Quarta-feira, 31 de janeiro de 2018
O ano de 2017 foi novamente um bom ano para o e-commerce no Brasil. Alguns aspectos colaboraram para que isso fosse possível. A retomada do crescimento do PIB, estimado em 1% pelo boletim Focus do Banco Central, a maior estabilidade econômica apesar de um ano turbulento na política e o controle da inflação (estimada pelo governo em 2,78%) ajudaram para que este mercado continuasse numa importante crescente.
A estimativa para 2018 é de 10% de crescimento. Mesmo ainda não tendo até esta data (31/01) a versão final do Webshoppers, estudo publicado pela Ebit sobre o mercado de e-commerce no país, sabemos que esta é uma frente da economia que dificilmente se mostrará estagnada. O fato é que ainda estamos todos vivenciando o começo de uma nova era do comércio e das relações de consumo. Apenas 3% das vendas do varejo nacional, segundo o Ebit, são feitas online atualmente.
A mudança de perfil dos consumidores e de seus hábitos naturalmente elevará os números e para atender a exigente demanda desses novos consumidores, novas formas de se atuar serão criadas e novas tendências surgirão.
O comércio virtual é dinâmico e já vem vivendo transformações às quais todos ainda estamos nos adaptando, por isso, não falaremos aqui sobre Omnichannel, Chatbots via messenger ou mesmo Marketplaces. Todos estes ainda estão num processo evolutivo de maturação e se estabilizarão melhor em 2018, porém já são realidade para alguns lojistas ou mesmo conceitos bem conhecidos entre todos.
Falemos então de 5 tendências do e-commerce para 2018:
Vivemos em um país continental e com particularidades logísticas que ainda são um freio para o crescimento do número de vendas online. Novos métodos e empresas logísticas estão surgindo para aos poucos sanar algumas dessas dificuldades que vivenciamos no dia a dia do e-commerce brasileiro. Estas ações vão além dos benefícios que a omnicanalidade pode trazer num “retire na loja” de grandes redes varejistas.
Nesta linha de ações, já temos importantes players nacionais começando a utilizar-se dos novos serviços de “lockers”, que têm começado a surgir no mercado nacional e já funcionam bem no exterior. O conceito é de que armários eletrônicos espalhados em pontos estratégicos e seguros possam ser o ponto de entrega de compras feitas no e-commerce e coletadas pelo comprador via QR Code 24 horas por dia. Os lockers visam resolver alguns problemas:
Além disso, os lockers podem ser ferramentas interessantes para lojas que tenham inteligência sobre os hábitos de consumo de cada região/locker existente e possam antecipadamente entregar a mercadoria que será consumida em determinado período de tempo, diminuindo seus custos logísticos.
Outra necessidade que alguns segmentos trouxeram – e que será cada vez mais comum nos grandes centros urbanos – é o de “same day delivery”, ou seja, você realiza sua compra e, caso esteja dentro do período de “corte” do lojista, a entrega será efetuada no mesmo dia. No ano de 2017 vimos a continuação do crescimento de serviços de entregas feitas por motocicletas e a estabilização de serviços que utilizam bicicletas e meios não poluentes.
Ainda em 2018, a expectativa do consumidor é de que mais lojistas possam oferecer esse tipo de modalidade que agregará uma nova fatia de vendas ao mercado. Imagine-se em seu escritório e precisando comprar um presente para a festa de aniversário que acabou de se lembrar que é hoje à noite. Shopping? Trânsito e filas? Estacionamento? Não mais… e-commerce!
Além disso, serviços de entregas particulares tendem a finalmente se tornar populares e logo veremos pessoas se especializando nisso, como já ocorre com serviços de entregas de comida e caronas pagas.
O B2B já é uma realidade. Muitos negócios atacadistas já possuem esse canal para facilitar o processo de compra para os varejistas. O crescimento do e-commerce B2B já foi uma realidade em 2017 e por isso não o tratamos como uma tendência para a indústria em 2018.
