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Será o fim dos anúncios intrusivos?

“Além de considerar o novo adblock extremamente positivo, também aprovo a maneira como ele está sendo implementado”

 

Todo usuário de internet já passou pela péssima experiência de entrar em um site e ser bombardeado de banners e pop-ups. Não por acaso, muitos mudam de página e vão fazer suas buscas em outros endereços.

É claro que o Google sempre esteve de olho nisso. Tanto que, em junho do ano passado, entrou em teste um adblock responsável por bloquear todo anúncio considerado intrusivo mediante as regras da Coalition for Better Ads (CBA).  A CBA, por sua vez, surgiu da união de nomes como Google, Microsoft, Facebook, ABA e P&G, com o propósito de tornar a publicidade na internet menos invasiva.

O resultado foi bom e ele já está em pleno funcionamento no Google Chrome dos EUA, Canadá e Europa. Vale lembrar que o navegador é o favorito de 56% dos usuários de internet.

Eis que surge a questão: pensando na relação entre anunciantes, publishers, e usuários, essa nova ferramenta é uma boa notícia? Mas é claro que sim!

Para os anunciantes, fica o desafio de estruturar formas de publicidades com conteúdos realmente relevantes e que tragam boas experiências para quem os acessa.  Os publishers também terão que adequar a estrutura de seus sites e, ao torná-los confortáveis para o seu público, terão mais audiência e interatividade.

Os usuários então, nem é preciso falar, certo? São os mais privilegiados. Serão impactados por publicidades condizentes aos seus costumes de uma maneira não intrusiva.

É um ótimo momento para a expansão de estratégias como publicidade nativa, inbound marketing, retargeting e marketing de conteúdo.

Além de considerar o novo adblock extremamente positivo, também aprovo a maneira como ele está sendo implementado. Não é uma ditadura do tipo “anúncio intrusivo = bloqueio imediato”. Quem for identificado fora dos padrões ideais de publicidade será notificado e tem 30 dias para remover o anúncio.

Falando de Brasil, creio que a chegada da ferramenta (ainda sem previsão) também terá um impacto positivo no nosso mercado. Ainda temos muitos sites super carregados de anúncios e que não são ideais para a experiência do usuário.  O movimento tende a ser o mesmo: adaptação. E não será fácil. O motivo para essa superpopulação publicitária em alguns sites vem da dificuldade de monetizar.

No momento, cabe ao mercado brasileiro já se preparar para esse tipo de mudança para não ser surpreendido. Ainda assim, acredito que grandes ideias podem surgir da necessidade de se adaptar.

Com quase 20 anos atuando na área de mídia digital, Guilherme Mamede tem como uma das grandes conquistas da carreira ter sido o criador da primeira empresa de mídia programática da América Latina: a Melt, em 2011. Atualmente, Mamede é CEO da Predicta.

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