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Marketing é razão ou emoção?

Hoje, saber lidar com números e cálculos, deixou de ser um diferencial para se tornar um pré-requisito

 

Imagem. Contorno de o rosto de uma pessoa com traços que representam o nariz e a boca. Na frente dela duas peças de quebra-cabeça. Uma delas tem um coração vermelho em cima a outra tem um cérebro amarelo.

Marketing é mesmo uma área de humanas? Há controvérsias. Quando eu entrei na faculdade, em 2010, ouvi muitos colegas da turma dizerem que tinham escolhido o curso de Comunicação por não serem amigos dos números.

Também nunca fui, mas esse não foi o motivo de eu ter me inscrito no vestibular. Desde as aulas de redação no ensino médio ouço que sei muito bem contar histórias que encantam. Acreditei nas minhas ex professoras e cá estou/sou: redatora.

Na faculdade vi poucas matérias que envolviam números, apenas marketing (superficialmente) e mídia, se não me engano. Como sempre me “bandiei” para o lado da criação, continuo repetindo a frase “não sei fazer contas porque sou de humanas”, como uma bela desculpa para minha falta de habilidade com cálculos.

Nos últimos anos tenho acompanhado de perto o boom do Marketing Digital e ainda não concluí se acho fascinante ou assustador.

Em todos os eventos que frequentei recentemente vi profissionais da área com sede de aprender a calcular CTR, CR, ROI ou ROAS, analisar cada vez mais precisamente os gráficos e apresentar relatórios de métricas para mudanças de estratégia.

Hoje, saber lidar com números e cálculos, deixou de ser um diferencial para se tornar um pré-requisito.

Eu reconheço que isso é o pulmão do marketing, o que faz com que as empresas respirem financeiramente, mas, pisciana que sou, tenho sentido falta do coração das campanhas: o texto.

Durante um bom tempo me martirizei pela falta de aptidão para a área, até que (dentre uma série de insights em 2018), li uma manchete falando que o VP de mkt do Mc Donalds havia sido demitido por conta de uma crise criativa. Roberto Gnypek era um dos nomes mais fortes da companhia há 15 anos.

A matéria dizia que a rede de fast food perdeu-se em sua própria estagnação e foi obrigada a assistir grandes concorrentes engolirem parte de seu share.

Pesquisa da Ipsos sobre saúde de marca, realizada neste ano, mostrou que 35% dos consumidores de fast food do Brasil preferem Burger King. Neste cenário, McDonald’s fica em segundo lugar com 31% (…)”, revelou o portal Geek Publicitário.

Cadê o bêabá, galera? Por onde anda a magia da nossa profissão? Será que os números dominaram o marketing a ponto de os profissionais não darem mais valor às palavras?

Tudo é data-driven. Isso basta?

Fico imaginando se todas as campanhas do Olivetto que levaram Leões de Ouro fossem veiculadas atualmente com o auxílio do marketing digital. “Quebrar a internet” que fala, né?!

Sobre a pergunta-título deste artigo, marketing é inspiração e transpiração. Coração e cérebro caminhando juntos.

Se quer saber minha opinião, pra mim a balança pesa mais para o fator “emoção” sim.

Devemos fazer o arroz com feijão (nível Masterchef, claro), deixando o tempero por conta do conceito/texto, em seguida da identidade visual, afinal, além de saborosa a comida tem que ser bonita.

E aí sim partimos para essas poderosas ferramentas do marketing digital, fazendo com que esse prato chegue à mesa dos consumidores.

Termino este ano com consciência da importância da redação no marketing e espero que o tema esteja mais presente nas discussões sobre a área em 2019.

Fazer com que as pessoas se apaixonem por uma marca pode ser muito mais desafiador do que simplesmente chegar até elas.

Já parou pra pensar nisso?

 

é redatora publicitária, graduada em Jornalismo e Publicidade e Propaganda, Pós-Graduada em Gestão da Comunicação e Marketing. Atua há sete anos na área da Comunicação Social. Teve experiência em produção de TV, assessoria de imprensa, redação publicitária para todos os tipos de mídia durante o período em que trabalhou em agência. Atualmente é Analista de Marketing da Apiki WordPress e está por trás das estratégias de comunicação e Marketing Digital da produtora. A única publicitária (e mineira!) que odeia café.

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