Sexta-feira, 18 de agosto de 2017
Alcançar consumidores na web tem se tornado um desafio cada vez maior. Por se tratar de um ambiente com infinitas possibilidades, tanto as grandes como pequenas marcas utilizam a publicidade digital com o objetivo de financiar seus respectivos negócios e acabam bombardeando os usuários com incansáveis anúncios, o famoso marketing de interrupção.
O que percebo é que os anúncios pagos, que por muito tempo foram uma ferramenta bem-sucedida para as empresas, se tornaram fantasmas sem um objetivo certo e assim os usuários começaram a fugir de todo tipo de publicidade.
Por isso, o uso de adblocks, ferramenta utilizada para evitar que anúncios apareçam em seus dispositivos digitais, tem aumentado constantemente. Segundo dados do último relatório anual gerado pela Page Fair, empresa anti-bloqueio de anúncios, mais de 600 milhões de usuários executavam algum software adblock globalmente em dezembro de 2016, dos quais 62% estavam em dispositivos móveis.
Ou seja, o usuário não quer mais consumir publicidade de maneira passiva. O novo perfil de consumidor tem voz própria, busca apenas por informações que interessam e por marcas que respondam os seus questionamentos, por isso, atrapalhar sua experiência enquanto navega só irá afastá-lo e causar má impressão quanto a marca anunciante.
O fato é que o grande incômodo do usuário não é a publicidade em si, mas sim como ela é realizada. Ainda segundo o relatório que citei anteriormente, embora o público rejeite fortemente alguns formatos de anúncio, ele expressa significativa preferência por outros tipos. 77% dos usuários de adblocks pesquisados consideraram que algum formato de anúncio fosse permitido; 52% desses usuários indicaram preferir banners estáticos, enquanto 35% optaram por anúncios de vídeo ignoráveis. Por outro lado, 23% eram contra anúncios de áudio de reprodução automática.
Mas ao mesmo tempo que os adblocks se tornaram um problema para alguns anunciantes, há quem comece a utilizá-los a seu favor. O desafio das marcas está justamente em adotar uma estratégia que atraia o usuário por meio de conteúdos relevantes e de qualidade, ao invés de trabalhar com anúncios invasivos. Dessa forma, vejo um leque de oportunidades que podem ser trabalhadas, como investir em anúncios direcionados ao engajamento do consumidor com a marca por meio de conteúdo.
Para estimular esse engajamento, quanto mais relevante for o conteúdo disponibilizado e quanto mais adequado for o momento da oferta, mais chances de ter bons resultados. Por isso é fundamental conhecer seu público-alvo, coletar dados de comportamento e personalizar para cada momento de vida e oportunidade de consumo.
Por fim, podemos concluir que os adblocks têm sim um impacto na publicidade de uma marca. Porém, é importante avaliar até que ponto essa estratégia pode prejudicar ou agregar ao fazer publicidade no ambiente digital. Ficar de olho e antenado a tudo de novo que acontece no seu segmento é essencial para saber a hora certa de mudar de plano, renovar processos e investir em uma proposta diferente. E aí, sua empresa está preparada para construir novas estratégias digitais?
é formado em Ciência da Computação há 18 anos pela PUC-GO, com mestrado na mesma área pela UFRJ. Trabalhou como desenvolvedor de software até 2008, quando nasceu o Grupo SMRPAR e junto com os demais sócios fundou a SMARTIA e, em paralelo, a WDEV. Em 2016 iniciou as atividades da empresa ACTIVESALES, call center especializado em vendas ativas e agora está à frente da MOBDIQ.
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