acontecer de se exceder as expectativas, as mais otimistas projeções e chegar a uma conclusão que a ação obteve aquilo que vamos chamar neste texto de: “Encantamento do Usuário”.
Preferimos acreditar que este fenômeno não esteja, e nem deveria estar, no centro de qualquer briefing. Igualmente, não venha a estar no foco de criadores, diretores de arte, desenvolvedores e a grande gama de profissionais encarregados de colocar no projeto a mais aprimorada experiência de uso. Atenção: experiência de uso e encantamento do usuário não são sinônimos, eles não estão em uma mesma base de equivalência.
No entanto, ao se coletar feedbacks tais como:
“Muito Top, é cativante ficar olhando, você fica hipnotizado.”
“Euuu adoreiiiii a ideia…muito mágico para o Natal…Parabéns aos idealizadores 😍…Não consigo parar de ver e mostrar para amigos e parentes….Shooooow!!!”
“Estou encantada com esse app…ele mostra uma história linda e emocionante.. adoreiiiiiiii💖💖💖💖💖💖💎💎💎💎”
“Passando mal de fofura com esse app!”
“muito bom minhas filhas amaram estão de parabéns” .
Tanto a equipe criadora quanto o cliente (empresa ou marca) percebem o quanto a satisfação do público-alvo, do usuário, saiu do terreno do “bem-atendido” e foi para o “terreno do encanto” no qual as emoções emergem em relatos contidos de uma carga acentuada de amabilidade, nostalgia, gratidão e felicidade.
Tudo apresentado até aqui surgiu exatamente de um caso real – um APP entregue para a COCA-COLA contendo uma experiência de Realidade Aumentada que evocou sentimentos, relatos como estes incluídos acima. A marca estava buscando algo significativo e relevante para o período de festas natalina e acabou viabilizando um momento único.
Em um mês deixou um rastro extraordinário de milhões de downloads do APP, visualizações nos vídeos correlatos e milhares de comentários em redes sociais, inclusive nas próprias lojas – Apple Store e Play Store.
O resultado positivo desse case foi ainda maior que o esperado pela marca como me contou Gabriel Menezes, Gerente de Marketing Coca-Cola Brasil:
““…esperávamos uma resposta positiva dos usuários, nossos consumidores, porém percebemos que tocamos em memórias e registros emotivos que extravasaram consideravelmente as mais otimistas projeções de feedbacks”.
Aplicações contendo tecnologias como Realidade Aumentada e Realidade Virtual estão aparecendo por toda parte, entretanto, o que eleva a qualificação de um projeto, de uma entrega primorosa é a habilidade, o discernimento em se realizar a parte criativa e artística destes aplicações. Um “material” superior é desenvolvido quando o conjunto da obra obtiver nos componentes de sua elaboração, nada menos do que o melhor em todas as esferas da criação à implementação. Seguir com assertividade em tudo isso é difícil, sem dúvida.
Vale aqui portanto, dividir algumas considerações com vocês amigos leitores:
São otimistas e até generosas as estimativas do tamanho de mercado do chamado Marketing de Imersão, termo que engloba as tecnologias de realidade estendida que, por sua vez, incluem: realidade aumentada, virtual, combinada e vídeo 360°.
O Marketing de Imersão pode ser caracterizado por oferecer outros tipos de interação além da visão, audição ou tato, permitindo maiores sensações através de simuladores. Permitindo que o usuário migre de uma posição de mero espectador e se torne protagonista, provando da tecnologia com mais estímulo sensorial, o que evocará mais emoção na experiência vivenciada.
Este mercado do Marketing da Imersão está em crescimento e tem projeções de movimentar mais de US$ 13 bilhões, em 2019. No ano passado, o valor total movimentado foi US$ 5,5 bilhões. As empresas e marcas que quiserem ter sucesso nessa estratégia precisam ficar atentas às disciplinas e competências correlatas que estão envolvidas no processo, algumas delas são: design, simulação e prototipação, capacitação dos colaboradores, design de espaços em 3D, operações e serviços, aprendizado e desenvolvimento, insights e tomada de decisões e espaços digitais.
A realidade é que a tecnologia está pronta para ser explorada. E o ideal é ter uma agência parceira da concepção/criação visual até à colocação em produção das soluções digitais. Essa agência precisa desenrolar os impeditivos e desenvolver com maestria aplicações, web, mobile, RA, RV com possibilidades de se criar um novo mundo de possibilidades, encurtando a distância do contato físico através da interface digital para que o público-alvo passe a vivenciar experiências inovadoras e antes inimagináveis.
O Gerente de Marketing da Coca-Cola Brasil, Gabriel Menezes, também me revelou que a escolha do parceiro certo para criar e divulgar uma campanha foi algo essencial para o sucesso deste case:
“… o desafio de proporcionar algo novo que encante os nossos consumidores e mantenha a herança de registros positivos com a marca, é motivo de muito cuidado na escolha de um fornecedor parceiro que agregue no briefing e realize uma entrega fundamentada nas melhores práticas de uma ciência ainda com tanto a explorar”.
Além disso, a agência que desenvolverá a campanha juntamente com o cliente (marca ou empresa) deve oferecer ideias bem fundamentadas, juntamente com uma atitude de comprometimento e atenção para realizar a interpretação eficiente de um briefing e atender clientes exigentes, mesmo que ainda inexperientes no processo de desenvolvimento tecnológico, mas que tenham o desejo de proporciona uma experiência imersiva de puro encantamento aos clientes.
Especialista em estratégia, M&A e Finanças. Um empreendedor nato, já estava em 1999 atuando com tecnologia de informação e internet quando fundou a Netsun, um dos primeiros provedores de internet do Brasil. Possui passagens pela Brasil Telecom, .comDomínio, MStech. Formado em Economia pela Insper, MBA pela USP sobre Economia do Setor Financeiro e Doutorado em Tecnologia da Inteligência, atualmente, ocupa o corpo docente da FGV para o MBA de Gestão Marketing na disciplina de Experiência de Uso ( UX) e pesquisador na Clemson University no Laboratório de Human-Centered Computing.
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