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O perfil do novo profissional de mídia

Já passamos do tempo em que o profissional de mídia era “apenas” o canal de relacionamento entre a marca (agência) e os veículos. Hoje a profissão tem exigido, ainda mais, que o analista de Mídia tenha contato com áreas e profissionais que até pouco tempo não eram exploradas ou não faziam parte de seu cotidiano, como desenvolvedores ou profissionais que lidam com números: estatísticos, físicos ou engenheiros, apenas para citar alguns exemplos. Sim, essas conexões já fazem parte da realidade do analista de mídia, muito por conta da necessidade de desenvolver estratégias com foco no digital que, na grande maioria dos casos, exige resultados imediatos.

Essa informação apresenta um cenário inevitável: a profissão passa a cada dia entrar mais fundo no digital.

Uma pesquisa conduzida pelo eMarketer, empresa especializada em pesquisas sobre o mercado digital, projeta que em 2017 os investimentos em TV nos EUA serão de US$ 77,37 bilhões (35,8% de todo o investimento em mídia disponível para o ano). Enquanto isso, a verba destinada ao digital será de US$ 72 bilhões (38,4% do investimento de mídia disponível para o ano).

Mesmo este sendo um retrato do cenário americano, é inevitável que isso acabe influenciando o nosso país. E o que isso quer dizer? Que estamos caminhando para um cenário histórico, em que outra iniciativa de divulgação ganha mais espaço que o budget disponível para a TV, que durante muito tempo consumiu boa parte das verbas de publicidade.

Esquecer de veículos tradicionais? Não, eles ainda terão seu valor com o passar do tempo, mas as marcas têm cobrado resultados mais diretos, relacionados não só ao ROI, mas à receita em si, e os canais digitais propiciam isso. Desta forma, o profissional de mídia que não estiver preparado para desenvolver estratégias online, certamente perderá espaço.

Mas o profissional de mídia – ou o novo profissional de mídia – precisa se ater a alguns outros pontos que impactarão diretamente sua rotina, destacamos alguns deles:

 

De olho na programática

A programática tem mudado a forma como as agências e marcas “consomem” mídia – e também como os publishers comercializam espaços. Embora seja uma área que envolva engenheiros e outros profissionais da área de exatas, ainda existe espaço para o especialista em mídia, formando em comunicação, que é quem irá dar os direcionamentos sobre o target e perfil do cliente que se espera alcançar. Por esse motivo, é importante entender pelo menos o básico desse método. E acredite, não é só se limitar a um “já ouvi falar”, é preciso buscar conhecimento e entender do que se trata uma DMP, DSP, Network ou Exchange. A tendência é que uma parcela significativa dos investimentos em mídia sejam canalizadas para esse método no decorrer dos próximos anos.

 

Dados, dados e mais dados

Em outros tempos o mídia kit dos veículos já era suficiente para justificar os investimentos em um canal, mas hoje as análises de dados são fundamentais. Por meio do cruzamento de informações, sobretudo com Big Data, é possível ser assertivo e entregar o anúncio baseado no comportamento do cliente. O profissional de mídia tem como dever de casa entender conceitos de SQL, ou, no mínimo, ter alguém na equipe que seja capaz de criar bases consolidadas e altamente segmentadas para que os resultados das campanhas sejam cada vez mais eficientes – e isso inclui a escolha do canal certo, no momento mais apropriado.

 

Fique atento aos novos “Facebooks”

Facebook surgiu e com o passar dos anos se consolidou, concentrando uma boa parte dos investimentos das marcas. É preciso estar de olho em “novos Facebooks” e entender como eles funcionam logo no início – mesmo que seus formatos mudem como o passar do tempo. Por exemplo, estamos lidando com uma alta do Snapchat. Você já planejou usar esse aplicativo como canal? Com o sim ou com o não, é necessário saber pelo menos como a ferramenta funciona e quanto custaria fazer uma campanha ali. Teste todas e novas formas de comunicação e entenda como elas funcionam, mesmo que nunca sejam utilizadas, pois isso irá criar perspectivas que abrirão novas portas e formas de expor a marca.

 

O streaming pode substituir a TV? Não importa, você precisa entendê-lo

Hoje os serviços de streaming como o Netflix, por exemplo, já planejam oferecer modelos que envolvam anúncios. O que será um caminho natural. Estar atento a eles e já planejar meios de utilizar esses serviços de forma estratégica deve estar no seu radar. Veja o Spotify: ele já possui esse modelo e atrai vários anunciantes, em diferentes formatos, seja com spots ou playlists exclusivas. Você precisa entender quem está no canal, se faz parte do seu target e consultar o valor de investimento.

Claro, esses são somente alguns pontos, existem outros além destes e logo surgirão novos, mas é preciso estar atento às tendências e entender que o profissional de mídia é cada dia mais fundamental. Entretanto, ele precisa possuir conhecimentos que vão além do lado humano ou relacionamento e que envolvam também algumas noções de estatística e banco de dados.

 

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é Co-fundador e Head da Admatic, maior plataforma de gerenciamento de campanhas online da América Latina. Formado em Administração de Empresas pela UFF – Universidade Federal Fluminense com MBA em Gestão Empresarial pela FGV – Fundação Getúlio Vargas. 5 anos de experiência na operação de e-commerce da TV Globo (Globomarcas.com) e 3 anos de experiência na Leader.com.br, responsável pela área de Marketing Digital. Professor de Links Patrocinados na Ecommerce School. Atualmente também exerce o papel de Head da B2WAdvertising, área de mídia da B2W que conta com o B2WADS como principal plataforma.

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