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A psicologia das curtidas no Facebook

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Clique, clique, clique. Curta, curta, curta…

Não me diga que você nunca fez isso. O seu cérebro entra no piloto automático, seus olhos estão vidrados, você vai passando e passando o seu feed infinito do Facebook, curtindo fotos, atualizações, status e links de sites aleatórios.

Isso é a mídia social em seu ápice, hipnotizando-nos com um excesso vazio de coisas. Mas todos esses artigos que prometem “explodir a sua cabeça” talvez não estejam fazendo muito bem à sua mente.

O seu cérebro no Facebook é um prodígio. Mas o que está realmente acontecendo na sua massa cinzenta enquanto você olha fixamente para a tela, vai passando os posts e clicando? O que está afetando as suas sinapses? O que está sendo guardado na sua memória?

 

Em resumo, qual é a psicologia das curtidas no Facebook?

Quero responder a essa pergunta, mas eu não estou aqui para te servir pequenas curiosidades psicológicas e confortáveis pedaços de senso comum. Estou aqui para te entregar resultados.

Eis a questão: quando você compreende a psicologia das curtidas de Facebook, você pode utilizar esse conhecimento avançado para  melhorar o seu marketing online. Conhecer os processos mentais por trás da rede social mais popular do mundo vai te dar uma vantagem em relação aos seus competidores.

Conheça a psicologia e então tire proveito disso para ganhar um poder de marketing instantâneo. Aqui estão os cinco pontos que você precisa conhecer da psicologia das curtidas no Facebook.

 

1. A curtida é uma forma de reconhecimento

Vá ao Facebook. Clique no botão de curtir.

O que você acabou de fazer? Você realizou um gesto humano de reconhecimento. Isso foi uma interação social entre duas ou mais pessoas.

Eis o que o psicólogo Dr. Larry Rosen escreveu para o Psychology Today:

A “curtida” é um exemplo do que eu chamaria de “empatia virtual”. Nós sabemos o que significa ter empatia para com alguém: ter a habilidade de compreender e compartilhar o estado emocional ou o contexto de outra pessoa.
Quando você clica no botão de “curtir”, você está se comunicando com outro ser humano. O que você está comunicando? Você está reconhecendo-o de alguma forma.

Não é que você necessariamente está curtindo – no sentido de gostar. Ao invés disso, você está reconhecendo. Você está dizendo “Estou vendo. Eu compreendo. Estou aqui”.

 

2. O ato de curtir é uma forma de tentar conseguir capital social

Quando nós curtimos no Facebook, o que na verdade estamos tentando fazer é conseguir capital social.

E o que é capital social? De acordo com uma definição tediosa de dicionário, capital social é:

A rede de conexões sociais que existe entre as pessoas, seus valores compartilhados e suas regras de comportamento, o que torna possível e encoraja uma cooperação social que é mutuamente benéfica.

No mundo da internet, um mundo tecnológico, plugado e online, as conexões sociais ocorrem no ambiente virtual. A conclusão que se segue é a de que as transações de capital social vão acontecer online, também. E, portanto, é possível deduzir que a “cooperação social mutuamente benéfica” ocorre quando você clica em “curtir”.

Essa não é uma conclusão forçada. Quando você se dá conta de que as interações sociais ocorrem online, e que uma das principais ferramentas dessa interação é a “curtida”, isso passa a fazer sentido.

Curtir ajuda as pessoas a gerarem capital social nas suas interações online.

 

3. A curtida serve para afirmarmos quem nós somos

Seria fácil perceber o ato de curtir como algo que afeta apenas a pessoa que está sendo curtida. Mas há algo mais aí.

A curtida se tornou muito mais do que uma simples reação positiva em relação a um post ou a uma atualização; ela evoluiu para se tornar também um comentário sobre a pessoa que a realiza.

Se você curte um status com o qual você concorda, você está publicamente admitindo e expressando essa concordância pelo simples clicar de um botão. É uma mensagem para nós mesmos de que isso é o que nós somos, isso é a coisa com a qual concordamos.

Você é o que você curte. Isso não é apenas uma especulação psicológica arbitrária. Na verdade, esse é o modo de funcionamento que está por trás da gigantesca monetização do Facebook. O Facebook te mostra publicidade e organiza o seu feed com base naquilo que você curte.

Na recente revelação do funcionamento do algoritmo do Facebook feita pela Time ele foi explicado assim:

A estreia do botão de “curtir” em 2009, que permitiu que os usuários dessem a sua aprovação para conteúdos específicos pela primeira vez, auxiliou o feed de novidades a aprimorar o conhecimento de quais histórias as pessoas realmente gostavam. O quão próximo você é de uma pessoa é uma informação cada vez mais importante, que é medida pelo quanto você curte os posts dessa pessoa.

