Quinta-feira, 16 de março de 2017
Grandes lojas como Americanas.com, Submarino e Shoptime passaram a permitir a venda de itens de terceiros. Assim, dos pequenos lojistas aos grandes varejistas, todos podem anunciar seus produtos dentro dos sites. A cada venda, os sellers – como são chamados os que estão integrados às lojas – pagam uma pequena comissão, apenas sobre o que for vendido. É semelhante a um canal de performance, onde o investimento é baseado em um sistema de Custo Por Aquisição do cliente, o famoso CPA, ou seja, os varejistas só pagam se houver retorno. Naturalmente, o marketplace acabou se mostrando um rentável canal de performance.
Tanto é que uma pesquisa de 2015, promovida pela Sieve, empresa pioneira em inteligência de preço e que monitora oito mil lojas virtuais por dia, indicou que 19% das ofertas de produtos dos maiores varejistas da web já eram ocupados por sellers do marketplace. O crescimento tem uma explicação: o canal que beneficiava tanto os lojistas como os consumidores dava resultados e passou a atrair a atenção de varejistas, fabricantes, distribuidores de produtos e até as agências de marketing que esperam apresentar resultados certos para seus clientes.
Além de já operarem em modelo CPA, os marketplaces passaram agora a oferecer um sistema de anúncios como uma espécie de “Google Adwords”, porém dentro dos marketplaces. Eles dão maior visibilidade ao lojista e pouco diferem de um sistema de leilão de links patrocinados baseado em CPC (Custo Por Clique). A plataforma trabalha com lances por produto, com a possibilidade de definição de um orçamento diário e com a configuração de datas de início e término da campanha. O B2W Ads, por exemplo, criado pela B2W que detém a Americanas.com, Submarino e Shoptime, é um exemplo desse tipo de performance dentro dos canais de marketplace.
Esses ads impulsionam o marketing feito pelas agências e varejistas porque ele trabalha amparado pela estrutura eficiente do marketplace, que já interage com as necessidades do consumidor no momento em que ele está interessado em comprar, e ainda valoriza a visibilidade que o lojista terá dentro daquele canal. Como a exibição do anúncio é segmentada pelo perfil de navegação do cliente, as chances de ele ser impactado são muito grandes.
O único ponto de atenção deste tipo de anúncio dentro dos marketplaces é que, por enquanto, apenas os sellers que conquistarem a buy box – por bom preço, boa avaliação dos clientes, frete, e outros fatores – poderão ativar a exibição dos anúncios. Por isso, os marketplaces que utilizam os ads travam a exibição do anúncio caso o lojista ainda não apareça ou perca sua posição orgânica na buy box.
Com os relatórios de impressões, cliques, taxa de conversão, ROAS (retorno sobre o investimento em publicidade), receita e custos, é possível acompanhar resultados com as campanhas nos marketplaces e melhorar estratégias. Também é possível gerenciar o faturamento pela plataforma ads dos marketplaces. Ele, na verdade, é baseado em um sistema de créditos que pode ser gerado via pagamento de boleto ou por uma conversão do saldo que o varejista tem a resgatar no canal em que anuncia. Então, se o lojista tem a receber um saldo de R$5.000, por exemplo, ele pode decidir aplicar algo como R$500 em ads e receber o restante em dinheiro. Claro, os valores dos anúncios são personalizáveis, já que não há preços fixos e nem quantia mínima a ser investida.
Para quem trabalha em agências, os anúncios são um recurso adicional, que irá amplificar os resultados, já positivos, que os marketplaces oferecem. Quando as agências adicionam o ads à estratégia definida, elas conseguem colocar os lojistas em uma posição ainda mais destacada nesses canais de venda, o que aumenta o alcance dos produtos anunciados por eles e tende a resultar em ainda mais conversões. É a performance do ads impulsionando a performance do marketplace – uma combinação que, ao que promete, será o futuro do varejo virtual.
é Co-fundador e Head da Admatic, maior plataforma de gerenciamento de campanhas online da América Latina. Formado em Administração de Empresas pela UFF – Universidade Federal Fluminense com MBA em Gestão Empresarial pela FGV – Fundação Getúlio Vargas. 5 anos de experiência na operação de e-commerce da TV Globo (Globomarcas.com) e 3 anos de experiência na Leader.com.br, responsável pela área de Marketing Digital. Professor de Links Patrocinados na Ecommerce School. Atualmente também exerce o papel de Head da B2WAdvertising, área de mídia da B2W que conta com o B2WADS como principal plataforma.
Comentários