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Automação de Marketing

De Henry Ford e anúncios impressos, passando por Asimov até os robôs que regerão o Marketing Digital.

Na primeira metade da década de 1910 Henry Ford deu o primeiro passo para mudar os métodos de produção em massa com sua filosofia, o Fordismo. Estava lançada uma nova era da indústria. Seu modelo visava a otimização de custos por meio de uma linha de montagem em massa onde os operários trabalhavam em apenas uma parte do processo de manufatura. Em cinco anos de aplicação esse modelo possibilitou a entrega, pela Ford, da incrível marca de 2 milhões de automóveis produzidos por ano. Mas como o próprio Henry dizia; “É possível produzir automóveis de todas as cores, desde que sejam pretos.” Isso porque, em resumo, o modelo era inflexível.

Em meados do século XX, alguns anos após a segunda guerra, o Fordismo, que já estava difundido por todo o mundo. Foi quando neste momento que os primeiros impactos negativos da sua inflexibilidade surgiram. Com falta de personalização e extensão na linha dos produtos manufaturados muitos consumidores se declararam insatisfeitos pois todos queriam um carro mas estavam cansados das poucas opções, e como dizia Asimov; “Se o conhecimento pode causar problemas, não é a ignorância que nos fará soluciona-los”. É aqui se despontam as máquinas automotas, robôs, que começaram a se popularizar e garantir otimização de resultados a longo prazo. Longo prazo pois, precisava de um aporte maior na fase implementação, que por sua vez garantia a ampliação e diversificação dos produtos manufaturados. Esses foram anos dourados da indústria.

A General Motors foi a pioneira na implementação dos autômatos e por consequência ao fim dos anos 60, que também foram o fim dos anos dourados da indústria, superaram a Ford tornando-se a maior montadora do mundo. O Fordismo entrou em declínio e em 2007 foi oficialmente extinto. Mesmo assim, deixou um grande legado para a sociedade.

Se tu leste até aqui deve estar pensando se valeu a pena esse resumo do resumo dos últimos cem anos da indústria automotiva. Te garanto que sim!

Olhe para o momento que vivemos hoje no marketing como um todo. Há poucos anos saímos de um modelo, quase uma receita de bolo do marketing, onde basicamente se olhava os 4P’s do marketing, aplicavam-se fórmulas pré-escritas por Kotler e você já estava no caminho para um planejamento. Veja, não estou diminuindo o Marketing Off, até porque sem ele não estaríamos aqui. Mas esse é o Fordismo da nossa área. Você tem uma filosofia muito bem descrita, rígida e pouco personalizada, afinal, a maioria dos veículos são de massa e quase sempre (por mais interessante e revolucionária que a campanha “Meu Primeiro Sutiã” tenha sido) os planos são pretos, assim como os carros de Ford. Sufocando a possibilidade de personalizar a mensagem para o consumidor.

A internet veio e logo o Marketing Digital flexibilizou esses planos e entregas. Surgiram também novas vertentes como o Marketing Social, Viral, Social CRM, etc. E as coisas começaram a ganhar mais cor, mais dados, mais informações tangíveis, mais insights precisos e relevantes para empresas, agências, veículos e principalmente consumidores, que por sua vez começaram a interagir mais com as marcas e ceder suas informações de um modo mais rico e com maior facilidade que no off-line.

Conquistávamos um mundo à beira do ideal. Porém, diferente do fordismo, o Marketing Digital começou a exigir cada vez mais mão de obra qualificada, que sempre foi difícil de encontrar. Veio então o embate, a rentabilidade do digital. Na média o digital tem uma fatia menor que o mercado off-line (graças ao mito de na internet o custo é zero e o preço é somente em centavos). Isso se tornou um jogo desfavorável que fazia com que as contas de birôs, agências digitais, veículos, etc, não fechassem ao fim do mês.

