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Os desafios de produzir tecnologia para o público infantil

Foi-se o tempo em que tecnologia era coisa de gente grande. Hoje em dia, as crianças já nascem com um smartphone na mão e, em alguns casos, são mais antenadas nas inovações que os próprios pais. Essa situação ainda é vista com maus olhos por muita gente, que considera a tecnologia como uma vilã para o desenvolvimento das crianças. Mas precisamos entender que os novos dispositivos viraram parte da infância e podem ser utilizados para o benefício dos pequenos.

No entanto, muitos fatores precisam ser levados em conta ao criar um produto tecnológico voltado ao público infantil. O primeiro cuidado diz respeito aos princípios éticos: quando nossa audiência não está pronta para raciocinar a respeito de algumas mensagens, a responsabilidade pelo conteúdo que transmitimos aumenta.

O empreendedor que não se atenta a esse fato pode sofrer até consequências legais. Para evitar esse transtorno, a melhor solução é cercar-se de bons profissionais. Psicólogos, pedagogos e até pessoas da área jurídica podem orientar qual é a melhor forma de se comunicar com esse público sem ultrapassar nenhum limite.

Para avaliar se sua empresa está no caminho certo, é importante imaginar se os pais das crianças aprovariam o que você produz. Na verdade, o seu público não se restringe aos pequenos, mas também a família deles, já que são eles que vão financiar e supervisionar aquilo que você oferece às crianças.

Para que um jogo ou aplicativo seja aprovado pelos pais, é preciso que o produto agregue algum benefício no desenvolvimento das crianças. Assim, é interessante que toda tecnologia voltada ao público infantil seja sustentada por princípios socioeducativos.

No entanto, é natural que as crianças se interessem mais por tecnologias relacionadas a entretenimento do que produtos voltados apenas à educação. Enquanto os filhos puxarão a corda para o lado da diversão, os pais estarão do outro lado, sempre focando no aprendizado. Cabe aos empreendedores encontrar um ponto de equilíbrio nessa equação.

Unir o lazer ao ensino é possível e necessário. Dependendo do contexto, essa mistura fica até imperceptível: um app pode ser tão envolvente para a criança, que ela nem nota que também está aprendendo algumas lições importantes para sua vida.

Portanto, trabalhar com crianças como público final exige grande responsabilidade. Os desafios são enormes e qualquer erro pode trazer um grande prejuízo. Mesmo assim, o esforço vale à pena: além do retorno financeiro, a satisfação de contribuir para o futuro da sociedade é uma recompensa única.

é mãe de Gêmeas, escritora de livros infantis e criou o aplicativo Timokids, que oferece livros e jogos socioeducativos com ilustrações em 3D narrados e legendados em 3 idiomas e que estimula a interação da família.

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