Quinta-feira, 31 de maio de 2018
A transformação digital, pauta recorrente em inovação, não é um projeto a ser implantado e finalizado. Trata-se de um movimento que simultaneamente cria e acompanha a revolução que acontece dia a dia no mundo. Se lá na década de 60, a Lei de Moore sugeriu dobra de processamento a cada 18 meses, o que esperar da curva da transformação digital?
A expectativa é que isso continue a crescer exponencialmente e o futuro possa ser evoluído como a ficção científica. Capacidade de comunicação ilimitada e multi dispositivos, descentralização dos controladores, sensores, robôs automatizando pesquisas e rotinas supérfluas e quem sabe detecção e cura ágil de doenças graves. Tudo converge para a compreensão melhor do corpo humano, dos recursos tecnológicos e de novos materiais nano inteligentes. Essa atmosfera impacta comportamentos e assusta quem viveu realidades diferentes. Paradoxalmente, cada vez mais, inovações são rapidamente naturalizadas. A apropriação é tão instantânea e fluída, que tudo assume o caráter de segunda natureza velozmente.
Do inglês, second nature, o conceito refere-se aos hábitos e características instintivas. São comportamentos assimilados como naturais. Por exemplo, acordar e olhar o smartphone antes de qualquer coisa é um comportamento naturalizado. Você não percebe mais que o realiza, tampouco impressiona-se com a tecnologia envolvida na atividade. É como se estivéssemos nos tornando cyborgs sem perceber. Por mais que o smartphone ainda seja acoplado ao corpo, você deve conhecer alguém que parece que o incorporou à mão.
Outro conceito interessante a ser considerado é a ubiquidade. A palavra parece difícil, mas o significado é simples: é a capacidade de estar presente em todo lugar. Pelo dicionário, algo concomitantemente em todos os lugares, pessoas e coisas. Logo, podemos afirmar que a transformação digital é ubíqua. O fato de você ou a sua empresa ainda não a terem percebido, não anula o fato de que ela é onipresente.
A forma como as pessoas usam e assimilam inovação é cada vez mais fluída. A tecnologia é ubíqua e absorvida como segunda natureza. Somado a isso, é mais difícil ser disruptivo. Obviamente, ainda há disrupção nos negócios. Entretanto, são anos de Revolução Digital, são anos de inovações rompendo barreiras. Consequentemente, notam-se sinais de uma recepção naturalizada ao novo. Talvez por termos sido tão impactados por tsunamis seguidos de mudanças, tenhamos aprendido a nadar neste mar de revoluções. Se isso for verdade, pode ser possível que a transformação digital atinja a tão esperada fluidez. Daí, quem sabe, ela simplesmente existirá, sem precisar ser pauta de metas a serem cumpridas.
Se você não é tão digital assim, não se assuste. Há espaço e negócios para ambos os perfis. A análise comportamental digital será usada tanto para marketing como para segurança e poderá trazer grandes benefícios. Menos complexas, as tecnologias serão mais interativas e intuitivas, o que facilitará o autogerenciamento para os menos “nerds”.
Riscos cibernéticos, falta de água, falta de alimentos, migração desordenada, mudanças climáticas complexas, fraudes e outros riscos ainda assolam e preocupam, segundo o Global Risk Report 2018 do World Economic Forum (DAVOS). Cenários que não devem ser revertidos em menos de 30 anos. Na contramão, empresários e executivos podem aproveitar as oportunidades para compensar falhas históricas dos governos, fomentar negócios, fiscalizar, gerar novas profissões, etc. Veja o exemplo de Tesla, Google ou até mesmo da Saint-Gobain. Empresas se reinventando, ou melhor, criando novas áreas. Ser ou não ser digital não importa, o que importa é desenvolver algo bom. Inovação que impacte milhões e que permita a resolução de problemas de forma positiva.
Empreendedor desde os 19 anos com negócios em tecnologia e Internet, Jeferson é Presidente do Grupo DARYUS. Criador e Coordenador do MBA em Gestão e Tecnologia em Segurança da Informação, desde 2005, criou e apoia a coordenação do primeiro curso de Pós em Gestão de Riscos e Continuidade de Negócios do Brasil, apoiou a criação do primeiro curso de Pós em Cyber Segurança e também o de Pós em Forense Computacional. É um pensador disruptivo, evangelista em Novos Negócios Digitais e Cyber Segurança e educador por opção.
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