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Transformação digital exige pensamento lean

A metodologia lean, que tem como objetivo criar valores para os clientes evitando desperdícios, é essencial para as empresas que almejam a transformação digital

 

Por *Bianca Borges

 

A transformação digital nunca foi tão discutida, mas esse processo não se resume apenas a estar presente no ambiente digital ou implantar novas tecnologias nas organizações. As empresas precisam rever seus processos internos, repensar a sua relação com consumidor e adaptar a sua própria cultura e seus modelos de negócios, para conseguirem inserir uma transformação digital completa e verdadeira. Diante desse contexto, a aplicação da metodologia lean tem se tornado cada vez mais visada.

Mas qual é a definição de lean? De acordo com o Lean Institute Brasil, esse termo consiste em um sistema de gestão que tem como objetivo criar valores para os clientes, utilizando apenas os recursos necessários para isso, e evitando desperdícios de capital, de tempo e de esforço humano. A inclusão da metodologia lean para as empresas que visam a sua transformação digital foi o tema da palestra de Christopher Thompson, gerente de Projetos do Lean Institute Brasil, no evento Lean Digital Summit que aconteceu ontem, dia 09 de novembro, em São Paulo.

Christopher Thompson, gerente de Projetos do Lean Institute Brasil, definiu os negócios digitais e falou sobre a importância da implantanção da metodologia lean nas organizações

 

“Na ótica lean, o propósito deve estar sempre associado à entrega de valor na perspectiva do cliente. E quando falamos de valor, o que estamos entregando para o cliente é a resolução de um problema”, explicou Thompson.

 

Primeiro é necessário identificar e entender qual é o real problema do cliente e, uma vez que isso é compreendido, é possível elaborar estratégias mais eficazes e direcionadas para as reais necessidades do consumidor.

Outro fator importante para a implantação da filosofia lean mencionado pelo gerente de Projetos é o estabelecimento de um propósito claro dentro da organização. Além disso, é importante entender como esse objetivo é visto por cada colaborador e o que cada um está fazendo para atingir essa meta.

 

Não existe limite para a tecnologia, mas é preciso priorizar o valor do cliente

Os profissionais que atuam diretamente na área de tecnologia sabem que não há limites para inovar e criar funcionalidades em produtos e serviços, mas será que essa nova característica é mesmo necessária e útil para os consumidores?

Durante sua palestra, Thompson mostrou a menor escada rolante do mundo que fica em Kawasaki, no Japão. Quem a planejou conquistou até o record no Guinessbook, mas ela realmente é útil?

 

Muitas empresas acreditam que precisam inovar a todo momento para impressionar seus clientes, mas esquecem de analisar os benefícios e usabilidade dessas inovações para aqueles que vão utilizar o produto. “A tecnologia esta aí para apoiar a resolução de um problema que os seus clientes realmente tenham.”, ressaltou o gerente de Projetos.

De acordo com Thompson, antes de começar a pensar na operação do seu negócio é preciso avaliar se você está oferecendo algo que tenha valor para o usuário, ou seja, se alguém, de fato, está interessado naquele produto ou serviço. Portanto, ao invés de refletir sobre a hipótese de crescimento do seu negócio e como você pode utilizar a tecnologia para deslumbrar o seu cliente, comece a desenvolver as hipóteses de valor.

“É isso que vai garantir que possamos ter algo para expandir e operacionalizar”, comentou Thompson.

 

Aprenda a escutar seus clientes para impulsionar seus negócios

O erro de muitas companhias é lançar um produto sem analisar o que realmente o cliente precisa naquele momento, afinal, a jornada do cliente é composta por situações distintas.

“Não importa se o seu design é o melhor do mundo, nem sempre o cliente entende o seu design. Você cria um produto para o seu cliente utilizar de uma maneira, mas nem sempre ele usa da maneira como você planejou”, explicou Thompson.

Por isso é importante escutar o que o seu cliente tem a dizer. Claro que a análise de dados é um fator relevante para tomar uma decisão, mas uma ação não pode ser baseada apenas em números. É preciso ter um contato mais próximo e direto com o consumidor.

“Cuidado com as melhorias isoladas, a jornada é de ponta a ponta. A jornada do cliente não fica isolada em uma redoma, não dá para pensar apenas em melhorar uma parte.”, indicou o gerente.

 

Atitude lean e a quebra de silos nas organizações

Não adianta tentar resolver os problemas do cliente e atender às suas reais necessidades se os problemas internos da empresa não forem solucionados da melhor maneira possível. A utilização da atitude lean é capaz de ajudar os gestores e colaboradores a tomar decisões mais assertivas dentro de uma organização. Entre os itens que fazem parte dessa atitude está o Gemba : método que permite entender problemas, identificar melhorias e analisar a eficácia das ações tomadas.

Veja os outros tópicos que compõem a atitude lean mencionada por Thompson:

Além do desafio de implantar uma atitude lean dentro das empresas, o gerente de projetos citou a quebra de silos (departamentos) como um fator determinante para a transformação digital acontecer nas empresas.

“Uma coisa que continua sendo desafiante são os silos porque, afinal de contas, quem é o responsável por liderar a transformação digital na sua empresa?”, indagou o gerente de projetos. “Precisamos trabalhar de forma unida para conseguir essa integração entre os departamentos e assim entregar para o cliente uma experiência melhor”, afirmou ele.

No final de sua palestra, Thompson mostrou resumidamente a modelo da transformação lean:

E você já pensou em implantar a metodologia lean na sua empresa? Compartilhe suas experiências com a gente!

 

Bianca Borges é jornalista formada pela Universidade Anhembi Morumbi. Analista de Conteúdo no Digitalks, também tem experiência nas áreas de assessoria de imprensa e gestão de mídias sociais. Gosta de escrever sobre diversos assuntos mas, atualmente, seu foco é o Marketing Digital.

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