Quinta-feira, 08 de fevereiro de 2018
Os exemplares da geração Z, também conhecidos como “nativos digitais”, já nasceram de celular na mão e cresceram num mundo conectado.
Chegando às faculdades agora, eles serão o centro das atenções do futuro do e-commerce. Até 2026, os mais novos dessa geração já terão atingido a idade para ter renda própria e seu poder aquisitivo alcançará novos patamares.
E, é claro, marcas e e-commerces precisam iniciar um relacionamento com essa geração para aumentar suas chances de sucesso nos anos vindouros.
A Geração Z, definida por quem nasceu de 1998 até 2010, é diferente das gerações passadas. Justamente por isso, entender suas características e preferências é essencial para capturar sua atenção – e, claro, seu dinheiro.
Eles cresceram acostumados a usar a Internet e é a primeira geração inteiramente digital. Isso é tão enraizado em sua cultura que eles só percebem que a internet existe quando o wi-fi não está disponível.
Antenados à tecnologia, são usuários assíduos das redes sociais, consomem diariamente vídeos on-demand, e tudo começa pelo celular. Obviamente, suas expectativas são mais altas que as das gerações passadas.
De acordo com relatório da BI Intelligence – que explorou os hábitos de compras da Geração Z – os chamados nativos digitais estão apenas começando a impactar o comércio, mas já são extremamente valiosos.
Segundo estudos da IBM – que considerou mais de 15 mil pessoas em 16 países – a Geração Z já possui $44 bilhões de dólares em poder de compra, número que irá decolar conforme ficarem mais velhos e conquistarem autonomia. Além disso, eles influenciam 93% do planejamento financeiro da família.
Apesar dessa geração ainda comprar em lojas físicas, isso se deve muito mais ao fato de ainda não terem cartão de crédito do que a uma preferência em si.
Até que o e-commerce se torne o principal canal de compras dessa geração – quando atingirem a maioridade – o comércio enfrentará o desafio de construir uma presença digital sólida usando, especialmente, os canais preferidos desse público: as redes sociais.
Essa é a primeira geração a viver uma vida onde a Internet é onipresente através do mobile, e isso moldou seus hábitos de compras. Para os nativos dessa era, a distância de uma loja para a outra é zero e eles compram no mundo inteiro.
Seus hábitos de compra em e-commerces também começaram mais cedo que a geração passada. Justamente por isso, eles têm a habilidade de serem altamente sofisticados em suas decisões de compras.
Os nativos digitais querem se relacionar com marcas e empresas de forma integrada, não importando o canal. Isso significa ser atendido e poder comprar de uma mesma marca através do Instagram, Facebook ou e-commerce, com uma experiência fluída independente do canal.
Quando o assunto é redes sociais, os nativos digitais dão um show. Eles cresceram vendo e usando esses canais: em casa, na rua, na escola e nos espaços públicos. E, claro, já são acostumados a procurar tudo pelas redes.
Muitos perguntam onde encontrar certos produtos e serviços nas redes sociais antes mesmo de procurar no Google. Usam a inteligência coletiva para suas escolhas e se baseiam em influência social.
Esqueça os Millenials! A Geração Z chegou e está pronta para deixar suas pegadas no mercado. Ela está começando a sua vida financeira e é mais focada em ter dinheiro que as gerações passadas.
De acordo com a base de usuários do Facebook, considerando pessoas de 13 a 22 anos de idade no Brasil, já são 33 milhões de brasileiros ativos na rede social.
Os mais novos se encontram em peso no Instagram e Snapchat. Segundo dados do IBGE, eles representam cerca de 23% da população brasileira, e, de acordo com a Fast Company, até 2020 eles representarão 40% de todos os consumidores no mundo.
DETALHE: estamos apenas a 24 meses de 2020!
O mesmo estudo da Fast Company mostra também que para a Geração Z, da socialização ao entretenimento, do aprendizado até a compra, tudo se passa pelo mobile.
Una isso às suas altas expectativas de compra online e temos um cenário letal para sites lentos, não responsivos, apps pesados e/ou difíceis de navegar.
Para aproveitar a entrada da Geração Z e seu poder crescente de compra, sua marca deverá pensar, sempre, em alternativas para mobile e, só depois, para desktop.
E, quando a questão é a busca no Google, tenha em mente que o novo hábito dessa geração são os assistentes virtuais.
De acordo com a GlobalWebIndex, 1 a cada 3 pessoas da Geração Z está usando uma busca por voz em seu smartphone.
Para o e-commerce, isso impõe o desafio de implementar estratégias cada vez mais assertivas de otimização para mecanismos de busca.
Investir em SEO, criar snippets para o Google e aparecer na posição “0” deve estar entre os objetivos de quem quer ganhar destaque. Outra dica valiosa para se comunicar com os nativos digitais é implementar a busca por voz no seu próprio site e e-commerce.
