Segunda-feira, 01 de fevereiro de 2021
Ufa! 2020 acabou! Sobrevivemos a esse ano. Nem vou escrever a palavra que vem a minha mente – ou serei banido deste site. Mas como dizem, nem tudo é tragédia. Grandes problemas mundiais, como é a Covid, ainda não nos livramos dela, nos trazem aprendizados valiosos. Sempre temos algo a aprender. Sempre há uma reflexão. Sairemos sempre mudados com eventos e crises como essa. Basta saber como usar essa evolução. Todos nós perdemos pessoas queridas. Mas sobrevivemos. E vamos sair dessa.
A pesquisa da TM20 e Brazil Panels, divulgada com exclusividade pelo NeoFeed, mostra quais, e porquê, quais as marcas melhor se saíram. No grave problema de pandemia que vivemos.
A responsabilidade social, que deveria gerar lucro para as empresas – como previu Milton Friedman, que tem um Nobel em economia – nunca “falou tão alto”. E o propósito, um termo tão falado em 2020, se tornou foco dos grandes CEO. Que entenderam a importância de usar esse termo nos pontos de contato entre marcas e consumidores.
Quantas pessoas, se não você mesmo, disseram a frase: “Nossa, ficar em casa me mostrou quanta coisa inútil eu tenho”. Imagina-se quanto sites como Enjoei cresceram em cadastro de produtos?
Enjoei não está na lista abaixo. Mas coloco como exemplo, pois a auto-reflexão foi um ponto alto nas pessoas. E isso se transmitiu para as empresas comandadas por? Pessoas!
São as pessoas que comandam o rumo das empresas. Elas precisam ficar atentas. Ao que? As pessoas!
Negócios são feitos de pessoas para pessoas. Empresas fabricam. Pessoas compram. Sempre foi e sempre será assim.
Em um momento que o ser humano foi mais valorizado, marcas com valores sólidos e explícitos se sobressaíram ao que vivemos. Era algo natural, uma marca de orgulho do brasileiro. Ser o destaque.
E vamos lembrar: o trabalho de marca que a Natura faz vem de décadas. Não começou em janeiro do ano passado. O que vale reforçar a tese de que não é a mídia, não é o influenciador, não é o Google, não é o Instagram. O que sustenta uma marca é a consistência dela. Sua imagem; seus benefícios; sua cultura; seu propósito; seu posicionamento. Falado e executado. A mídia conta nessa história. Não é a mais importante das armas. Tem a sua importância. Mas a mensagem tem uma importância maior.
Itau e Ambev vêm em 2o e 3o lugar, respectivamente. Magazine Luiza; Nestlé; Bradesco; Havaianas; Grupo Boticário; Sadia; e Unilever completam a lista das marcas que, segundo pesquisa popular, mais causaram impacto à sociedade durante a pandemia.
Se isso vai se converter em lucro?
O que você aposta?
A minha aposta é: sim, claro, com certeza, sem dúvidas, isso mesmo!
Segundo João Roberto Paulo Ferreira, CEO do grupo Natura & Co. para a América Latina: “Todas as empresas precisam ter em mente que elas possuem um papel social, pois receberam uma autorização da própria sociedade para operar”. Empresas que só vendem, nunca lucram. Essa é uma regra básica do varejo. Ainda mais, em tempos digitais.
As pessoas se falam mais. As pessoas influenciam mais. As pessoas consomem mais. E o propósito da marca é um fator cada vez mais decisivo. Para a compra ou não, repito a resposta.
Se isso vai se converter em lucro? A minha aposta é: sim, claro, com certeza, sem dúvidas, isso mesmo!
Segundo Jean Jereissati , CEO da Ambev: “Esse foi um ano duro, que pegou todo mundo de surpresa, mas também trouxe a oportunidade de nos reconectarmos profundamente com o nosso propósito, que é unir as pessoas por um mundo melhor. Somos uma empresa brasileira e sabíamos que era nosso dever agir nesse momento e colaborar com o País”.
A preocupação não era apenas vender cerveja, mas reconectar com o propósito da marca.
Se unir para um mundo melhor. Então, é preciso fazer isso. E criou, com outras marcas, um programa para ajudar bares e restaurantes. As pessoas souberam disso. Salvou muitos bares e restaurantes que agora vão converter essa ajuda em mais compras de produtos.
No médio prazo, as marcas recuperam o dinheiro desse programa e sua força de marca fica muito maior.
Faz o que pela sociedade?
Qual seu propósito?
O que fez na pandemia?
O que faz pelas pessoas?
Se gaguejou nas respostas.
Cuidado, pois são as novas perguntas que as novas gerações fazem. Para eles, o seu produto é mais um na multidão. O que a sua marca faz pelo mundo, não. Pense nisso!
é sócio-diretor da FM CONSULTORIA. Autor dos livros Planejamento Estratégico Digital (Somos Educação) e Transformação Digital - Como a inovação digital pode ajudar seu negócio nos próximos anos (Somos Educação). Professor de MBAs na ESPM, USP, Senac, Belas Artes e Metodista.
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