Segunda-feira, 16 de novembro de 2020
Estamos nos aproximando de um dos períodos de maior expectativa em vendas para o varejo, a Black Friday. No Brasil, isto não é diferente e inúmeras empresas estão se preparando para este que é considerado o maior evento do varejo no ano.
Segundo o site ebit, as vendas de 2019 atingiram a cifra de R$3,2 Bilhões, significando um crescimento de mais de 23% se comparado com o ano anterior. As expectativas para 2020 são muito boas. Pesquisas apontam para um crescimento dos volumes de transações, e também para uma maior participação das plataformas de compras em dispositivos móveis, acompanhando as tendências de crescimento no uso destes dispositivos.
>> Webinar – Black Friday: o que podemos esperar em 2020 e qual será a experiência do cliente?
Os clientes, por outro lado, também esperam ansiosamente pela Black Friday para realizar alguns desejos de consumo e, muitas vezes, obter descontos importantes nos preços dos itens adquiridos. Comprar com desconto é sempre bom e todos gostam.
Porém, o ano de 2020 nos trouxe surpresas que impactaram significativamente nossas vidas. Então, como a Black Friday será impactada?
Certamente teremos uma Black Friday diferente de 2019. Os novos modelos de trabalho trouxeram mudanças comportamentais de consumo importantes que influenciarão significativamente como os consumidores se relacionam com o período da Black Friday. Estima-se que o número de consumidores online cresceu aproximadamente 38% em comparação com 2019, um aumento significativo.
As dificuldades econômicas irão reduzir a possibilidade de muitos em participar deste evento e o acesso às lojas físicas continuará limitado, pois as restrições de acesso e regras de distanciamento social continuam válidas. É possível que o ticket médio das compras de 2020 seja relativamente inferior ao ano anterior, devido às questões econômicas, porém o volume de compras deve crescer e compensar esta diferença. Um outro ponto muito importante para consideração dos varejistas é a disponibilidade de itens para comercialização em estoque.
Durante o período mais crítico da pandemia vários setores da indústria tiveram suas atividades suspensas e paralisadas, impactando a produção. Apesar da retomada da atividade industrial ter sido iniciada, ainda existem gaps de fornecimento desde matéria prima, até produto final para entrega aos vendedores do varejo. Outro problema que preocupou os varejistas no passado era a logística para entrega dos altos volumes vendidos em poucos dias e, vale ressaltar, que muitas empresas evoluíram enormemente neste ponto, mas agora os problemas podem estar em outro ponto da linha. Os estoques podem não estar recuperados totalmente.
O que estamos vendo é que alguns grandes players estão anunciando o “cancelamento da Black Friday”, “esticando” o período de ofertas e promoções por um período maior que apenas aquela 1 semana ou 1 dia de Black Friday. As promoções serão oferecidas por semanas consecutivas entre outubro, novembro e até dezembro, sem qualquer diferença de preços para o dia regular do Black Friday – 27 de novembro.
Esta mudança de abordagem permite uma distribuição na demanda sobre os estoques, permitindo reposição pelos fabricantes alinhada com a capacidade da produção. Alivia pressão sobre a logística de entrega (delivery) em função da distribuição das vendas por um período maior e permite melhoria no processo de suporte ao cliente, diluindo a demanda concentrada nas centrais de atendimento que ocorre no período de Black Friday.
Essa descentralização evita picos de acessos às plataformas digitais, melhorando a performance e evitando problemas no processo de fechamento das compras, diminuindo o número de reclamações e eventuais insatisfações com a marca, devido a melhor experiência do cliente.
Com mais tempo, as marcas conseguem melhor avaliar eventuais problemas e ter tempo de reação para solucioná-los, sem grandes impactos nas vendas, e dependendo da distribuição dos volumes, pode até reduzir custos operacionais e administrativos diretamente ligados a suportar o período de Black Friday.
É óbvio que estamos vivendo um ano diferente e, em função dos impactos já vividos e as consequências que ainda não se apresentaram em sua totalidade, temos que ter capacidade de resposta às situações que se apresentam com criatividade e inteligência. Os consumidores valorizam empresas que vão além do desconto. Eles procuram experiências diferenciadas de compra que tragam novidades, não adianta apenas comunicar novos preços. Proporcione melhoria na relação entre marca e consumidor, inicie ou fortaleça a confiança, estabelecendo uma relação de médio e longo prazo. Isto cria vínculos duradouros.
atua no mercado de tecnologia há mais de 30 anos e já ocupou cargos executivos em empresas de diferentes segmentos, como: Citibank, J.P.Morgan, AT&T, Hughes Telecomunicações e Logica Tecnologia. Possui experiência na gestão de áreas operacionais, engenharia de redes, projetos, desenvolvimento de negócios e marketing. Atualmente atua como Gerente de Marketing de Industrias para a América Latina, analisando as tendências do desenvolvimento tecnológico e transformação digital dos diferentes mercados e como a Akamai pode contribuir com seus clientes nesta evolução.
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