Menos impactados pela mídia tradicional e suas técnicas old school – como usar uma celebridade global para endossar um produto – a Geração Z tem novos ídolos.
Eles são, em sua maioria, YouTubers ou Instagrammers que falam sua língua e entregam conteúdo de valor. Eles são o canal e o artista ao mesmo tempo.
E é por isso que sua empresa precisará marcar presença através desses criadores de conteúdo, comumente conhecidos no meio como “creators” – uma evolução de ser simplesmente um influenciador digital.
Para sua marca ou e-commerce ter um engajamento relevante com a Geração Z, ela precisará ser on-life, ou seja, fazer parte da vida conectada deles.
Se a informação ou conteúdo que você oferece em seus canais for irrelevante (ou apenas propagandista), os nativos dessa geração irão simplesmente te bloquear. Mas, o contrário é igualmente verdadeiro.
Com a Geração Z, seu objetivo não poderá mais ser, simplesmente, vender, mas sim, se relacionar.
E falar com essa geração é fazer muito mais publicidade do que propaganda. É mais contar o que a marca tem para ensinar do que contar o que ela tem para vender. É sobre propósito e significado. É mais engajamento em torno da mensagem do que somente em torno de um produto ou serviço.
Milissegundos. Esse é o tempo que você tem para fazer o dedo de um nativo digital parar de descer no feed e ganhar sua a atenção nas redes sociais. Estima-se que a atenção dessa geração é de apenas 8 segundos após a fixação dos olhos. Um desafio e tanto, certo?
Para vencer essa batalha, usar ferramentas analíticas como a mLabs é fundamental. Além de te ajudar a entender o que é relevante e engaja o seu público nas redes sociais, você poderá agendar posts, analisar os resultados, interagir em tempo real e otimizar sua estratégia.
Esse tipo de ferramenta te ajudará também a criar uma experiência integrada de compra em seus canais sociais e a responder rapidamente às suas necessidades via inbox e comentários.
Apesar de nova, a geração Z é um poderoso grupo de influência para compras. Justamente por isso, é importante se preparar agora para o futuro.
Tenha em mente que você terá que lidar com uma geração impaciente – em função da estimulação tecnológica que tiveram. É uma geração imediatista que não irá esperar horas para ter uma resposta nas redes sociais.
Eles preferem falar com um chatbot para resolver mais rápido suas questões do que esperar para falar com um humano.
De acordo com a PricewaterhouseCoopers, 66% dos consumidores voltariam para uma loja online se ela tivesse atendimento via chat.
Dados como esse provam que, cada vez mais, as marcas precisarão investir para oferecer uma experiência de compra integrada, eficiente e rápida nos diversos canais onde ela está.
Todos nós sabemos o quão valioso é para um cliente sentir que a marca realmente o entende, certo?
E, com a abundância de dados e tecnologias disponíveis hoje, as possibilidades de personalização tendem a crescer e se aprofundar cada vez mais. Tendência que fortalecerá também o costume dos nativos digitais de receberem tudo conforme sua personalidade / estilo de vida.
E, aí, eu te pergunto: como a sua marca / e-commerce está se saindo nesse quesito?
A maioria das lojas está constantemente minerando os perfis das pessoas que compram em seus e-commerces, mas nem todas usam essas informações para obter vantagens. Com o volume de dados gerados, é possível personalizar muito mais.
Não se limite a construir buyer personas e segmentar clientes! Vá para o nível do indivíduo e gere mais vendas.
Pense em ter pessoas especializadas em Ciência de Dados em seu negócio. Recomendações personalizadas para o indivíduo tem potencial de conversão muito maior do que uma estratégia de personas.
A personalização nesse nível aumenta desde a taxa de abertura dos e-mails até as vendas. Fazer retargeting nas redes sociais também contribui para o aumento das conversões.
Para se relacionar com essa geração através das redes sociais é fundamental ter conteúdos relevantes e que geram engajamento.
Ao contrário das gerações passadas – que preferem olhar passivamente os posts nas redes sociais ao invés de interagir – para essa geração, quanto maior o engajamento, maior a conversão.
Portanto, certifique-se de ter uma boa estratégia de conteúdo no ar, mantenha o engajamento e o diálogo constantes e melhores a experiência desse público com a sua marca.
é Fundador e CMO da mLabs, plataforma de gerenciamento de mídias sociais. Com 20 anos de mercado, atuou sempre no setor de tecnologia e meios digitais de empresas como Banco Itaú, FIESP e Focusnetworks. Em 2017 foi premiado pela ABRADi-SP como Profissional Digital na categoria Planejamento, e hoje é responsável por gerenciar e tomar decisões na mLabs, empresa que visa a democratização de redes sociais e a educação e desenvolvimento digitais.
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