Terça-feira, 15 de novembro de 2016
Se você tem perfil em pelo menos uma rede social, certamente está intoxicado pela grande quantidade de informação que recebe todos os dias. Amigos e familiares despejam fotos do último fim de semana, gifs de gatos, desabafos sobre uma companhia telefônica ou artigos relacionados a suas profissões. No fim das contas, sua timeline está abarrotada de conteúdo que não lhe interessa e que não tem qualquer afinidade com seus interesses pessoais ou profissionais.
A infoxicação é um dos males que surgiram com a modernidade. Se antes o desafio era ter acesso à informação, depois que aposentamos as enciclopédias e adotamos a internet como conselheira e fonte número 1, temos sido engolidos por uma quantidade profunda de conteúdo, que não damos conta de digerir.
O estudo Digital in 2016, do We Are Social, mostra que metade da população brasileira está presente em pelo menos uma rede social. Todas estas pessoas têm a seu alcance um poderoso alto-falante para expôr o que pensam. Entre elas, estão as que você segue com sua conta pessoal: geralmente seus familiares, amigos ou conhecidos – gente que você pode ter mais ou menos afinidade.
Acompanhar o que todos eles publicam é missão impossível. E aí é quando a infoxicação começa a manifestar seus sintomas. O principal deles é a ansiedade ao perceber que não somos capazes de alcançar a velocidade da informação. Sentimos que estamos perdendo coisas importantes. Ao mesmo tempo, nos tornamos dispersos e sem foco, porque não somos tão eficientes ao filtrar o joio do trigo. O que vale a pena ser lido, e o que não vai contribuir em nada para nossas vidas.
O problema é que o conteúdo relevante compete pelo seu tempo e sua atenção com toda a massa de publicações que não lhe interessam. Todos os tipos de informação acabam entrando na mesma gaveta do cérebro, que já está abarrotada. No fim das contas, absorvemos tudo de maneira superficial.
Recebemos mais informação do que somos capazes de processar e, ironicamente, somente a própria tecnologia pode nos salvar. Já estão surgindo novas ferramentas e novos formatos de redes sociais que conseguem realmente identificar nossas preferências, afinidades e características pessoais para que chegue até nós somente aquilo que realmente nos interessa.
Os produtores de conteúdo para a web e profissionais que trabalham com marketing digital também precisam fazer sua parte. Se definir bem o público-alvo sempre foi uma premissa, agora é questão de sobrevivência. Como se não bastasse ser rejeitado naturalmente pelos consumidores, seu material será impedido de chegar até eles com a evolução dos algoritmos.
A chave, portanto, é ser mais assertivo. Dedicar mais tempo ao planejamento das estratégias e à definição do perfil do seu público para centrar os esforços em quem realmente está interessado no seu produto ou serviço e não infoxicar aqueles que não são seus potenciais clientes. Da mesma forma, é preciso calibrar a quantidade de informação que você está emitindo para não esgotar a capacidade de absorção de conteúdo de seu próprio comprador.
é especialista em Big Data e em plataformas de publicidade on-line. Empreendedor entusiasta dos negócios digitais e das novas tecnologias, Javier trabalhou na Oracle e fundou a Canalmail, empresa líder de e-mail marketing. Atualmente é CEO e co-fundador da rede social profissional beBee.
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