Terça-feira, 04 de junho de 2019
Estamos cada vez mais dependentes dos nossos smartphones. São neles que guardamos imagens, vídeos, mensagens e momentos importantes da nossa vida tanto pessoal quanto profissional. Esse comportamento do uso do mobile é mais do que uma tendência: é uma realidade. Dados do Digitalks em 2018 mostram como o uso da internet via dispositivos móveis vem em uma grande ascensão nos últimos anos. Em 2017, quase 80% do acesso a internet foi feita via mobile. Este número, em 2012, era de 40%, e em 2016, 68%.
Neste contexto, o número de usuários móveis é maior a cada ano. Desenvolver um canal para se conectar com este público que seja atrativo e eficaz é um desafio encontrado pelas empresas. Ao mesmo tempo em que o uso de mobile é grande, o número de aplicativos que são desinstalados também é considerável. Isso ocorre devido a uma série de fatores: falta de espaço no celular, problemas com a conectividade e falta de atrativo na usabilidade são alguns dos motivos.
Por parte dos desenvolvedores, a criação de um app móvel tem algumas outras desvantagens importantes que precisam ser levadas em conta. O custo para criar um aplicativo é alto e, muitas vezes, pode não trazer o retorno esperado. Cerca de 20% das empresas que possuem app pretendem abandoná-lo até 2020, segundo dados da WebJump na Marketplace Conference em 2018.
As empresas viram que o passo para induzir o usuário a baixar um aplicativo, além de reduzir o engajamento, é custoso e demorado. Tanto que, ainda segundo a WebJump, mais da metade dos usuários de smartphones não baixaram sequer um aplicativo em um período de um mês. Por tudo isso, as empresas buscam outras soluções mais vantajosas para manter a atenção do cliente e não perder espaço no mercado. Em 2015, o Google apresentou o Progressive Web Apps, o PWA. Esta tecnologia tornou-se uma tendência no mercado mobile, pois investe na experiência do usuário, transformando um site em uma tecnologia semelhante a um app, mas sem a necessidade de instalação.
As vantagens do PWA são muitas. Ele funciona para qualquer usuário, adaptando-se em todas as telas e é seguro, porque só navega em https. Além disso, o site é responsivo e funciona offline, pois armazena em cache as informações iniciais de acesso e elimina a dependência de carregamento do conteúdo.
É muito mais fácil gerar tráfego para um site móvel do que para um aplicativo. Segundo estimativas, as empresas perdem cerca de 70% dos usuários no processo de download de um app. Cada passo para se realizar um download reduz em 20% do engajamento, segundo dados da WebJump.
Por isso, o PWA é uma tecnologia que traz inúmeros benefícios tanto para o usuário quanto para os desenvolvedores. Em relação a atualização, o próprio browser deixa o aplicativo na versão mais recente. O recurso permite também utilizar notificações via push.
O PWA entrega a experiência de um aplicativo sem a necessidade de acessar uma loja de instalação. Para facilitar ainda mais, é possível sugerir ao usuário que insira o ícone na página inicial do celular. E, no final das contas, os resultados do PWA deixam claro que como seguir neste caminho é uma decisão acertada.
A Alibaba.com, maior empresa de comércio B2B online, viu as suas conversões aumentarem em 76% após atualizar o site para esta tecnologia. Outras marcas como Twitter, Pinterest, Uber e até o Tinder, fizeram a mudança e sentiram a diferença nos acessos e engajamento. O site da Uber, por exemplo, tem apenas 50kb e leva menos de 3 segundos para ser carregado em uma rede 2G. Os números mostram que sites com PWA levam menos de 1 segundo para carregar. Sites que a CRP Mango desenvolve atualmente estão carregando em 0,30 segundos.
No geral, os dados refletem como a obrigatoriedade de baixar um aplicativo é uma barreira trabalhosa e, muitas vezes, inútil para o usuário enfrentar. Com PWA, os sites carregam 15 vezes mais rápido, diminuem cerca de 25 vezes o consumo de armazenamento dos celulares e têm uma média de 52% de aumento nas conversões, segundo estudo The Future of Mobile, de James Fuller.
Um consenso entre aqueles que trabalham com tecnologia é que pensar na experiência mobile (“mobile first”) tem um peso grande na internet. São nos dispositivos móveis que o público se conecta. Na competição pela atenção do usuário, inovar é a palavra-chave.
é formado em publicidade com pós graduação em marketing digital pela Universidade de Urbana Illinois. É diretor da CRP Mango e também atua como consultor de mídia digital e e-commerce e possui mais de 10 anos de experiência em comunicação e marketing digital. Também é sócio do App “Tá na Obra” e palestrante. Seu foco profissional e objetos de estudo são o Marketing Digital, Comunicação, Mídias Digitais e Redes Sociais, Publicidade Online e Comportamento. Já atendeu às empresas: Gael, Rai, AO5, Molotov, Aquatro, Prós, Informamidia,Ticket, Governo Espirito Santo, Detran, Setur, Unilever, P&G, Mondelez, Pepsico e UOL.
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