Terça-feira, 19 de janeiro de 2021
A centralização de dados na nuvem e a explosão de dispositivos móveis/IoT criaram grandes desafios para a tecnologia. Os aplicativos da web e móveis estão cada vez mais complexos e precisam estar próximos aos clientes para oferecer experiências de alta qualidade. A Computação na Borda (Edge Computing) é a próxima mudança de paradigma em TI, complementando outras tendências para ajudar o setor a fornecer melhores experiências digitais.
Edge Computing reduz a latência dos serviços ao executar códigos mais perto dos consumidores, habilitando uma variedade de microsserviços, como geolocalização, personalização, lista de bloqueio de segurança e manipulação de streaming de vídeo. O que torna a computação na borda ainda mais intrigante e fácil de adotar é que também significa uma computação sem servidor. O cliente não necessita configurar ambientes de processamento, não preocupa-se com capacidade de execução, suporte e manutenção de sistemas operacionais. Tudo é provido pelo ambiente de Edge Computing.
Desenvolvedores e organizações de TI também não precisam se preocupar com escalabilidade, disponibilidade, aspectos de desempenho, como tempos de inicialização a frio ou a distribuição real de seu código na rede de ponta – e, mais importante, eles não precisam ter uma rede de ponta. Alguns exemplos de como, e onde, o edge computing pode ser o diferencial são os serviços de streaming e na segurança digital.
As transmissões ao vivo explodiram em 2020 e devem aumentar ainda mais ao longo de 2021. O período de isolamento social e quarentena levou as pessoas a consumirem muitos conteúdos online e ao vivo, conforme evidenciado pelos níveis de tráfego da Akamai, responsável por 30% do tráfego de toda a internet. Muitas emissoras tiveram a produção de seus conteúdos atrasados, exigindo que os programadores preenchessem o vazio com conteúdo ao vivo. Os principais torneios esportivos internacionais foram adiados para o final de 2020 ou para 2021. A visualização simultânea pode dobrar os registros existentes para até 50 milhões de views e com isso, será um grande desafio para as empresas manterem o alto desempenho enquanto gerenciam os custos de operações.
A indústria da TV está à beira de uma demanda e consumo sem precedentes de conteúdo de streaming ao vivo e devem estar prontos para lidar com a demanda e o tráfego que irão receber. Um exemplo do sucesso das lives em 2020, e não só das musicais, foi no dia 11 de junho, quando aconteceu um dos eventos mais esperados para os aficionados em jogos: evento da Sony/PlayStation, PS5: The Future of Gaming (O futuro dos Jogos). A empresa apresentou detalhes sobre o novo console da marca além dos próximos lançamentos. Só no Youtube, o evento foi assistido por mais de 7 milhões de pessoas. De acordo com dados internos, o dia 11 de junho registrou o maior pico de navegação na internet no mês, com um aumento de aproximadamente 75% da média de tráfego diário medido pela Akamai.
Além disso, a pirataria no setor de streaming continua crescendo, sendo uma das mais visadas hoje. Recentemente durante um grande evento esportivo na Ásia, que teve mais de 5 milhões de telespectadores simultâneos, durante o qual o Centro de Controle de Operações de Transmissão da Akamai identificou que aproximadamente 30% dos telespectadores não eram autorizados. APIs de desenvolvedor podem aumentar a eficiência operacional das organizações que precisam gerenciar vários fluxos ao vivo e lineares, muitas vezes simultaneamente.
A Gartner afirma que em 2022 as APIs serão o maior vetor de ataque para roubo de dados, já que proteger APIs é muito complicado pelo fato de que as organizações não têm um inventário de suas APIs. Além desse tipo de ataques estão os DDoS, que visam derrubar sites ou tirar um conteúdo do ar, os ataques Magecart que focam em roubo de informações de cartão de crédito em sites de varejo principalmente, ataques de roubo de credenciais (credential abuse) que foca na indústria de mídia para roubar e piratear conteúdo, entre outros.
Ataques de alto perfil contra Facebook, USPS e British Airways incluíram ataques contra endpoints de API, em alguns casos resultando em violações de dados catastróficos. Somente em 2019, ataques Magecart infectaram mais de 17 mil sites ao redor do mundo. Em agosto de 2020, atacantes russos lançaram ameaças a empresas com um ataque DDoS que só poderia ser evitado com o pagamento de um resgate de mais de US $240.000.
Desde o início da pandemia, identificamos um aumento contínuo nos crimes de uso malwares e phishing. De acordo com pesquisa divulgada no último mês de maio, o acesso feito no ambiente de home-office incluiu mudanças nos hábitos dos usuários que se conectam a serviços de internet. É necessário que as empresas adotem controles de segurança mais inteligentes para as equipes de trabalho. Atores mal-intencionados estão aproveitando o novo ambiente de trabalho e a fronteira ainda confusa entre trabalho e entretenimento em dispositivos corporativos. A filial corporativa agora é o escritório doméstico e a rede corporativa é a Internet.
Para tornar ainda mais difícil para as empresas proteger uma força de trabalho remota, os agentes mal-intencionados sempre trabalham remotamente e estão aproveitando a situação das barreiras ainda confusas entre trabalho e entretenimento para causar estragos. Por isso, os CIOs e CISOs precisam se ajustar à realidade de que precisam proteger a força de trabalho remota e o escritório doméstico da mesma forma que costumavam proteger a força de trabalho na sede corporativa.
atua no mercado de tecnologia há mais de 30 anos e já ocupou cargos executivos em empresas de diferentes segmentos, como: Citibank, J.P.Morgan, AT&T, Hughes Telecomunicações e Logica Tecnologia. Possui experiência na gestão de áreas operacionais, engenharia de redes, projetos, desenvolvimento de negócios e marketing. Atualmente atua como Gerente de Marketing de Industrias para a América Latina, analisando as tendências do desenvolvimento tecnológico e transformação digital dos diferentes mercados e como a Akamai pode contribuir com seus clientes nesta evolução.
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