Quarta-feira, 04 de janeiro de 2023
O ano de 2022 ficou marcado pela popularização dos vídeos estilo Tik Tok no Instagram – com investimento em reels, live, stories e vídeos no feed –, inclusive, vale destacar, a declaração do Adam Mosseri, um dos diretores da rede social, anunciando que o Instagram não é mais uma rede de compartilhamento de fotos. Depois da euforia das correntes nos últimos anos, impulsionado pela pandemia, as novas tendências apresentadas para o próximo ano prometem outro ritmo e um novo cenário para a rede social.
Em dezembro, o Instagram liberou a pesquisa anual de tendências “The 2023 Instagram Trend Report”, que reúne as principais questões que impulsionarão e moldarão a cultura da rede no novo ano. O ativismo social, o crescimento do nicho de alimentação e conteúdos sobre relacionamento (voltada para a temática amorosa) são alguns dos destaques.
Para 2023, o mundo offline e as experiências fora das telas ganharão a preferência da audiência e prometem aumentar a conexão entre criadores de conteúdo e sua comunidade. Inclusive presencialmente, em reuniões e encontros. Com a consolidação da internet e das redes sociais como parte da vida das pessoas, mostrar a vida real, incluindo vulnerabilidades, é o grande diferencial para aumentar o engajamento no próximo ano, inclusive com novos formatos, já que 40% dos pesquisados afirmam o interesse em ouvir podcasts de seus creators favoritos. O que vai de encontro com outra tendência apresentada no relatório: o ativismo. As pessoas estarão mais dispostas a apoiar marcas que defendam causas que elas se identifiquem, inclusive de maneira financeira.
Mas apesar da facilidade na conexão com sua rede, a concorrência será ainda mais acirrada no próximo ano. 64% dos usuários, principalmente da Geração Z, responderam que irão transformar seus projetos no Instagram em fonte de renda. O próximo ano vai separar quem é estrategista de conteúdo de verdade dos meros “postadores”. Por isso, se profissionalizar e buscar atualização na área será ainda mais necessário.
A temática de 2023 será a alimentação. Segundo o relatório, 68% das pessoas têm interesse pela comida de outros países. Pessoas que trabalham com gastronomia e nutrição, desde que usem bastante criatividade, conteúdo útil e entretenimento, poderão colher grandes frutos nesse nicho. E a herança do TikTok continua: os usuários permanecem gostando de ter experiências musicais enquanto navegam pelas redes. Da mesma forma que a gastronomia, sons de diferentes gêneros e países, como K-pop e música latina, estarão em alta em 2023.
Também em alta, será a busca por “um chameguinho”. Namorar e fazer novos contatos estão entre as preferências dos usuários para o próximo ano. Para isso, conteúdos de relacionamento, memes, astrologia e muitas mensagens poderão ajudar os solteiros de plantão a se conectarem com sua cara-metade. Vale pensar como o seu nicho pode ajudar nesse sentido.
Esse ano, herdando o impacto de períodos de distanciamento e desconexão, promete ser o ano das comunidades, onde a proximidade e as conexões reais terão alto valor no engajamento e construção de marca. Com mais vulnerabilidade, afirmação de crenças e posicionamentos e busca por identificação. Mais do que nunca, criadores de conteúdo e marcas precisarão construir comunidades sólidas – ou aprender, correndo, como fazê-la.
O Relatório de Tendências de 2023 foi produzido em outubro de 2022, pela WGSN que realizou uma pesquisa com 1.200 usuários de mídia social da Geração Z com idades entre 16 e 24 anos nos Estados Unidos.
Formado em cinema pela FAAP, Paulo Cuenca é um dos maiores especialistas em marketing de conteúdo do Brasil. Em 2011, ele e sua esposa, Danielle Noce, criaram o canal do YouTube “I Could Kill for Dessert”, alcançando o feito de maior canal de gastronomia da América Latina. Eles também estrearam em programas de TV em emissoras como Food Network, Band e GNT. Como empresário, Paulo é co-founder e CMO da The Brain, da Bee Social e da Holding Supernova.
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