Segunda-feira, 12 de março de 2018
Prever o que vai acontecer no futuro em tecnologia é quase impossível. Em 1877, Ken Olsen presidente da DEC falou: “Não há motivo algum para que as pessoas queiram ter um computador em casa”. Há pouco mais de 20 anos, Robert Metcalfe, co-inventor da Ethernet, disse: “A internet vai, em breve, se tornar uma espetacular supernova e em 1996 entrará em colapso catastroficamente.” Em 2007, Steve Ballmer, ex-presidente executivo da Microsoft chegou a falar: “Não existe nenhuma chance de que o iPhone se torne um sucesso de mercado.” Isto mostra que pessoas inteligentes, com acesso às informações mais atuais em seu período de gestão, foram incapazes de prever o que viria logo a seguir.
Hoje já estamos vendo tecnologias móveis embutidas nas roupas e até sob a pele das pessoas, mais de 1 bilhão de usuários conectados através de uma única rede social, carros autônomos, delivery com drones e até edição de DNA virando realidade. O fato é que as tecnologias vêm moldando de forma muito definitiva o modo como experienciamos o mundo e interagimos com as outras pessoas.
Ainda que o impacto do avanço das tecnologias seja tão evidente no nosso dia a dia, segundo a McKinsey, a grande maioria das empresas subestima o poder do digital, a sua escala de disrupção e, talvez acima de tudo, as mudanças comportamentais que ele traz consigo.
Transformação digital não é um termo da moda para convencer o cliente a abrir uma fanpage no Facebook ou investir em programática. Também não é algo resumido à experiência do cliente. Ela representa uma mudança estrutural profunda nas organizações.
Resumindo, trata-se de quanto uma empresa conhece e está conectada às necessidades dos seus consumidores e sua capacidade de se adaptar e oferecer experiências inovadoras num contexto de mudanças constantes.
Segundo o Meaningful Brands® – estudo global único do Grupo Havas, que liga o desempenho da marca ao nosso bem-estar e qualidade de vida – 77% dos millennials esperam que as marcas produzam conteúdos relevantes e serviços além da oferta habitual.
O foco no comportamento e personalidade do consumidor, da concepção da ideia à implementação de um produto/serviço, é fundamental para uma entrega coesa e integrada. Em outras palavras, a grande jogada não é necessariamente o resultado, ela opera em nível mais profundo, atravessando os processos e suas interconexões. Pois para gerar resultados inovadores de forma efetiva e sustentável, é necessária uma transformação do mindset das pessoas que vão operar essa mudança.
Portanto, quais processos levarão à resultados que garantam, em última instância, o bem-estar e qualidade de vida das pessoas?
Quando falamos em design, as pessoas geralmente pensam em objetos ou peças gráficas bonitas. Claro que elementos clássicos do design visual, como cores, tipografia e grafismos, reunidos num bom layout, desempenham um papel importante no impacto da experiência de um produto sobre os consumidores. Entretanto, o design pode ir muito além disto.
Pensar como um designer, pode mudar a forma como as empresas desenvolvem produtos, serviços, processos e estratégias. Essa abordagem, chamada Design Thinking, reúne o que é desejável pelas pessoas ao que é tecnicamente e economicamente viável. Ela também pode ser adotada em diferentes projetos, para diferentes negócios e setores por ser adaptável a uma grande variedade de desafios.
é consultora de Projetos no Havas Group. Marília é formada em Design Gráfico, especialista em Estéticas Tecnológicas e Design Estratégico e Inovação.
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