Terça-feira, 13 de setembro de 2022
O ano de 2022 já passou da metade, mas ainda dá tempo de fazer o negócio crescer além do esperado. Porém, vale ressaltar que isso significa recalcular a rota e investir em estratégias de marketing que levem em consideração todas as etapas do ciclo de vida do produto, e sobretudo, os insights em tempo real fruto de milhões de conversas entre consumidores no ambiente online.
Interessante observar que a maioria das empresas acha que a melhor maneira de aproveitar os comentários on-line sobre marcas e produtos é empregar ferramentas simples de social listening – termo em inglês que, em tradução livre significa escuta social – para assimilar o que as pessoas estão dizendo, tendo como referência as conversas em torno de palavras-chave específicas.
O equívoco está em acreditar que o social listening seja suficiente para capturar a opinião de consumidores sobre produtos. Embora eficientes para monitorar conversas de consumidores sobre marcas, essas plataformas não foram desenhadas para unificar diferentes fontes de feedback – tais como reviews, canais de suporte, pesquisas e comunidades – e gerar insights mais profundos relacionados a atributos do produto como performance, por exemplo. Sem contar que elas também não permitem a colaboração entre diferentes times nos diferentes estágios de desenvolvimento de um produto, permitindo que o feedback do consumidor realmente esteja no centro deste processo.
O social listening conta apenas uma fração da história, muitas vezes levando as marcas a decisões inconclusivas. Empresas que apenas ouvem a audiência por meio da captação de palavras-chave podem perder insights importantes que poderiam levar a economia de tempo e dinheiro.
Se social listening não é a solução ideal, qual seria o caminho? É aqui que a inteligência artificial entra como uma ferramenta inovadora que pode ser utilizada para aprimorar o ciclo de vida do produto e ajudar as equipes de marketing a trabalhar de forma mais estratégica, maximizar eficiencia e resultados.
Usar a IA de ponta para analisar milhões de dados – seja de consumidores ou concorrentes – é o caminho mais inteligente para que a marca saiba as exatas dores dos consumidores e possam, então, tomar decisões mais assertivas acerca de seus produtos. Com Inteligência Artificial, é possível entender o que o cliente quer naquele exato momento – seja sobre seu produto ou o de seu concorrente.
Ao longo da última década Inteligência Artificial e machine learning se tornaram acessíveis, permitindo que empresas de diferentes portes e segmentos pudessem utilizar essas ferramentas para aprimorar o ciclo de vida do produto, garantindo lançamentos bem sucedidos, aumentando receita e melhorando a satisfação dos clientes.
Trazer a IA para dentro do modelo de desenvolvimento de produtos não é mais um bicho de sete cabeças, e sim um investimento viável, cujos benefícios podem ser sentidos ao longo de todo o ciclo de vida do produto. Listamos aqui algumas das vantagens competitivas advindas da adoção da tecnologia IA na gestão e aprimoranmento de produtos:
• Aumento do ROI – o tão falado Retorno sobre Investimento é um indicativo muito usado para saber se cada centavo tem sido empregado de forma inteligente. Desta maneira, muitos produtos modernos têm chance de aumentar o retorno de suas receitas só com uma atualização ou upselling de novas linhas de produtos. A coleta e análise de dados sempre ativa de clientes e detratores mais fervorosos é o caminho para encontrar oportunidades certas para novas linhas de produtos ou extensões. Empresas que se destacam na experiência do cliente aumentam suas receitas de 4% a 8% em relação à concorrência.
• Otimização do time-to-market – empresas que usam IA para explorar melhor os insights dos clientes evitarão agrupamentos de foco desnecessários e desenvolvimento de produtos imprudentes. Para fazer de forma mais célere o que o cliente deseja, a tecnologia certa pode dizer quais atributos do produto são mais importantes e quais fazem com que ele possa migrar para a concorrência. Assim, focar exatamente no que é mais importante para os clientes, aumenta a velocidade de entrada no mercado, além de oferecer o produto mais adequado.
• Maior engajamento dos clientes – entender e ser capaz de responder a feedback específico e macro feedback faz com que os consumidores se sintam parte de uma conversa e não apenas um público-alvo para o qual produtos devem ser comercializados. Nada é mais desanimador do que ter um problema com um produto e sentir que a empresa não se importa. Na realidade, muitas empresas não têm os mecanismos certos para encontrar e fazer a triagem dessas conversas. Cerca de 67% dos usuários citam a má experiência, incluindo o motivo pelo qual foram correndo para o concorrente.
• Análise competitiva detalhada – a inteligência de dados sempre ativa fornece também bons insights de como o consumidor está respondendo à concorrência. Mapear com mais precisão o cenário competitivo é fundamental para descobrir os pontos fortes e pontos fracos de cada marca para o planejamento estratégico, bem como tomar medidas imediatas em desenvolvimentos de ruptura. Existe um recurso famoso que seu concorrente tem, mas você não? Coloque-o em produção. Outra empresa da categoria está lutando para localizar suprimentos, resolva antes dele.
• Estratégias de entrada no mercado mais bem definidas – antes de lançar um novo produto, um mergulho profundo no mercado atual e nos insights do cliente ajudará com mensagens, posicionamento, marca e precificação. Estão reclamando do preço do operador estabelecido? Há confusão sobre o que os produtos do concorrente fazem? Adote uma abordagem diferente para potencialmente ser definido como o líder do setor.
• Monitoramento mais eficiente de avaliações na internet – com a capacidade de monitorar a reação do cliente aos produtos no lançamento e durante todo o ciclo de vida, além de poder se comunicar melhor com os clientes existentes, as empresas podem se concentrar no aprimoramentos de produtos futuros para melhor atender às necessidades dos clientes.
Formada em Administração de Empresas pela FGV-EAESP e Direito pela USP - Universidade de São Paulo. Também estudou Growth Hacking na Growth Tribe Academy (Europa) e tem experiência com growth marketing, vendas B2B, SaaS e e-commerce. Atualmente é CRO da Birdie.
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