Tendência de fato é a nova possibilidade para distribuidoras e indústrias que querem evitar o conflito de canal. Antes, para isso, a empresa simplesmente se limitava a não ter loja própria com sua marca. Agora, o caminho é o contrário… que tal vender em seu próprio e-commerce e distribuir através de sua rede de parceiros, sejam varejistas ou franqueados?
Projetos de e-commerce como o das Tintas Suvinil, em que você compra seu produto e o pedido é faturado pela loja revendedora mais próxima ao CEP escolhido, serão cada vez mais comuns. A Cacau Show faz algo similar, porém atuando com sua própria rede de franquias. O que antes poderia ser um problema, hoje se torna mais um canal importante de distribuição se a marca tiver presença com o consumidor final.
A tecnologia VTEX participa desses dois cases e pode auxiliar qualquer cliente atacadista que necessite faturar através de suas franquias ou revendedores.
Em 2018 há a expectativa que de fato comecemos a utilizar nossa voz através de aplicações como a Siri da Apple ou a Alexa da Amazon para realizar todo o processo de compra de algum produto ou serviço.
Essa será uma mudança de hábito gradual, porém profunda, na qual espera-se uma diminuição enorme de carrinhos abandonados. A compra será ainda mais impulsiva e fácil, sem atritos. A experiência de compra online será mais próxima ao que estamos acostumados como humanos desde sempre – solicitar a alguém verbalmente o que precisamos e queremos.
“Hello Google” será um dos termos mais falados do Brasil? Você tem mais detalhes sobre Voice Commerce ou conversational commerce neste post no Blog da VTEX.
Tendências não necessariamente são inovações tecnológicas. Esta é uma premissa que deve ser levada em consideração para entendermos que uma das tendências para 2018 no e-commerce é o método de “cash on delivery“, ou seja, o método que você utiliza comprando aquela pizza, no conforto de sua casa, numa sexta-feira à noite: pague ao receber!
Não é algo inovador tendo em vista que já temos soluções nacionais atuando com esse tipo de solução, porém a disseminação para o mercado, como ocorre em países mais avançados com e-commerce, deve ocorrer ainda este ano.
Além disso, não podemos deixar de fora as criptomoedas baseadas em Blockchain como o Bitcoin, por exemplo. Elas trarão algumas facilidades como a redução do custo da transação (se for P2P, estima-se custo zero) ou terá o custo apenas do gateway envolvido. Além disso, a segurança da transação fará com que exista uma redução enorme de uma das maiores dores de cabeça do varejista online: o chargeback, já que não haverá nesse meio de pagamento a negação da compra, como ocorre com o cartão de crédito.
Outro fator importante e que nos une à quinta e última tendência deste artigo é que por meio das criptomoedas o mercado global se abrirá ao lojista, já que as transações entre os países se darão sem grandes burocracias financeiras.
A entrada de players nacionais em mercados internacionais, tempos atrás, dependia de esforços enormes de investimentos. Pontos físicos, propaganda, estudo, enfim… tudo com custos bastante elevados.
Hoje, já podemos perceber que o termo “globalização”, que se referia antes à distribuição de conteúdo sem fronteiras, já ocorre com produtos. Quem nunca comprou um produto da China? O mesmo pode ocorrer no fluxo inverso. Vender na China? Isso já é possível!
Em primeiro lugar, com o advindo do conceito de marketplaces, não custa nada poder ter seu catálogo de produtos no Taobao (marketplace chinês), no Myntra (marketplace de moda da Índia) ou no Allegro (marketplace polonês). Não estar nos principais marketplaces do mundo será um erro para as principais marcas brasileiras.
Mas e o fulfillment? Oras, já existem empresas e soluções que estão começando a viabilizar a realização de todo o processo no Brasil e permitem que uma entrega seja feita, ainda com preço razoável, para outros mercados. Sim! Teremos uma explosão em breve de um comércio ainda mais global e muitas de nossas marcas perceberão que o Brasil ainda é pequeno para elas.
Dica de leitura para você que quer saber mais sobre o mercado de e-commerce:
Bacharel em comunicação social com habilitação em Relações Públicas pela PUCRS, Bruno tem experiência de 12 anos de marketing digital e e-commerce e é atual gerente no time VTEX Partner.
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