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Busca por voz: a nova obsessão digital

Até 2020, 50% de todas as buscas serão realizadas através de voz

 

Revelando-se um fenômeno inacreditavelmente instigante, a busca por voz desponta como um a gente de transformação que está impactando todo o mercado e está se tornando o próximo objeto de obsessão do qual todos vão falar. Podemos até traçar um paralelo com o que foi a grande onda do mobile: há aproximadamente uma década, nas conferências de digital/marketing muito se ouviu sobre “2007 o ano do mobile”, “2008 o ano do mobile” e assim por diante. Só recentemente o mobile foi consolidado e incorporado nas estratégias, deixando de ser “tema do ano” ou ainda estar sujeito a uma grande ruptura.

A busca por voz tende a evoluir de uma forma semelhante. Neste instante, estamos começando a ver alguns players atuando no front, iniciando a exploração de todo o potencial que ela pode atingir. É bem provável que, de agora em diante, nas grandes conferências do setor, surjam palestras sobre a busca por voz elegendo o período corrente como “O Ano da Voz”. É uma daquelas verdades irrefutáveis, mas que as pessoas ainda não se deram conta, e sabemos o quanto será importante.

Empresas especializadas em tendências na internet como a Mary Meeker estimam que, até 2020, 50% de todas as buscas serão realizadas através de voz, sinalizando seu peso, para que os profissionais de marketing busquem formas de integrar voz aos seus planos nos próximos anos.

 

Como se preparar para esta nova realidade?

Há algumas formas simples de começar agora mesmo.

Se você pensar na natureza da busca por voz, ela é, por definição, uma consulta mais extensa, com mais palavras-chave e com mais jeito de uma conversa. Atualmente, ao realizar uma busca “clássica” no Google, Bing, Yahoo ou qualquer outro mecanismo, acabamos alterando um pouco nosso jeito, como usuários, para nos adaptar à forma como os mecanismos de busca e os algoritmos funcionam.

Sendo assim, por exemplo, se você está procurando por opções para o feriado e você quer ir para Jericoacoara, você sabe que a forma mais rápida de encontrar informações é meio robótica, ou seja, digitaria “feriado barato Jericoacoara” – afinal é conciso, curto e informa ao motor de busca o que está sendo procurado. Já na busca por voz, a forma é muito mais em tom de conversa, usando uma linguagem mais natural, com intenções embutidas. Neste caso, eu poderia dizer “Onde posso encontrar uma boa oferta para o feriado em Jericoacoara?”. É uma frase mais longa para realizar a consulta e que se caracteriza por uma linguagem mais natural, com nuances de intenção. Como profissionais de marketing, o desafio é pensar “como eu posso ajustar o que faço hoje para estar pronto para esta nova onda de pesquisas, que tende a ganhar cada vez mais espaço?” A chave é pensar na forma como as pessoas falam, e não na forma como elas digitam.

Do ponto de vista de SEO, é escrever o conteúdo de um jeito mais natural, ao invés de pensar isoladamente nas palavras-chaves. Algo importante para considerar é adequar o conteúdo atual para atender às consultas realizadas em linguagem natural, como por exemplo as FAQs, que ao invés de serem funcionais, deveriam ser redigidas pensando como realmente as pessoas vocalizariam essas perguntas, tornando o texto mais conversacional. É basicamente oferecer as mesmas informações, mas facilitando que sejam encontradas pelos mecanismos de busca.

Do ponto de vista de SEM, em termos práticos, é prestar atenção nas palavras-chaves usadas para fazer perguntas, pois as pessoas quando pedem informações às máquinas usando a voz, usam palavras como “o que”, “por que”, “quando”, “como”, “onde” e se estas palavras não são consideradas nas campanhas, é possível que se perca uma parcela considerável de tráfego. Outro ponto para considerar é que, na medida que as consultas são compostas de frases mais longas, é importante investir em correspondência ampla. Isso pode fazer os profissionais de marketing torcerem um pouco o nariz a princípio, pois seu instinto busca controle de cada detalhe e a correspondência ampla abre as possibilidades de desempenho de suas campanhas. Mas a verdade é que não há como antecipar todas as diferentes formas das pessoas fazerem estas perguntas mais longas. A correspondência ampla é uma das raras formas de capturar essas oportunidades, aumentando a visibilidade nos resultados de pesquisa.

Outra questão a ser levada em conta é que, com a possibilidade de ajustar o texto para voz, as marcas podem expandir sua presença para situações não necessariamente vinculadas a compras naquele exato instante. Se alguém iniciar uma pesquisa como “Chove muito em Jericoacoara em Abril?”, não significa necessariamente que vá fazer uma reserva naquele momento, mas se você puder responder essa pergunta no seu site, o mecanismo de busca poderia retornar com “de acordo com o site xxx.com.br a média de chuvas em Jericoacoara é …” e de uma forma sutil você já teria mostrado sua marca. Quando este usuário fizer a pesquisa para fazer reservas, haverá preferência pela marca com a qual já estiver familiarizado.

As marcas que estão aproveitando esta oportunidade são as que já estão acumulando aprendizados e desenvolvendo melhores práticas, e terão considerável vantagem quando houver o salto no volume destas buscas.

 

Este artigo foi produzido em parceria com: James Murray, EMEA Product Marketing Manager – Microsoft Bing

é Marketing Lead para América Latina de Microsoft SearchAdvertising. Com mais de 17 anos de experiência em marketing digital, tem atuado no planejamento e execução de programas de marketing com foco em resultados, em empresas de tecnologia e e-commerce como Dell e Americanas.com. Também foi professora universitária lecionando e-commerce e marketing digital em Porto Alegre - Rio Grande do Sul.

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