Quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
Em todo começo de ano é comum as pessoas fazerem aquelas famosas promessas e listas com as resoluções do que pretendem mudar. Iniciar uma dieta, cuidar da saúde, praticar exercícios físicos, passar mais tempo com a família e os amigos, são os desejos mais citados. Em termos profissionais, o sonho não mais se restringe aos de praxe, como obter uma promoção, um aumento de salário ou mesmo trocar de emprego. Muitos gostariam mesmo é de iniciar um negócio próprio. E hoje, mais do que nunca, isso é algo possível, principalmente se for um empreendimento no mundo virtual.
Nunca se empreendeu tanto no Brasil, como temos observado nos últimos anos, e com certeza isso se deve ao grande número de jovens que vem apostando em startups ligadas às oportunidades do universo digital, mas não são somente eles. Muitos profissionais mais maduros, cansados do stress, rotina e política presentes no mundo corporativo (ou, como costumo brincar, “mundo cãoporativo”), também tem ficado atentos aos projetos ligados à web, como uma forma de criar seu próprio negócio.
A internet oferece uma gama imensa de oportunidades para quem quer empreender, como a venda de produtos (como um e-commerce para nichos de mercado, por exemplo) ou a criação de serviços dos mais variados tipos, aplicativos, games, entre várias outras possibilidades. Mas é preciso considerar alguns fatores. O principal deles é que não basta ter uma ótima ideia. Como em qualquer outro negócio, se faz necessária a elaboração de um plano de negócio, com análises de viabilidade econômica e mercadológica, verificar se há ou não concorrentes, quem seriam os fornecedores e o público-alvo, além de todas as questões legais para formalização da empresa, da mesma forma como ocorre com os empreendimentos físicos convencionais.
Um bom exemplo é o de Renato Steinberg, um dos criadores da Fashion.me, a primeira e maior rede social especializada em moda, criada em 2008, e que após nove meses no ar passou a receber, em média, 10 mil visitas por dia, somando mais de um milhão de associados. A rede foi criada a partir de uma ideia, sendo lapidada durante algum tempo e compartilhada com outras pessoas que contribuíram com sugestões. Após ser lançada, Renato acompanhou como os usuários a estavam avaliando, porque em essência são eles que dizem se a ideia é ou não boa. Também fez parcerias com empresas brasileiras e obteve capital de um fundo de investimentos internacional.
Para quem deseja apostar no segmento virtual, uma boa opção é criar uma startup – empresa iniciante da área de tecnologia, em geral ligada a produtos que sejam escalonáveis. Uma pesquisa recente realizada pela entidade “Anjos do Brasil”, voltada a fomentar o crescimento de investidores para apoiar o empreendedorismo de inovação, o número dos chamados “investidores-anjo” brasileiros cresceu 18% em 2012, passando de 5.300 para 6.300 pessoas físicas que apostam nessas novas iniciativas de negócios. O capital investido também aumentou 10%, totalizando R$ 495 milhões. Nos Estados Unidos, onde esse segmento está mais maduro, o crescimento dos investidores-anjo foi de 20%, segundo o Venture Research da Universidade de New Hampshire, compondo uma base de 265 mil pessoas dispostas a investir.
O projeto Aceleratech (http://aceleratech.com.br), que é uma aceleradora ligada à ESPM, também tem esse objetivo, de identificar startups promissoras para que recebam apoio técnico e investimentos. Atualmente são 11 startups que estão tendo esse suporte. O co-fundador do projeto, Pedro Waengertner, levou sua experiência empreendedora para essa iniciativa. Ele mesmo é investidor em algumas empresas novas, como a Zubit, empresa na área de monitoramento e métricas em mídias sociais, e o Jacomparou, portal comparador de serviços de telecomunicações, o que inclui telefonia móvel, fixa, internet e tv por assinatura.
Portanto, há muita gente voltada a dar mais do que uma mãozinha para que uma iniciativa inovadora não apenas se concretize, como também cresça e dê excelentes frutos. Quem tem perfil empreendedor, ou seja, tem paixão por determinada atividade ou área, gosta de correr certos riscos, é determinado, persistente, e acredita no seu próprio potencial, tem boas chances de mudar de vida em 2013 e ver seu sonho se tornar realidade. As oportunidades estão aí, principalmente na Web. Basta ter coragem, arregaçar as mangas e fazer acontecer.
é Sócia-diretora da Digitalents, consultora e palestrante em Marketing Digital e E-commerce. Atuou como executiva de Marketing por mais de 20 anos em grandes empresas. É bacharel em Administração de Empresas pela FEA/USP, pós-graduada pela FGV-EAESP, MBA pela Business School SP e Toronto University e cursou empreendedorismo no Babson de Boston. É professora nos cursos de MBA em Marketing Digital na ESPM e FGV, coordenadora e professora de diversos cursos sobre Marketing Digital na ESPM, entre outras instituições. Autora do livro “Estratégias de Marketing digital e E-commerce”, lançado pela Ed. Atlas em 2012.
Comentários