Quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018
O áudio digital tem se tornado uma das mais inovadoras e interessantes mídias para os anunciantes e, não há dúvida, de que a publicidade através desse meio é uma das mais relevantes e escaláveis da indústria atual.
Toda essa importância tem explicações. As gerações mais antigas, em geral, tinham o gosto musical mais atrelado a um único gênero e as rádios eram mais “nichadas”, ou seja, tocavam durante o dia inteiro um único estilo de música.
Por sua vez, há algumas décadas, a compra de mídia em rádio ficava muito atrelada ao estilo musical e a negociação era realizada diretamente com a rádio de interesse em veicular a propaganda. Hoje, o cenário é outro. Existe uma diversidade cultural muito mais forte, as gerações ouvem de tudo. É muito comum filhos ouvindo artistas que os pais gostavam na juventude. Também é visível a diminuição de preconceitos e estereótipos em relação a estilos diferentes e novos.
Segundo o All About Music, estudo sobre o papel da música na vida dos brasileiros, realizado em 2017 pelo portal de música Vagalume, os brasileiros têm aprendido, por exemplo, a curtir shows de todos os ritmos e estilos. Quatro entre 10 pessoas vão a um ou mais shows por mês. Cerca de 59% dos entrevistados curtem os shows de sertanejo, 57% os espetáculos de Pop, 53% o Eletrônico, 41% o Rock e 32% o Funk, entre outros estilos.
Por conta disso, na publicidade de áudio digital, o que se compra não é mais o espaço publicitário em si, mas o perfil da audiência. E é essa audiência que irá render ganhos a quem decidir investir em publicidade. Para se ter uma ideia da grandiosidade desse mercado, segundo pesquisa da Edson Research que acompanha a evolução do áudio digital desde 2.000 mais de 60% de toda população americana escuta rádios digitalmente todo mês, no Brasil já são mais de 60 milhões de ouvintes.
É importante ressaltar que só o áudio digital permite uma segmentação refinada dessa audiência, por demografia, geolocalização, conexões sociais, interesses pessoais, estilos musicais favoritos, hora do dia e até device, algo impossível de atingir 100%, por exemplo, nas rádios analógicas.
Especialistas reconhecem que o áudio digital está presente no cotidiano de boa parte da população, de forma orgânica, contextualizada e imersiva. Usando de maneira correta esse canal, as marcas podem estabelecer conexões relevantes e emocionais com os consumidores.
Segundo o recente estudo Playbook Audio Advertising – A nova fronteira da publicidade mobile, o consumo de áudio digital está em crescimento no mundo todo. A audiência global mensal fica hoje entre 600 milhões e 900 milhões de pessoas, segundo estimativas de analistas da indústria. Já um report da XAPPmedia indicou que, de aproximadamente um bilhão de ouvintes globais de streaming, nove entre dez (entre 89% e 91%) escolhem plataformas que permitem a veiculação de propaganda.
Nos EUA, segundo projeções do eMarketer, os investimentos em áudio digital vão passar de 15% do orçamento total destinado ao áudio em 2015 para 25% em 2018. Estudo do mesmo eMarketer com a BIA Kelsey apontou que, apenas no EUA, a receita das rádios na internet com publicidade vai passar dos US$ 2 bilhões em 2014 para mais de US$ 4 bilhões em 2017.
Com as ferramentas de mensuração disponíveis, os profissionais de marketing podem estimar se realmente estão atingindo o público escolhido, quantos usuários ouviram seus anúncios e até quantos reagiram a eles. Enfim, se o investimento está valendo à pena.
Se em algum momento, alguém imaginou que os anúncios em áudio iriam diminuir ou até acabar por conta das novas tecnologias, o engano foi muito grande. Com a evolução da publicidade digital os anunciantes perceberam, cada vez mais, a dimensão e a influência desse canal. Assim, apostar nesse tipo de publicidade é uma estratégia vital para os negócios. Não perca tempo.
é sócio-diretor da RedMas e possuiu mais de 20 anos no mercado digital nas áreas de tecnologia e vendas, desenvolvendo projetos na internet desde 1997.
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