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O poder da estética na jornada digital

O quanto nos apegamos ao aspecto visual de algo ou alguém? Mais do que imaginamos! A máxima “a primeira impressão é a que fica” não ultrapassa o tempo à toa. Se estudos apontam que julgamos uma pessoa pela aparência em uma fração de segundo, que dirá uma marca, um produto, uma solução, um e-commerce, e-books, cursos on-line… Ainda mais em tempos digitais, em que o mercado está mais acelerado e competitivo do que nunca.

Ou seja, em um piscar de olhos, o cérebro guarda imagens difíceis de apagar posteriormente. Por isso, não é de hoje que o aspecto visual é muito importante para o sucesso de um negócio, seja qual for. São cores, imagens, fontes e elementos gráficos que têm o poder de posicionar o seu ideal frente ao consumidor. Um estudo da We Do Logos, maior comunidade de designers da América Latina, revela que 93% das pessoas observam o aspecto visual para consumir um produto ou marca, enquanto 6% verificam a textura e 1% escolhe pelo som ou cheiro.

Dito isso, fica mais fácil entender a importância em torno do assunto. E um produto digital também envolve todo esse universo. Afinal, não é só a primeira impressão que o usuário vai levar adiante, mas também é o canal que vai tangibilizar sua percepção sobre as qualidades.

Sendo assim, a estética como um elemento visual importante do nosso processo cognitivo estabelece uma relação causal entre as emoções que queremos transmitir para esse usuário e como ele será impactado. Embora ainda exista a ideia de que a estética no mundo digital entra na seara do “cosmético”, isso vem caindo por terra à medida que os usuários evitam produtos que não contam com esse cuidado. Ou seja, não engajam, não confiam e não fidelizam. Para facilitar tudo o que compreende esse aspecto na jornada digital, listo quatro pontos relevantes:

Impacto na experiência do usuário

Pesquisas apoiam o aspecto visual como um grande influenciador nas impressões sobre a eficácia de um produto digital, pois diversos pontos-chaves da experiência do usuário, como usabilidade, microinterações, responsividade e consistência, são percebidos por meio da interface visível. Logo, um produto esteticamente adequado ao seu público e negócio ajuda a viabilizar uma experiência positiva, converte mais e pode aumentar o valor percebido.

Confiabilidade

A confiabilidade de um produto passa por diversos pilares, entre eles estão os aspectos visuais, que mesmo inconscientemente aumentam o valor agregado de um artefato digital. Inclusive, dentro das heurísticas de Nielsen, a estética é um dos elementos necessários para uma boa experiência digital. Por isso, oferecer design adequado ao seu público demonstra cuidado com o mesmo, apoiando na geração de outputs de confiabilidade, fidelidade e engajamento.

Segurança

Criação de produtos digitais é sempre obra de um time multidisciplinar, que pode integrar designers e desenvolvedores. Com a segurança da informação não é diferente. Cabe à equipe trabalhar de forma a não só prover um ambiente que transmita confiabilidade do ponto de vista estético, como também seja seguro no armazenamento e no fluxo dos dados dos usuários. Acredito que o principal desafio seja o cultural: fazer essas disciplinas da tecnologia trabalharem juntas, sem apego a ideias, mas sim pensando no bem-estar do business e dos seus usuários.

Pensar além

Para criar um produto que produza um efeito de atração aos usuários, é preciso sair da camada superficial da persona, pois em uma sociedade globalizada e multicultural o fator sociológico cria muita especificidade dentro de um recorte de público. É necessário entender além do que o usuário diz. É preciso compreender seu contexto, os motivos que o levaram a ter uma ideia, suas necessidades e como o negócio pode apoiá-lo criando algo de valor e útil.

Henry Ford já dizia que, se perguntasse ao seu público o que gostaria que existisse, essas pessoas falariam que gostariam de cavalos mais rápidos. Por isso, é necessário entender a necessidade dos usuários sob os aspectos mais amplos do seu contexto sociocultural, para que as soluções sejam, de fato, meios de transformações de negócios e vidas.

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Designer graduado pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, pós-graduado em User Experience e Design de Interação no Instituto Europeu de Design (IED) e, MBA de gestão estratégica em UX pela ESPM. Atualmente Felipe Guimarães é Head of Design da Squadra Digital.

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