Foi nesse cenário que alguns programadores, ah programadores, começaram a desenvolver softwares capazes de gerenciar esse enorme volume de dados. Ai entram os robôs do marketing digital, ou se preferir, os “bots” algorítmicos.

São esses “bots” que realizam a mágica da automação do marketing digital. Eles conseguem ler uma informação e decidir, por exemplo, qual o melhor bid (lance do mercado de publicidade online) ou como encaixar o consumidor X na régua de relacionamento em 90 milissegundos. Só para ter uma ideia, teu olho pisca numa velocidade de 400 milissegundos, ou seja, quatro décimos de segundo. Enquanto você piscou um “bot” tomou 4 decisões e com folga de tempo!

E quais são as decisões que eles tomam? Praticamente todas. Hoje podemos usar a automação em diversos níveis do marketing digital. Desde uma ferramenta de monitoramento, geração e gestão de leads, até nos badalados inbound marketing e mídia programática.

Agora você deve estar se perguntando o mesmo que os operários quando os robôs chegaram as portas das fábricas: Minha marca, meu cliente ou meu emprego está em risco? Sim e não. Como a história provou, quem não se adapta ao longo do tempo se extingue.

A automação de marketing significa entender e agir de forma personalizada e escalável com as pessoas que interagem com sua empresa nos diferentes canais online. É entender exatamente o interesse do lead e seu estágio de compra e dar a ele todas as informações que precisa e de formas atrativas. Trazendo assim, mais eficiência ao funil de conversão, com otimização dos custos, aumento das vendas e por consequência da receita.

O que levanta outra questão comum nos dias de hoje:

Já está na hora de investir nesse novo marketing?

E eu te respondo de dois modos.

  • Com fatos históricos: A GM foi a pioneira em investir em automação, o que assim como as ferramentas de automação de marketing de hoje teve um custo considerável na época. O que vimos acontecer no longo prazo? Os custos dos seus automóveis caíram, sua linha de produtos expandiu e se adequou as necessidades de diferentes tipos de consumidores e ao fim de uma década eles engoliram o líder. Esse pode ser você. Otimizando resultado, cortando custos, adaptando colaboradores tirando-os de funções operacionais e investindo em posições mais estratégicas e criativas que entreguem soluções diferenciadas e personalizadas a seus consumidores ou consumidores do seu cliente.
  • Com uma frase de Jay Stevens, VP da Rubicon Project: “Se você não é o primeiro a fazer, seja no mínimo o primeiro a melhor entender para agir rapidamente. Fique pronto e supere os pioneiros.”

Nas entrelinhas estamos falando de um setor que cresce 61% ao ano no Brasil e 78% na Europa e EUA, segundo dados da IAB. O que me faz defender que sim, você precisa sim avaliar a circunstâncias, mas não fique na retaguarda e muito menos defensivo. Aprenda ao máximo, se aprimore, conheças as melhores armas e teste-as. Encontre o sentido e sem perder tempo comece! Comece bem, faça bem feito, porque para superar quem queimou a largada fica mais difícil a cada dia que passa.

Por fim, te deixo uma pergunta: você prefere fazer história e trazer otimização de resultados ou ser quem perdeu a era de ouro e por não se adequar a tempo?

é Estrategista de Digital Marketing. Focado em performance, tem conhecimentos em diversas frentes, como: Programmatic Media (Open e Private Deals), Automação de Marketing, CRM por atribuição de score, Social Ads, Youtube, Google Adwords e Displays, Portais, Remarketing Dinâmico baseado e behavior marketing. Em oito anos de carreira desenvolveu projetos de comunicação online para Kimberly-Clark, Sanofi, Brasil Kirin, Hipermarcas, Itaú, entre outros. Atualmente à frente do núcleo de Mídia da iris worldwide, onde chegou após passagens pela Rocket-Internet GmbH e FastShop. Também desenvolveu projetos para BMW Mini Cooper, Itaú, Abril Educação, Oracle, Multiplus e Grupo Marfrig.

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