Quarta-feira, 21 de julho de 2021
A Indústria 4.0 significa competitividade, eficiência e inovação.
Desde a Indústria 1.0, foi possível verificar uma evolução, na época a primeira revolução foi marcada pela mecanização (exemplo: tear), sendo que pela primeira vez o ser humano saiu do trabalho artesanal e manual para levar esta atribuição para a máquina e com um ganho considerável de eficiência e competitividade.
Na indústria 2.0, já tivemos a eletricidade como marco fundamental, isso permitiu que motores fizessem a movimentação e, somando ao novo layout de produção em série, a produção de massa, o que aumentou ainda mais a eficiência.
Já na indústria 3.0, chegou a momento dos computadores, agora a sequência de movimentos dos mecanismos de motores e sensores era sequenciado com algoritmos de programação, surgindo inclusive a área de automação industrial. Com esta evolução aumentou ainda mais a eficiência e competitividade.
A cada nova geração de indústria temos um grande incremento de inovação, porém a partir do momento que a implantação se torna comum, ou seja, que estas inovações de processo se tornam normais então vamos deixando a inovação para o atendimento de uma necessidade de mercado que é essencial para manter a competitividade.
A indústria 4.0 fez em 2021 seus 10 anos desde o seu lançamento na Hannover Messe em 2011. Embora o Brasil tenha atrasado o início da implementação por uma série de fatores culturais, nos últimos anos já temos várias iniciativas a fim de tornar mais moderna a nossa indústria.
Porém, mais de 95% de nossa planta industrial brasileira está sem conexão à rede (dados do CNI e IEL), isto significa que não estamos cumprindo o básico, ou seja, a conectividade que é o fundamental para ocorrer a indústria 4.0.
Quando uma indústria 4.0 é efetivamente implantada, temos de acordo com a ABDI muitas economias: 34 bilhões/ano em ganhos de eficiência, 31 bilhões/ano em redução de custos de manutenção, 7 bilhões/ano de economia de energia.
Para entender a Indústria 4.0, é importante também saber o que ela não é: como simplesmente comprar um robô, uma máquina nova ou uma transformação digital (computação + conectividade).
A indústria 4.0 é muito mais que isso, é “conectividade + inteligência”. É também saber o que acontece na máquina em tempo real, o que está acontecendo e o que irá acontecer e em alguns casos a máquina pode decidir se for necessário.
A base da indústria 4.0 é o CPS (Sistema Cyber Físico), que pode ser dividida em 4 etapas: coleta de dados, acúmulo de dados em BIG DATA, análise por inteligência artificial e implementação por sistemas, máquinas ou robôs. Em resumo, tudo se comunica com tudo gerando inteligência no processo.
4.0 também é: robôs autônomos, simulações, integração de sistemas, IoT, Cybersegurança, nuvem, impressão 3D, realidade aumentada e Big Data.
É muito importante que o Brasil se torne indústria 4.0, não só nas indústrias, mas no cenário organizacional em geral. Em nível mundial já estamos planejando a próxima geração que é a indústria 5.0, muito alinhada à Sociedade 5.0 e que teve uma grande aceleração durante a pandemia porque o mais importante não é somente uma indústria eficiente mas uma sociedade super inteligente.
Nesta nova geração, o ser humano é o centro, a entrega de produtos ocorre em um ciclo bem menor e mais conectado com o cliente, a tecnologia se transforma no negócio principal, sendo o futuro da manufatura a Cocriação (criar junto, colaboração, networking), sendo também necessário ter uma mentalidade exponencial.
Várias novas profissões estão sendo criadas com contínuas inovações que estão surgindo, o estilo de liderança é essencial para ocorrer as mudanças, precisamos cada vez mais de pessoas visionárias para seguir adiante, estas pessoas acreditam que a inovação tecnológica pode gerar valor com mais eficiência e praticidade. Boas parcerias são importantes para completar o que você não faz e é necessário focar nesta criação de valor, pessoas com novas habilidades estão focadas no Digital e que gostam de criar e inovar, portanto hoje em dia é muito importante buscar novos modelos de negócio porque as mudanças ocorrem em uma velocidade muito maior.
Estamos evoluindo para uma sociedade e indústria mais conectada, estamos aprendendo também que inteligência é a colaboração não só das pessoas mas também das máquinas, afinal o ser humano diante de milhões de dados que são produzidos hoje em dia, tem a oportunidade de transformar estes dados em inteligência, porém nós humanos não temos a capacidade de processar milhões de dados por segundo para gerar esta inteligência, então aí temos uma força de sistemas de computador que ajudam nesta etapa.
Precisamos também compreender que esta evolução tecnológica precisa ser combinada com a mentalidade das pessoas, a fim de tornar o processo mais produtivo, mais inteligente e com menos erros.
O futuro e o presente já estamos construindo, que é a sociedade super inteligente que utiliza tecnologias para obter mais eficiência e resultados, podemos inclusive resolver problemas sociais e globais com o uso de tecnologia.
A principal questão não é saber se a máquina é mais precisa e rápida do que os humanos, mas se os humanos assistidos por máquinas são mais precisos e rápidos do que os humanos sozinhos.
Estamos evoluindo da digitalização para um mundo mais autônomo simbiótico que aproveita as tecnologias e colabora de forma jamais vista para equilibrar o avanço econômico com a resolução de problemas sociais, portanto buscamos sempre não só a eficiência, mas a vitalidade, o conforto e a alta qualidade de vida.
Então, é importante você decidir se quer utilizar a indústria inteligente como uma inovação ou como um processo mais eficiente ou para acompanhar a competitividade, isso só depende do seu grau de inovação e uso de tecnologia.
Mestre em Engenharia de Produção com foco em inovação, especialista com MBA FGV em Gerenciamento de Projetos, graduado em Automação Industrial, também possui certificações em gestão e TI.
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