Segunda-feira, 13 de junho de 2016
Inovar deixou de ser um diferencial e hoje é um pré-requisito principalmente para quem está abrindo um novo negócio. Em um mundo onde as mudanças são constantes e a concorrência é grande, a necessidade de estar um passo à frente é cada vez maior. Nesse sentido, se diferencia aquele profissional que consegue prever tendências e antecipar que tipo de novidades o consumidor está esperando.
Ainda que ninguém tenha superpoderes para adivinhar qual será a próxima moda, existem algumas estratégias que podem ser tomadas para aprimorar essa habilidade. Apesar do paradoxo, o grande segredo para identificar o que há no futuro é estudar o passado e, principalmente, o presente. Isso porque pode existir um padrão que seja replicável ao futuro.
Assim, quem deseja adquirir essa habilidade precisa estar totalmente antenado no que está acontecendo no seu mercado, entender o que é possível fazer dentro daquele nicho que ainda não foi feito. Aliás, não basta apenas enxergar o momento, é preciso compreender porque as coisas estão como estão e que fatos anteriores justificam o presente.
Só assim será possível encontrar soluções realmente criativas, que tragam um benefício tangível e resolvam um problema real na vida das pessoas. Como exposto no livro clássico sobre o assunto, “The Innovator’s Dilemma” de Clayton Christensen, não basta para um iniciante num mercado maduro trazer uma inovação pequena como diferencial. Para competir com os players estabelecidos, a startup tem que trazer uma inovação dez vezes melhor do que o que já existe. Os exemplos clássicos são os CD X MP3, telefones X celulares, livrarias X Amazon e mais recentemente taxis X Uber’s ou hotéis X AirBnb.
Se colocar no lugar do cliente é outro exercício fundamental para antecipar tendências. Por mais que pareça simples, são poucos que conseguem ter esse poder de empatia. Não se trata apenas de imaginar o que as pessoas querem, mas desprover-se das suas certezas, fazer pesquisas de mercado e, principalmente, ouvir o consumidor. Neste sentido, a inovação também é um processo de experimentação e iteração. É preciso desbravar e arriscar para descobrir e conhecer novas experiências de usuários. Isso normalmente toma muito tempo e recursos.
Ser extremamente incomodado é outro passo importante para criar inovação. Quem nunca está satisfeito com o próprio produto ou serviço tende a querer sempre aprimorá-lo e, com isso, identifica possíveis melhorias antes mesmo de chegar uma demanda ou reclamação de seus clientes.
No entanto, de nada adianta enxergar onde estão as oportunidades e não saber o que fazer com essa informação. É preciso ter agilidade e precisão para transformar grandes insights em realidade. Se prever o próximo passo não é nada fácil, dar esse passo sem se desequilibrar é ainda mais complicado.
Ainda assim, é um desafio que vale à pena ser perseguido. Hoje, as empresas realmente inovadoras não são as que seguem tendências, mas as que criam novas propostas de valor e por isso se diferenciam e viram referências. Lembre-se que a inovação pode vir fora de seu mercado de atuação, seja na arte, no dia a dia, nas conversas, ou até nas observações dos problemas alheios. Portanto, vale à pena abrir os olhos, se questionar e estudar a fundo o mundo a sua volta. Quem sabe você não possa propor a próxima tendência do mercado?
é CEO e fundador da Thinkr, rede social focada em emoções com mais de 300 mil downloads. É fundador também do aplicativo Punch, que transforma o celular em um wakie-talkie. Nascido no Rio de Janeiro, Alessandro passou a maior parte da sua vida em Los Angeles, onde criou a Artillery Unit, empresa de design. Em seguida, fundou a M1nd, empresa que desenvolveu o primeiro jogo brasileiro de RPG baseado em geolocalização. Por meio de aprendizados desenvolvidos no Vale do Silício, Alessandro aposta na inteligência emocional e na criatividade dos brasileiros para alcançar o sucesso.
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