Segunda-feira, 17 de junho de 2019
O uso extensivo de dados pelos mais diversos segmentos corporativos já não é novidade para (quase) ninguém. As empresas entenderam o valor que estes ativos possuem e realizaram grandes investimentos em plataformas de BigData e Business Analytics – e as que ainda não o fizeram, sabem o risco de não mapear o próprio negócio utilizando-se de seus dados. Dito isto, para incorporar ao cotidiano processos de análises de dados, a cultura empresarial deve fluir nesse sentido, apoiada por recursos humanos qualificados. Segundo João Rocha, líder de segurança da IBM Brasil, uma vez que o custo de aquisição e implementação de soluções ainda é muito alto e há escassez de profissionais de segurança no mercado, a opção mais viável para a maioria das empresas continua sendo a terceirização da gestão de dados.
Nesse sentido, rodeado por novidades na área de inteligência artificial, o mercado valoriza profissionais que compreendem e utilizam dados, tanto no sentido técnico quanto do negócio. Com incisiva influência sobre este cenário, a emergência de leis de proteção de dados, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entra em vigor no Brasil em 2020, traz novos desafios para as empresas. Além de serem obrigadas a cumprir requisitos rigorosos para a coleta e processamento de informações de usuários, deverão incorporar às suas áreas profissionais orientados à segurança da informação e proteção de dados pessoais. De acordo com uma pesquisa da World Federation of Advertisers (WFA), metade dos anunciantes globais estão ampliando ou planejam ampliar o recrutamento de especialistas de proteção de dados nos próximos anos.
Empresas de diferentes portes devem adaptar suas estruturas às exigências legais e reformular seus processos de coleta, tratamento e armazenamento de dados de consumidores. Como explicou João Rocha, num momento anterior, as organizações estavam ávidas por possuir sua própria área de inteligência de dados, o que gerou movimentos de coleta exacerbada sem que elas necessariamente soubessem a origem dos dados e se eles poderiam de fato ser utilizados. Assim, como está previsto na lei, quando usuários puderem solicitar a revisão – ou até mesmo a exclusão – de seus dados pelas empresas, a complexidade de sistemas e burocracia enfrentada por elas será consideravelmente mais relevante.
Afinal, de um lado, as ferramentas tradicionais de comunicação, como o e-mail marketing e o SMS, se manterão presentes no planejamento de estratégias, ainda que a chegada da inteligência artificial e dos chatbots esteja transformando a forma de conversar com o consumidor. De outro, as companhias continuarão usando tecnologia para rastrear dados, mantendo informações de seus clientes no próprio CRM ou capturando dados para utilizar em marketing. Todas elas precisarão rever suas políticas internas, controlar suas informações e se manter antenadas. A tecnologia não tem mais fronteiras, e saber para onde seguir é indispensável para preservar a longevidade do negócio.
Profissional de marketing digital do mercado de dados, é responsável pela área de marketing da TargetData, um dos maiores bureaux de informações cadastrais do Brasil.
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