Segunda-feira, 06 de novembro de 2017
Tradição no varejo norte-americano há décadas, a Black Friday chegou ao Brasil em 2010 e em poucos anos já se tornou a principal data do e-commerce nacional, com uma expectativa de movimentação acima dos R$ 2 bilhões em vendas e mais de 3 milhões de pedidos, de acordo com o órgão e-bit.
Diante do enorme volume de transações, são frequentes as reclamações sobre problemas técnicos que impossibilitam o acesso às páginas das lojas, a visualização de ofertas ou até a conclusão da compra em suas últimas etapas, frustrando consumidores e lojistas diante da perda de uma grande oportunidade. Há, ainda, o registro de ocorrências de diferentes tipos de ataques virtuais que sobrecarregam e até derrubam os sites, ocasionando um prejuízo significativo aos comerciantes.
Apenas para dimensionar o tamanho das perdas, uma pesquisa do Google Brasil realizada em 2015 estima que uma loja perca mais de 300 mil acessos a cada hora em que fica fora do ar durante a Black Friday, número que pode representar um prejuízo de até R$ 1,5 milhão para um grande varejista. Logo, passa a ser fundamental o investimento em soluções tecnológicas que aumentem a disponibilidade, garantindo a operação em todas as etapas, a fim de que cada oportunidade seja convertida em uma venda.
Uma das ferramentas essenciais é a Rede de Distribuição de Conteúdo, mais conhecida pela sigla CDN – Content Distribution Network, em inglês. Trata-se de uma infraestrutura interligada que hospeda alguns elementos das páginas em diferentes servidores espalhados pelo país (ou pelo mundo), com o objetivo de diminuir o tempo de carregamento do site ao direcionar o acesso ao servidor geograficamente mais próximo. Isso evita que o consumidor desista de uma compra quando uma página demora para carregar devido ao grande fluxo de usuários, por exemplo.
A CDN permite ainda que um consumidor de Manaus tenha mais facilidade em carregar a página de uma loja virtual de Porto Alegre que tenha seus dados hospedados em um servidor em Goiânia. Ela também facilita as compras de um consumidor brasileiro que garimpa em portais de grandes varejistas chinesas, os quais hospedam dados em servidores no nosso país.
Outra tecnologia indispensável que visa garantir a segurança do e-commerce é a de monitoramento de trânsito IP. Os ataques de negação de serviço, conhecidos pela sigla DDoS (Distribution Denial of Service, em inglês), estão mais frequentes e massivos a cada ano. Eles acontecem quando milhares – ou até milhões – de dispositivos infectados conectados à Internet são direcionados para acessar um mesmo site simultaneamente, sobrecarregando-o até a interrupção dos serviços. Na Black Friday, essa prática tem ficado cada vez mais comum, portanto a loja virtual deve reforçar sua infraestrutura de proteção para se prevenir contra esse tipo de crime, bloqueando as solicitações ilegítimas tão logo um tráfego suspeito seja iniciado.
O e-commerce tem sido um dos mercados mais saudáveis da nossa economia, mesmo no pior momento da crise, e por esse motivo tem atraído olhares de empreendedores e consumidores, e um dos principais motivos é a comodidade proporcionada pela tecnologia. Portanto, o investimento no desenvolvimento das lojas virtuais deve acompanhar esse crescimento, incrementando soluções em todos os níveis, a fim de manter a prosperidade do segmento.
é empresário e Chief Executive Officer (CEO) da UPX Technologies. Em 2002, fundou, aos 18 anos, a empresa que foi pioneira em streaming e mitigação em nuvem no Brasil. Foi vice-presidente da Associação Brasileira de Agentes Digitais (Abradi), transita entre os maiores players do mercado de tecnologia do país e do mundo e é engajado em movimentos que buscam discutir melhores práticas para a Internet e a segurança de seus usuários.
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