Terça-feira, 12 de janeiro de 2021
Os smartphones chegaram, evoluíram e, cada vez mais, buscam facilitar a vida das pessoas. Afinal de contas, diante de tantas aplicações disponíveis, não é mais preciso, por exemplo, pegar uma fila enorme em um banco para realizar pagamentos, ou até mesmo se dirigir a um ponto de táxi para solicitar uma corrida.
A busca por essas soluções é tão expressiva que, de acordo com a SensorTower, no segundo trimestre de 2020, houve 9.1 bilhões (+22.6%) de downloads de app na App Store, e 28.7 bilhões (+34.9%) na Google Play – um aumento de 31.7% ao ano (YoY).
Mas, por qual motivo é importante alavancar um app e por que presenciamos essa tendência tão massiva? Embora as razões sejam muitas, vamos listar algumas das mais importantes:
Retenção – Segundo o relatório anual State of Mobile, da consultoria em análise de dados App Annie, as pessoas no Brasil passaram 3 horas e 40 minutos, em média, utilizando aplicativos em 2019. Esse número foi 35% maior em relação a 2017. Portanto, o País ficou na terceira posição no ranking dos países.
Rentabilidade – Nos aplicativos, a rentabilidade cresceu. Nos primeiros nove meses de 2020, por exemplo, os consumidores gastaram um total de US$ 51,8 bilhões apenas na App Store (Apple), enquanto, no mesmo período, na Play Store, (Google) o gasto foi de US$ 27,6 bilhões. Apenas para termos uma dimensão de crescimento, 23,4% correspondeu ao aumento dos gastos dos consumidores apenas no primeiro semestre de 2020.
Oportunidade – Segundo a projeção da Sensor Tower, no ranking de receita da Google Play, o Brasil passará da décima posição em 2019 para a sétima em 2024. Portanto, ter um app completo, bem otimizado e que atenda bem a demanda da sua base de clientes e prospects pode ser um divisor de águas no faturamento da sua empresa.
Em um dos muitos exemplos que temos, em novembro de 2019, a participação de apps, comparada aos demais canais, representava 7,76%. Em novembro de 2020, o share aumentou para 9,71%. Agora, falando em receita no canal, o app foi o que mais cresceu, batendo 48,12% de aumento, enquanto o segundo maior crescimento foi de 19.27%.
O motivo desse salto? Entre muitos, a priorização de pontos que são fundamentais – e, por vezes, exclusivos – para os aplicativos. Aspectos que, do meu ponto de vista, são essenciais para um crescimento com qualidade:
Deixando o “tecniquês” de lado, é importante elencar as ações importantes dentro do seu app. Tenha uma ferramenta na qual você consiga mensurar a recorrência desses eventos. Isso vai proporcionar visibilidade de crescimento, evidenciar datas e horários nos quais a sua base interna está mais disposta a realizar a principal ação de valor (que pode ser uma compra ou uma solicitação, por exemplo). Com esses dados, você conseguirá entender também qual parte do app pode criar um desafio para o usuário – ou seja, onde se encerra a navegação e não se conclui a ação de maior valor. Esses dados são importantes para gerar hipóteses e otimizações.
Desenvolva funções e implemente ferramentas que possibilitem o envio de “push messages” e intervenções com banner “dentro” do app. Essas features ajudam a engajar os usuários. Entre as contas que atendemos, notamos o disparo de “push” aumentando em até 69% o volume de abertura do app, em relação aos dias em que não ocorrem disparos.
Além de efetivas, essas ferramentas podem não ter custos, dependendo da escolha e estratégia de comunicação da marca. Essa economia pode ser revertida em estratégia para novos usuários, que ainda não fazem parte da sua base.
Com os passos acima implementados, tenha iniciativas para angariar usuários. Em alguns casos, é comum que todos os esforços sejam direcionados à ação de maior valor, principalmente quando há uma meta de vendas. Entretanto, sem iniciativas de download você poderá chegar a um ponto de saturação. Ou seja: irá andar apenas de lado – e esse não é o objetivo. Procure por iniciativas nas quais seja possível equilibrar qualidade e preço. Dessa forma, possivelmente, você alcançará um ROI saudável para a operação como um todo.
Com a geração de novos usuários, é importante separá-los em clusters, tendo como principal critério os comportamentos apresentados – como produtos escolhidos, localidades, ou mesmo abandono do carrinho.
Com essa organização, é possível enviar a mensagem certa para os usuários corretos, seja para dar um cupom para quem realmente precisa desse incentivo; ou, até mesmo, enviar um push com uma promoção relâmpago em determinada unidade, a partir da identificação de um ponto de venda com fluxo baixo. Além disso, pode-se criar ações de cross-sell, ou upsell. As possibilidades são imensas. Basta explorar.
Com as audiências separadas, é importante construir uma régua de relacionamento, definindo os conteúdos e os momentos nos quais eles serão enviados. Você pode, por exemplo, criar um fluxo para guiar os usuários até uma conversão, divulgar uma oferta para usuários que costumam comprar um certo produto. Outro fluxo importante é o pós-venda: ele passa informações que oferecem suporte ao consumidor, como o alerta sobre a hora de realizar um check-in, em caso de hotéis, locadoras de veículos e companhias aéreas, entre outros comunicados importantes.
Tudo isso ajuda a reter os usuários, principalmente se o app não é de uso recorrente e é necessário agregar algum valor para que os consumidores não o deletem. Comece vendo se é possível gerar uma sessão de conteúdos sobre o vertical do negócio. Isso, com certeza, manterá o usuário nutrido com informações de qualidade até a próxima necessidade de uso.
Assim como para site existe o SEO, o ASO existe para posicionar melhor os aplicativos. Ou seja, uma série de técnicas de trabalho para melhorar o rankeamento, principalmente com palavras-chaves, boas descrições e imagens.
Lembre-se de que, durante uma atualização do app, é necessário expressar o real benefício para o usuário, em vez de especificar as correções pelas quais ele passou. Outro fator importante é ter atenção às avaliações que estão sendo dadas pelos usuários, entendendo as principais reclamações e, principalmente, respondendo a elas. Inclusive, a partir dos feedbacks, é possível encontrar muitos insights para implementar o próximo tópico.
Tenha em mente que o app sempre pode ser melhorado. Mas, como saber o quê melhorar?
A partir de uma análise de eventos, identifique em qual step do app os usuários abandonam mais. Levante as hipóteses junto a um profissional de experiência do consumidor (CX), aplique a melhoria e acompanhe o resultado.
Esses são os pontos que eu acredito que farão toda diferença para o seu app crescer com qualidade. Apenas recordando, apps tiveram:
1 – Crescimento de 31.7% em downloads em 2020;
2 – Média de 3h40 gastos pelos usuários nos apps.
3 – Aumento de 23,4% em receita nos apps, apenas no primeiro semestre.
A oportunidade está aí.
Comentários