Terça-feira, 19 de maio de 2020
O TikTok é um aplicativo que teve seu início na China, pela empresa ByteDance. Anteriormente com o nome de Douyin— e ainda conhecido assim no país asiático—, o app apresentava a mecânica de criar e compartilhar vídeos curtos, de até 60 segundos, e foi se tornando rapidamente o aplicativo mais popular na Ásia. Hoje, o TikTok já ultrapassa 1,5 bilhão de downloads em todo o mundo.
Uma das características interessantes dessa nova rede, é o fato do público, em sua maioria, serem crianças e adolescentes. E não estou falando que isso seja um problema de fato, pois há tempos que a publicidade tradicional já se comunica com esse público. E, inclusive é até mesmo uma oportunidade para as marcas conseguirem se aproximar à geração Z. Mas claro, sempre atentando-se os critérios e legislações quanto a publicidade dirigida a esse público.
Ainda assim, uma maior abrangência demográfica de público, incluindo faixa etária, continua sendo mais atrativa para qualquer mídia. Não só porque o poder de compra, na teoria, pode estar mais concentrado nos adultos, mas também porque, simplesmente, ter um publico de usuários vasto aumenta as oportunidades de negócio que aquele mesmo espaço pode oferecer.
Vamos pensar que uma marca já tem um bom posicionamento no Twitter, por exemplo, caso o TikTok não esteja afetando sua interatividade com o público nessa rede, não há motivo para migrar. E se em time que está ganhando, não se mexe, o que é importante é usar o esforço que te sobra para as novas plataformas.
Em outras palavras, uma boa estratégia é sondar as novas plataformas e saber a real relevância de público que as marcas podem ganhar. Mas sem abdicar das que já estão funcionando plenamente.
Um caso de posicionamento de marca recente que obteve sucesso relevante no TikTok foi o da marca Pepsi, com o lançamento de um Hashtag Challange (desafio) para o público na Índia, onde os usuários podiam compartilhar o mesmo desafio usando o produto em mãos e um filtro especial criado para esse desafio. A Pepsico obteve sucesso em sua campanha, não somente na Índia, mas como em outros países ao redor do mundo.
Seguindo esse exemplo, acredito que seja esse o padrão que será adotado conforme as marcas se insiram na nova Rede Social: estabelecer principalmente maior engajamento com o público, através de conteúdo; aumentar proximidade e posicionamento da marca, sem exclusivamente pensar nos formatos mais tradicionais da publicidade online. Cabe às marcas convergirem suas estratégias de comunicação a uma forma mais exclusiva de branding.
Em março desse ano, o TikTok iniciou uma fase nova para suas ações com as marcas abrindo seu inventário de publicidade em parceria com a DSP americana The Trade Desk Inc, tendo como primeiro cliente a acessá-lo a própria Pepsico, mas dessa vez para a marca Lay’s na Tailândia: região que, para a marca, era crucial a proximidade com o público que o TikTok podia trazer.
No Brasil, a plataforma tem crescido exponencialmente. Só em 2019 o aplicativo de vídeos teve um crescimento de mais de 300% em downloads chegando a quase 750 milhões de downloads no ano passado.
É de se notar que possui um poder de envolvimento com o usuário muito alto devido a forma como se espalha o seu conteúdo. E mesmo quem acredita não ter criatividade suficiente para inovar em algo novo, pode ainda ser participativo apenas replicando formatos já feitos por outros usuários na plataforma.
Com isso, o TikTok acaba crescendo em aderência e espaço no tempo do usuário. E para as marcas, além de uma grande oportunidade de renovar seus posicionamentos para engajar diferentes públicos, suas agências terão um papel importante na estratégia de comunicação desse novo formato.
é formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Estuda sobre comunicação e comportamento. Gosta de livros, filmes e podcasts. Trabalhou em Comunications Latin America na BASF SA, Analista de Marketing Digital e Criador de Conteúdo para na M4A Consultoria. Atualmente é Analista de Comunicação e Marketing na empresa Gamned!
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