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Inovação e diversidade no âmbito tecnológico: quais os principais aprendizados?

É preciso investir em ações para acolher todos os públicos e olhar com atenção para os talentos existentes na própria empresa.

 

Diversidade e inclusão talvez seja um dos temas mais discutidos pelas empresas nos últimos anos. Basta rolar o feed de posts do Linkedin, assistir a palestras de qualquer evento, de qualquer setor, ou participar de uma reunião que envolva líderes de diferentes empresas que o tema estará em discussão. O termo “CDO”, Chief Diversity Officer, passou a ser um novo C importante na diretoria das organizações. E, em um artigo sobre o futuro do trabalho publicado recentemente, a Harvard Business Review cita que, em uma análise de resultados do S&P 500, a frequência com que os CEOs falam sobre questões de equidade, justiça e inclusão aumentou 658% desde 2018. O que é maravilhoso. Há apenas 10 anos era completamente diferente. Então, demos um primeiro passo.

Mas qual o impacto social real dessas ações? O que as empresas estão implementando para ser inclusivas de verdade? Uma pesquisa recente da KPMG revela que à medida que a agenda ESG (Environmental, social and Governance) evolui, os clientes e os investidores acabam pressionando as organizações para conectar a inclusão, a diversidade e a equidade de gênero nas decisões do negócio.

Faz sentido. Um relatório recente da Organização Internacional do Trabalho mostra que os elevados níveis de diversidade e inclusão nas empresas estão associados a maior produtividade, inovação e, claro, ao bem-estar dos funcionários. Meio óbvio, não é? Afinal, olhares diversos trazem ideias diferentes, mais abrangentes e ampliam resultados nas organizações.

De acordo com um levantamento realizado, em 2019, pela Accenture Strategy, 83% dos consumidores brasileiros preferem comprar de marcas que defendem propósitos alinhados aos seus valores de vida. Ao consumirem e defenderem empresas que estão atreladas às suas preferências, os clientes se tornam responsáveis por divulgar a organização, além de compartilhar esses valores com todos, atraindo, naturalmente, novos públicos. São os chamados “brand lovers” ou fanáticos que queremos tanto atrair para nossos negócios.

E entre os GenZ essa relação com a escolha de consumo x marcas com propósito é ainda mais intensa. A pesquisa True Gen, realizada pela Box1824 e Mckinsey, aponta que “os consumidores da geração Z são muito bem informados sobre as marcas e a realidade por trás delas – e quando não são, podem rapidamente acessar informações, atualizar-se e formar uma opinião. Se uma marca anuncia diversidade, mas não possui diversidade em sua equipe, esse fato dificilmente será ignorado”. A mesma pesquisa mostra que 87% da Geração Z deixaram de comprar produtos de empresas envolvidas em escândalos; 82% afirmam lembrar de pelo menos um escândalo ou caso polêmico envolvendo empresas; e 50% deixam de comprar de uma marca que não considera ética.

Portanto, não é só falar sobre diversidade. É preciso aplicar. Para que as companhias sejam, de fato, consideradas diversas e inclusivas, é preciso investir em ações para acolher todos os públicos e olhar com atenção para os talentos que possuem dentro de casa.

Mais do que uma obrigação legal, a diversidade nas empresas têm o poder de abrilhantar os olhares dos colaboradores e investidores sobre aquela organização. Afinal, ninguém quer ter seu nome associado a um lugar preconceituoso e fechado para transformações. Se fizermos uma pesquisa rápida de mercado sobre quais companhias as pessoas gostariam de trabalhar, tenho plena convicção de que as respostas giram em torno de: “eu gostaria de trabalhar em um lugar acolhedor e transformador” ou “eu seria feliz trabalhando em uma empresa que enxerga a minha capacidade e valoriza o meu potencial, independentemente de orientação sexual, gênero ou etnia”.

Além disso, é fundamental compreendermos que antes de realizar programas e iniciativas, é necessário que as empresas entendam o ponto de partida em relação ao tema. Com pesquisas internas, estudos e dados, será possível realizar uma análise profunda das informações para avaliar as lacunas da organização e, assim, definir as prioridades a serem transformadas. É uma jornada longa, mas que precisa ser persistente. Com a ajuda de todos os colaboradores, a companhia poderá se tornar referência para tantas outras.

O fato é que o mundo vem passando por diversas mudanças dia após dia e é imprescindível que nós, como líderes, colaboradores e, principalmente, como seres humanos, façamos a nossa lição de todos os dias de refletir sobre a importância do acolhimento e de respeitarmos todas as pessoas como únicas. Temos muito a aprender e evoluir daqui para frente, mas apenas com a compreensão, entendimento e respeito ao próximo conseguiremos chegar ao grande objetivo final de um mundo melhor.

Alessandra Blanco (crédito_ Frame Arte_Divulgação) (1) (1)

Iniciou no Yahoo há três anos, como Head de Mídia do Brasil, sendo responsável pelas estratégias editoriais de projetos de conteúdo e experiências voltadas aos anunciantes. Em 2021, tornou-se Head editorial de Yahoo Américas, incluindo Latam e Canadá, e atualmente exerce o cargo de Country Manager no país. Com 25 anos de experiência, já passou por veículos como Folha de S.Paulo e iG.

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