Quinta-feira, 02 de fevereiro de 2017
Antes de começar, muito prazer! 🙂
Conhece meu trabalho?
Sou Bruno Rodrigues, autor dos livros da série ‘Webwriting’ e do padrão brasileiro de redação online, ‘Padrões Brasil e-Gov: Cartilha de Redação Web’ – sim, existe um padrão brasileiro! –, que produzi para o Governo Federal. Em 20 anos de carreira treinei e prestei consultoria para mais de 50 empresas na área de Comunicação Digital.
O que eu faço com o conhecimento que adquiri durante tanto tempo? Divido o que aprendi com leitores e alunos, por isso, o foco desta coluna será levar a você, leitor, boas práticas, conceitos e tendências do mercado. E, claro, trocar ideias, também!
Assim, coloque na agenda: a cada dois meses é hora da coluna ‘Sr. Conteúdo’ aqui no Digitalks – neste meio tempo, aguardo você em meus perfis no LinkedIn, no Twitter, no Facebook e no Instagram, ok?
É com erros e acertos que caminhamos em uma carreira – mas há um erro em especial que pode se estender por vários anos e, este sim, ser fatal: basear toda uma trajetória profissional na ideia de que se sabe o bastante, não de que se sabe muito.
Aquele que acha que sabe o bastante se vê no topo da montanha. A partir dali, ele acredita, o que há a fazer é dividir com o mundo o que aprendeu. E só.
Quem sabe muito tem a exata noção de que se está no meio da estrada, e o que está adiante é tão ou mais precioso do que se tem na bagagem.
O erro mais comum – e fatal – do mercado de social media é o profissional acreditar que já sabe o bastante.
Não há espaço para essa visão no meio digital. Os conceitos de conteúdo e de público mudam a cada instante. Mais que isso: o conteúdo muda a cada público com que lidamos. É um cruzamento tão mutante e frenético que – acredite – não há como acompanhar cada transformação.
A chave para o equilíbrio entre ter a exata noção do que se sabe – muito, não o bastante – e manter a coragem de lidar, como for possível, com o que vem pela frente (e todo dia) está em, simplesmente, ser humilde. Em acreditar que, sim, você sabe muito, mas jamais saberá o bastante.
Aprendi a lição – e na marra – ao lidar com mídias sociais, o que me obrigou a pendurar o ego atrás da porta toda vez que aparece algo novo.
Deste recente ‘exercício de humildade’, já colhi alguns frutos. Veja o que aprendi:
Se na televisão ninguém mais acompanha uma trama toda noite, imagine encadeamento de posts de uma marca no Twitter. A não ser que seja um jornalista acompanhando um evento – e aí as hastags existem para isso –, sabe-se lá qual foi o último tweet que você postou? Assim, cada mensagem deve ter vida própria para fazer sentido. Lembre-se de que o tweet de uma marca que você representa é como um grão de areia na timeline dos públicos. É fato.
Passou na rua, levou um panfleto. Promoção de capas de celular a vinte reais. Duas horas depois, tchau promoção, adeus panfleto. Se sua ação no Facebook é como um panfleto de promoção de celular, está correto. Mas se sua mensagem precisa ser vista não apenas agora, mas daqui a duas horas, depois de amanhã ou mês que vem, esqueça. Uma fanpage é como uma grande rua movimentada em que posts são sempre como panfletos que simplesmente passam e desaparecem – e, muitas das vezes, não é isso que se quer. Cuidado!
Não é de hoje que pesquisas demonstram que nossos públicos vão ao Instagram para relaxar, não para debater. Ou publicam suas imagens ou se deleitam com as imagens dos outros. Portanto, uma imagem publicitária, a paga em especial, é um enorme ruído na timeline de quem segue o perfil de uma marca. Por isso entenda o meio: Instagram não é mídia para outdoors, mas um lugar para contar histórias e para surpreender com imagens. O foco é interromper para atrair – nada menos que isso.
Faça a cobertura ao vivo de um evento, crie curtas-metragens usando os recursos das ferramentas, transmita entrevistas com celebridades – as possibilidades são várias. Só não apele: um tour pela sede da empresa, o aniversário de um gerente, nada disso interessa a maior parte do público. Seguir o perfil da sua marca nas mídias sociais é um favor que seu público está fazendo a você. Aceite!
Na próxima coluna começo a destrinchar cada uma destas mídias, dividindo o que aprendi e aprendendo com vocês – e então, o que achou da ‘Sr. Conteúdo’?
Consultor e professor, especialista em Informação para a Mídia Digital. Autor dos livros 'UX Writing: Principios y Estrategias' (Espanha, 2020), 'Em busca de boas práticas de UX Writing' (Brasil, 2019) e 'Webwriting: Pensando o texto para a mídia digital' (Brasil, 2000) - as primeiras obras em língua portuguesa e espanhola sobre Webwriting e UX Writing - e de 'Webwriting: Redação & informação para a web' (Brasil, 2006) e ‘Webwriting: Redação para a mídia digital’ (Brasil, 2014). Produziu para o Governo Federal o padrão brasileiro de redação online, 'Padrões Brasil e-Gov: Cartilha de Redação Web', documento que completou uma década em 2020. Em mais de vinte anos já prestou consultoria e ministrou treinamentos em Webwriting, UX Writing e Arquitetura da Informação para quase 90 empresas do Brasil e do exterior.
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