Terça-feira, 11 de setembro de 2018
Inovação, Transformação Digital, Indústria 4.0, Mercado Disruptivo, Inteligência Artificial, Machine Learning… São tantos os termos e tendências que ficamos perdidos e até mesmo com medo do que o futuro reserva para nossas carreiras e profissões, não é mesmo?
De fato, o mercado de trabalho já está passando por uma revolução e muitos dos cargos existentes hoje serão extintos, como prevê o estudo dos economistas Michael Osborne e Carl Frey, da Universidade de Oxford, que chamou a atenção do mundo ao apontar que cerca de 45% dos empregos americanos poderão ser eliminados até 2030.
Mas será que as mudanças serão (ou já estão sendo) assim tão assustadoras? O que significa o fim desses cargos? Ou ainda, qual será o melhor caminho para nós, profissionais? Nos desesperar com medo de sermos substituídos por robôs e negar as necessidades de mudanças ou buscarmos entender o que realmente mudará para ir nos preparando?
Bom, o que podemos dizer é que dificilmente a primeira hipótese adiantará de muita coisa. E é por isso que o primeiro passo para se preparar para o mercado de trabalho do futuro é: aceitar!
Para te ajudar nesse processo, vamos propor nesse artigo alguns passos e pontos, mostrando que nem tudo é motivo para pânico e que, com características nada “robóticas”, é possível se preparar para o mercado de trabalho e para as profissões do futuro!
Como dito acima, o primeiro passo é aceitar que as alterações tecnológicas vieram para dominar o mundo dos negócios, assim como já dominaram a nossa vida. Ou você ainda consegue se imaginar vivendo sem smartphone e seus serviços e apps inovadores?
Aceitar as mudanças não quer dizer ficar parado esperando o que virá, e nem que você terá que jogar fora tudo que sabe pois a sua profissão já está “condenada”. Na verdade, aceitar é saber que precisará adaptar a forma como aprende, trabalha e ensina, além de estar aberto para novidades e buscar por onde começar. É o que nos leva ao próximo passo.
Continue a leitura conosco e confira!
Se você também se assusta com as possibilidades futuras, a boa notícia é que, apesar da automação já ser uma realidade e a inteligência artificial ganhar cada vez mais espaço no mercado, as principais características necessárias para se dar bem como um profissional do futuro são humanas e não tecnológicas.
Por mais que aprender programação e saber analisar dados sejam habilidades mais do que bem-vindas nesse novo mercado, é uma teoria – nem tão nova – que vai nos ajudar a entender o perfil profissional ideal para o futuro: a teoria de múltiplas inteligências, de Howard Gardner. Em especial, no que se refere as inteligências intrapessoal e interpessoal.
Afinal, o autoconhecimento e a capacidade de entender e se relacionar com outras pessoas serão fundamentais para que a gente exercite pelo menos 4 das habilidades que nortearão os profissionais do futuro! Falaremos sobre elas logo a seguir.
O fato é que as atividades do mercado de trabalho que serão – ou já estão sendo – substituídas por máquinas, sistemas automatizados e robôs são aquelas em que o processo é linear, que pode ser programável. Claro que essa troca pode afetar diversos ou todos os setores, mas não todos os profissionais.
Isso porque, por mais que a inteligência artificial evolua, a tecnologia nunca terá uma característica que é só nossa: a humanidade. Um exemplo simples é na hora de escolher uma viagem. Um site ou aplicativo pode te dar as melhores sugestões de preços de acomodações, encontrar horários ideais e facilitar muito a sua vida. Mas nada vai substituir o relato daquele amigo que conheceu as praias do Pacífico e te deixou ansiando só de contar e mostrar as incríveis fotos que fez, não é mesmo?
Tudo bem, já entendemos que para ser um profissional do futuro é preciso mais do que conhecer tecnologias. Mas quais são as habilidades necessárias? E, mais, como busca-las?
Vamos falar um pouco mais sobre cada uma delas. Confira:
Ser um profissional flexível não significa ser alguém sem função específica e nem que é preciso saber de tudo. Flexibilidade aqui é uma característica mais parecida com adaptabilidade e resiliência. É se manter apto a aprender e lidar bem não só com novas ferramentas, mas com diferentes visões e interações.
Mais do que se adaptar a diferentes funções e tarefas, será muito importante conseguir se adequar a novas formas de trabalhar já existentes e que ainda estão por vir. É importante estar aberto a possibilidades de entrega e valoração diferentes das convencionais, como trabalho remoto – que já é uma realidade – na economia compartilhada ou na chamada “gig economy”.
