Quarta-feira, 26 de março de 2014
Quando o Facebook anunciou que alteraria seu algoritmo para privilegiar conteúdo de alta qualidade e dar menos peso para os memes na hora de mostrar atualizações para o público, houve muita polêmica sobre o que seria o tal ‘conteúdo de qualidade’.
Muita gente reclamou e muitas páginas de empresas viram o alcance de seus posts cair. Empresas que haviam investido um bom dinheiro para conseguirem novos likes em suas páginas foram confrontadas com a necessidade de agora pagar para que suas mensagens chegassem aos milhares, ou até milhões, de pessoas que haviam curtido a página por meio de anúncios.
Mas por que o Facebook nos apunhalou pelas costas assim?
Há cerca de três anos, antes de a rede social de Zuckerberg explodir no Brasil, cada pessoa tinha, em média, 140 amigos. Hoje, cada usuário tem mais de 300 amigos e curte 40 páginas, em média. Na época, havia menos gente e menos empresas presentes no Facebook, portanto, menos atualizações eram publicadas diariamente.
Com a popularização da rede social, que chegou a 83 milhões de usuários mensais no Brasil em 2013, a competição pelo espaço cresceu. São bilhões de novas histórias criadas diariamente por pessoas, páginas e grupos, incluindo atualizações de status, postagens de fotos e vídeos, participações em eventos, comentários e likes.
Estima-se que cada usuário receba 1500 atualizações todos os dias. Se todo mundo realmente visse todos esses posts, a qualidade da experiência dos usuários cairia muito. Por isso, o algoritmo do Facebook filtra esse conteúdo e seleciona cerca de 300 atualizações de amigos, páginas e grupos para serem mostradas diariamente a cada pessoa.
Essa seleção, segundo o próprio Facebook, é feita com base em mais de mil fatores, como a frequência e grau de interação entre um usuário, amigos e páginas. Além disso, o algoritmo do Facebook passou a privilegiar posts com links e com conteúdo de qualidade, como artigos e notícias, em vez de somente imagens.
Com isso, as páginas passaram a ter duas possibilidades para aumentarem o alcance de seus posts: investir na qualidade de seu conteúdo e pagar para aumentar o número de pessoas impactadas.
O que é conteúdo de qualidade?
Assim, como acontece com o Google, o lucro do Facebook vêm, principalmente, dos anúncios feitos pelas empresas. Para que empresas tenham interesse em anunciar, elas precisam ver o retorno de seu investimento. Para haver retorno, é preciso que haja audiência e que essa audiência se interesse pelo que está sendo mostrado, o que, nesse caso, significa muitos usuários clicando em links. Para que as pessoas continuem acessando o Facebook e tendo interesse no que encontram ali, é preciso que o conteúdo seja realmente interessante, útil, relevante. Por isso, assim como o Google, o Facebook tem interesse em mostrar conteúdo de alta qualidade para seus usuários.
Se você acessa o Facebook diariamente e vê apenas piadas, memes, e imagens de marcas do tipo ‘se você gosta de vermelho, curta, se gosta de azul, compartilhe’, mais cedo ou mais tarde vai perder o interesse em acessar a rede social.
Por outro lado, acredita-se que se recebe notícias sobre assuntos pelos quais se interessa, artigos sobre sua área de atuação, ou posts que receberam comentários de seus amigos gerando discussões das quais você pode querer participar, há muito mais chances de que passe a vê-la e a usá-la como uma referência para manter-se informado e acesse com frequência.
No final das contas, conteúdo de qualidade é aquele pelo qual seu público se interessa e sobre o qual sua empresa pode oferecer mais informações, tornando-se útil para as pessoas, principalmente por meio de artigos e notícias em seu site ou blog ou dados em outros formatos, como vídeos, apresentações, infográficos, etc.
Não é apenas propaganda e não são posts que seguem fórmulas prontas para estimular a interação sem levar valor ao público. Por isso, com as atualizações dos critérios de classificação de posts, muitas páginas que apelavam para esse tipo de estratégia sentiram-se prejudicadas, enquanto páginas de sites de notícias ou com conteúdo informativo viram o tráfego referenciado via Facebook duplicar ou triplicar.
Como marcas se tornam provedoras de notícias
Outro fator que interfere na mudança do tipo de conteúdo oferecido pelas marcas é a necessidade de publicar sempre novidades que não tenham cara de propaganda. Empresas que querem apenas empurrar seus produtos para os fãs acabam perdendo pontos com usuários e, consequentemente, com o Facebook.
Por isso, cada vez mais, empresas vêem a necessidade de alimentar um blog ou uma seção de notícias dentro de seus sites. Usar a estratégia de associar conteúdo editorial a seus produtos e serviços ou prover informações e análises de mercado, posicionando-se como especialistas no segmento em que atuam, ajuda a trair leitores, conquistar a confiança, estimular a interação e os compartilhamentos e, no final, transformar visitantes em clientes.
O melhor investimento é no seu conteúdo
A partir do momento em que uma empresa oferece em sua página no Facebook conteúdo de qualidade que tenha a ver com a sua área de atuação e que seja capaz de atrair pessoas com potencial real de tornarem-se clientes, terá mais chances de ter bons resultados se decidir investir em anúncios para aumentar o alcance de suas mensagens.
Isso pode ser feito por meio do investimento na promoção dos posts. Esse tipo de propaganda gera anúncios em formato semelhante ao do conteúdo orgânico, que podem ser curtidos, compartilhados e comentados, como qualquer outro post. Assim, quando um usuário interage com um anúncio nesse formato mostrado em seu feed de notícias, o post passa a se espalhar organicamente e chega também a seus amigos. Dessa forma, algumas impressões pagas podem se transformar em milhares de impressões orgânicas.
Além de aumentar o alcance do conteúdo, anúncios nesse formato acabam atraindo um público extremamente qualificado, pois são pessoas realmente interessadas nas informações divulgadas pela página da empresa. Portanto, se a empresa investe na criação de conteúdo que tenha a ver com seus produtos, essas pessoas têm grandes chances de serem potenciais compradores ou clientes.
Estrategista de comunicação especialista em conteúdo, trabalha há 12 anos com posicionamento de empresas no ambiente digital. Super curiosa, estuda incansavelmente tudo o que tem a ver com o assunto. Na Tailor Made Content, cria estratégias de conteúdo e reputação digital para empresas.
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