Pesquisas científicas têm comprovado isso. O Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) publicou um estudo com quase 60 mil usuários de Facebook e chegou ao seguinte resultado:

Ao alimentar um algoritmo com as “curtidas”  das pessoas, com as informações escondidas nas listas de suas coisas favoritas, foram capazes de predizer se alguém era branco ou afro-americano com 95% de precisão,  se eram gays do sexo masculino com 88% de precisão e até identificar os participantes como republicanos ou democratas com 85% de precisão. A lista de “curtidas” foi capaz de predizer o gênero com 93% de precisão e a idade pôde ser determinada de forma confiável em 75% das vezes.

Quem você é como pessoa pode ser determinado por meio daquilo que você curte no Facebook.

 

4. O ato de curtir é um esforço para se obter um feedback psicológico

Se nós curtimos o status ou a foto de alguém, então nós estamos implicitamente solicitando que elas façam o mesmo. Todos gostam de ganhar um like.

Um artigo do Psychology Today diz o que poucos de nós admitimos:

Quanto mais likes você conseguir, mais amado você se sentirá.

Sim. Você já sentiu isso? Ooh – 10 curtidas. Wow – 25 curtidas. Que legal – 100 curtidas! Eu sou demais – 200 curtidas!

Nós gostamos de receber curtidas e a quantidade numérica dessas curtidas é tão importante quanto a qualidade. Nós gostamos disso porque nós queremos ser curtidos.

Mas e se nós não recebemos as curtidas que desejamos? E se o nosso status passa batido? Aquela pequena atualização de status é uma extensão do nosso ser e quando ela é negligenciada nós nos sentimos pessoalmente ignorados.

O CNet coloca essa questão em termos fortes:

Ser ignorado no Facebook é o inferno psicológico. Você o vai ao Facebook para ver como as pessoas estão, vai? Você vai lá para obter algo crucial para o seu bem-estar.

Nós curtimos pelo mesmo motivo pelo qual nós vamos para a balada, pra festas e saímos com os amigos. É pelo feedback psicológico. Nós queremos ser apreciados, confirmados e reconhecidos por quem nós somos.

 

5. A curtida muitas vezes é um substituto para níveis mais profundos de interação

A curtida tem muitos aspectos positivos, mas possui alguns negativos, também.

Um desses aspectos negativos é o desgaste dos níveis mais profundos de interação. O New York Times descreveu o modo como as mídias sociais tomaram o mundo de assalto como “A Fuga da Conversação”.

Curtir é fácil. Basta realizar um clique.

Conversar é mais difícil. O ato envolve escrever, falar, contato visual e uma quantidade substancial de tempo. Ter relacionamentos e manter conversas dá trabalho. Com todos esses amigos de Facebook que você possui, é difícil ter tempo para cultivar essas relações mais profundas.

Dar uma curtida é muito mais fácil. A curtida é uma forma de engajamento social livre de riscos. É uma conexão sem compromisso.

 

Conclusão

E o que faremos com esses reluzentes insights psicológicos?

Não se deixe afundar em depressão. Não saia do Facebook. Não acuse as pessoas de serem patéticas. Apenas reconheça como são as coisas e tire o melhor proveito disso.

Eis aqui algumas lições que vão impulsionar as façanhas do seu marketing:

Conheça o seu público alvo: as dores deles, suas tendências e preferências. Entenda com quem você está se conectando no Facebook. Tente conhecer mais do que os seus dados demográficos. Tente intuir a composição psicográfica deles e as suas motivações mais profundas.

Com esse conhecimento aprofundado, faça post de coisas que vão encontrar alguma ressonância neles. Lembre-se que eles expressam quem são por meio das curtidas. Eles estarão mais propensos a curtir coisas com as quais eles se sentem seguros.

Dê um feedback. Todos gostam de ser curtidos e, portanto, vá até eles e se conecte com os seus seguidores e as pessoas que te curtem. Dê-lhes o capital social e o senso de afirmação que eles almejam.

O Facebook possui mais profundidade psicológica do que qualquer um de nós jamais parou para prestar atenção. Da próxima vez que você clicar em curtir, pense no que você está fazendo, e então aplique as lições da sua autoanálise no modo como você utiliza o Facebook como uma ferramenta de marketing.

 

O que a sua experiência te ensinou sobre a psicologia da curtida? Conte para nós nos comentários.

é o co-fundador da CrazyEgg, Hello Bar e KISSmetrics. Ele ajuda empresas como a Amazon, Facebook, Google, HP e Yahoo a crescer sua receita. Forbes diz que ele é um dos 10 melhores profissionais de marketing on-line, e Entrepreneur Magazine diz que ele criou uma das 100 empresas mais brilhantes do mundo. Neil foi reconhecido como um dos 100 mais importantes empreendedores com idade inferior a 30 anos pelo presidente Barack Obama. Acesse o site dele em português: http://neilpatel.com/br

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