Em um mundo cada vez mais conectado e diverso, a mentalidade flexível também será fundamental para os profissionais entenderem e aproveitarem das diversas “dores” dos públicos para criar novas soluções e serviços ideais e está muito ligada com a nossa próxima habilidade. Afinal, diversidade de necessidades é igual a diversidade de oportunidades.
Como criar e encontrar soluções para públicos e necessidades diversas se você não é capaz de entender e se colocar no lugar dos outros? Em um ambiente de mudanças e novidades surgindo em uma velocidade cada vez maior, a capacidade da empatia se fará ainda mais fundamental.
Por mais que a tecnologia avance, somos movidos pelos relacionamentos. Seja no trabalho, em casa ou mesmo na web, estamos sempre nos relacionando com outras pessoas e essa característica deve ser cada vez mais absorvida pelos negócios.
De que adiantaria, por exemplo, conhecer as tecnologias e práticas necessárias para analisar milhões de dados em Big Data, mas não entender o contexto e a necessidade do público que você quer atingir e se comunicar?
É a empatia também que ajudará a formar os grandes líderes do mercado de trabalho do futuro. O perfil de gestor de pessoas, que sabe liderar e aproveitar as melhores habilidades e opiniões de cada indivíduo do time, deve se manter em alta com a construção de ambientes de trabalho colaborativos e abertos para a troca de conhecimentos.
Essa talvez seja a habilidade mais importante para o profissional do futuro: se manter competitivo e atuante. Afinal, em um mundo com acesso rápido e global a quantidades enormes de informações, aquele que deter a capacidade de aprender e incorporar novas soluções rapidamente será quem se destacará no mercado.
Um grande exemplo disso são os novos líderes e CEOs de empresas disruptivas, que em regra não são grandes especialistas em uma área, mas têm a capacidade de se atualizar e estar sempre na frente da concorrência.
Assim, um profissional que deseja se especializar em análise de dados e Big Data, por exemplo, vai definir tudo o que é necessário aprender para se especializar. Porém, precisará se manter atento para encontrar soluções rápidas e eficientes quando uma nova necessidade ou oportunidade surgir no mercado.
Muitas das grandes empresas de tecnologia do mundo já têm essa prioridade na busca de seus perfis profissionais e recrutadores acreditam que a habilidade de adquirir novos conhecimentos será mais valiosa que o conhecimento em si.
Portanto, se manter estagnado e fechado para novas possibilidades será um grande erro aos profissionais do futuro.
A criatividade é uma das habilidades mais procuradas pelas empresas já na atualidade, sendo cada vez mais valorizado o profissional que é capaz de pensar e inovar como pensa um designer, criando e sugerindo soluções diferentes para os novos desafios que surgem no mundo.
A grande diferença para o profissional do futuro é que ser criativo pode não bastar. Será preciso pensar com criatividade para realizar mudanças de real impacto na vida das pessoas. É levar para a carreira a habilidade de revolucionar mercados, como nas startups da inovação disruptiva.
Inspirado no conceito de “destruição criativa” do economista austríaco Joseph Schumpeter, o temo inovação disruptiva foi cunhado pelo professor de Harvard, Clayton Christensen, e pode ser explicado como um serviço ou produto que cria ou modifica profundamente alguns mercados. É o caso do que fez o Airbnb no setor hoteleiro, por exemplo.
Unindo a criatividade com as três habilidades citadas anteriormente: flexibilidade, empatia e autodidatismo. O profissional que consegue entender as necessidades e lacunas de um público conseguirá criar soluções que facilitem e entreguem valor, mesmo que isso signifique a quebra de modelos tradicionais ou já estabelecidos.
Apesar do futuro parecer temeroso para muitos profissionais, podemos ver que a solução para que o mercado do futuro não gere milhões de desempregados está na nossa capacidade de se reinventar. E, para isso, devemos olhar mais para os humanos do que para as máquinas.
Mesmo em um mundo de robótica e inteligência artificial presentes no nosso dia-a-dia, seremos nós que devemos dar as diretrizes e o caminho para a evolução.
Formado em jornalismo, Bruno Saes é editor do Blog Impacta e especialista em marketing de conteúdo no Grupo Impacta Tecnologia. que há 30 anos ajuda a transformar pessoas e empresas para o mercado digital.
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