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Vale a pena comprar seguidores nas redes sociais?

(Artigo originalmente publicado no site www.deniszanini.com.br)

Nos meus cursos, consultorias e palestras, é comum eu ser indagado se vale a pena comprar seguidores nas mídias sociais.

Para quem não sabe, existem sites que vendem seguidores, curtidas e até visualizações de vídeos no Youtube. Algumas pessoas chegam a vender esse tipo de serviço até no Mercado Livre.

Tudo é muito fácil, rápido e barato (é possível adquirir 200 mil views no Youtube por R$ 65). A pessoa escolha o pacote que deseja (por exemplo, 10 mil fãs no Facebook), efetua o pagamento por meio de cartão ou boleto e pronto. Em alguns dias o resultado da compra poderá ser verificado na página da empresa.

Mas será que vale mesmo a pena comprar seguidores? Em público, muitos consultores repreendem tal atitude. No privado, outros tantos não condenam. Mas com o tempo fui percebendo que uma boa parte jamais havia passado por essa experiência para dar um posicionamento assertivo.

Para tirar de vez essa dúvida, há alguns meses resolvi fazer um teste: comprar seguidores para uma conta recém criada no Twitter, a do Social 175, o programa de entrevistas sobre marketing digital que apresento ao lado do ninja dos geeks Sandru Luis.

A empresa escolhida foi a Dominação Social. Eles comercializam seguidores, curtidas e views para Facebook, Twitter, Instagram e Youtube. Todos os seguidores, segundo eles, são pessoas verdadeiras.

Na época, gastei R$ 65 por 5 mil seguidores, pago no cartão de crédito.

Em 5 dias, os 5 mil seguidores apareceram como um passe de mágica na conta do Social 175

Fui então verificar que eram esses seguidores. Havia todo o tipo de perfil, mas uma coisa me chamou a atenção logo de início: eram todos estrangeiros.

Procurei, procurei, procurei e nada de encontrar um compatriota.

Resolvi usar então o FollowerWonk, uma ferramenta de análise de Twitter, para descobrir o paradeiro dos meus seguidores. Para minha surpresa a ferramenta não conseguiu ter acesso nem aos dados públicos das contas do seguidores.

Ou seja, era como se aquela massa de seguidores estivesse locada em outro lugar e “emprestada” para mim, como um truque visual.

Bom, passei então a postar informações sobre o programa. Zero de interação. Como se tratavam de estrangeiros, passei a publicar também em inglês. De nada adiantou. Não obtive nenhuma mensagem ou retuíte.

Para piorar, comecei a reparar algumas semanas depois que o número de internautas estava diminuindo. Sim, os 5000 seguidores haviam passado para cerca de 4.200.

E a contagem retroativa não parou mais. Dia a dia, semana a semana, mês a mês, o seguidores passaram a sumir.

Hoje, cerca de 6 meses depois, o Twitter do Social 175 conta com 29 seguidores (legítimos). Todos os que foram comprados estão em lugar incerto.

Ou seja, a compra dos seguidores foi uma experiência extremamente frustrante, com zero de retorno.

Pode ser que algumas pessoas já tenham tido “êxito” em adquirir esse serviço de outras empresas. Mas é preciso levar em consideração o seguinte: qual o grau de engajamento que esses seguidores trazem?

No começo, o cliente pode até ficar feliz ao perceber o grande número de seguidores, mas ficará decepcionado quando reparar que suas mensagens não geram nenhum tipo de contrapartida.

E mídia social é interação, troca de experiências. Sem isso, tudo perde o sentido.

Dessa forma, a conclusão desse teste é que comprar seguidores, curtidas ou visualizações de qualquer empresa não vale a pena.

*Denis Zanini é CEO da Ynusitado Digital Marketing Intelligence

Priscilla foi Gestora de conteúdo na Digitalks, atuou em grandes agências, além de empresas nacionais e multinacionais, como Red Bull, com Marketing e Mídias Sociais. Foi editora-chefe da Revista Digitalks por 2 anos, já escreveu revistas para grandes empresas como Samsung, além de vasta experiência em conteúdo social e cobertura de eventos. Entusiasta e amante da comunicação e do mundo digital, gosta de compartilhar tudo que vivência e aprende. Acredita que dessa forma, o mundo vai ser cada vez mais pensante e atuante.

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