De 4 a 7 de novembro deste ano participei de um dos eventos mais interessantes do mercado digital
Mais de 70.000 pessoas de todo o mundo se reuniram em torno de temas de interesse comum, tais como o futuro do trabalho, a transformação digital das empresas, a internet ultra-rápida pelo 5G, a internet das coisas (IoT), os robôs em nosso cotidiano, e-commerce, privacidade e ética de uso dos dados, empreendedorismo, sustentabilidade e muito mais!
Primeiras impressões: valeu a pena?
Muito! Apesar de parte do conteúdo conter uma boa carga do bom e velho jabá, a comida ser beeeem cara e o evento ser bastante cansativo pelas distâncias entre palcos e atividades, sem contar com as verificações contínuas de segurança (ufa!), é incrível poder respirar no epicentro das novidades e tendências, além do expressivo Networking (criei inúmeras conexões e saí do Web Summit com muitos novos amigos e parceiros).
Foi incrível poder ouvir CEOs de empresas como Microsoft, Huawei, Lime, Wikipedia, Boston Dynamics, Mozilla, SamsClub, Rappi, Verizon, Tommy Hilfiger, Hanson Robotics, além de figurinhas conhecidas mundialmente como o Edward Snowden (ex-CIA, que vazou as informações sobre como eles colhiam e tratavam os dados de todos nós), Jaden Smith (filho do Will Smith), Ronaldinho Gaúcho, Tony Blair, os robôs Sophia (primeiro robô a receber cidadania, se tornando um de nós) e Spot (robô que aprendeu a realizar tarefas complexas e não fazer mal a nenhum humano), Paige VanZant (lutadora de UFC), o músico Jean-Michel Jarre e, fechando toda história, o Marcelo Rebelo de Sousa (presidas de Portugal).
Mas não se engane: é impossível acompanhar tudo o que acontece ali, ao vivo. Juro que tentei, mas desisti já no segundo dia pois algumas palestras ocorrem simultaneamente ou com horários que não permitem um deslocamento em tempo hábil de chegar pro começo delas. Mas eles resolveram isso bem a partir do seu app, onde você tem acesso à transcrição de tudo o que foi falado (através de uma aplicação de inteligência artificial que transformava em texto tudo que era falado em tempo real) e também podia ouvir as palestras enquanto me deslocava entre os pavilhões. Se tiver paciência e dedicação, você pode absorver tudo o que rolou por lá. Mas não na hora em que acontece…
Quero voltar em 2020, sem dúvida alguma. E como os caras são bons, já estão com promoção para ingressos do ano que vem em: https://websummit.com/2for1
E o que deu pra aprender de bom?
Para enriquecer ainda mais os seus conhecimentos fiz muitos stories no meu Instagram @rodrigomaruxo e lá vai dar pra você conferir com detalhes muita coisa bacana (depois me segue e dá uma conferida lá nos vídeos que gravei nos destaques “Web Summit” e “Web Summit 2”). Pra este artigo, segue um resumão:
É bonito de se ver como Portugal está fazendo a lição de casa direitinho, com seus governantes totalmente focados em transformar o país em uma referência para o futuro, criando facilidades fiscais para empreendedores virem para o país, construindo espaços para que toda essa força de trabalho inovadora e antenada possa trabalhar colaborativamente, além de oferecer conteúdo de qualidade, como aconteceu neste evento, que tem todo apoio e investimento de Portugal. Não tenho dúvida que vão colocar, cada vez mais, o país também no centro das atenções do mundo.
Sobre o conteúdo, muito do que vemos e falamos nos eventos digitais brasileiros estão condizentes com o que vi em Lisboa. Com a diferença que no Web Summit estão muitos lançadores de tendências, além de caras que já estão botando pra rodar os conceitos falados em larga escala, enquanto no Brasil temos muita dificuldade de tirar algumas ideias do palco e colocarmos pra rodar pra valer no dia a dia (as justificativas são inúmeras, tanto que caberiam num artigo só pra falarmos sobre isso…).
A sustentabilidade foi a viga mestra de todo o evento. Preocupação real com os resíduos gerados por tanta gente, utilização de materiais reciclados e recicláveis (pouquíssimo plástico e muitos acartonados), palestras que enfatizaram o tema dentro das empresas e da sociedade.
Força total para as startups: nunca vi um evento desta magnitude, com tanto espaço para empreendedores exporem suas ideias e soluções. Havia investidores, com seus crachás vermelhos, andando com interesse por stands e mais stands de jovens empresas com sede de aporte e vontade de fazerem a diferença na sociedade. Tinha de tudo: desde soluções inovadoras de pesquisa de satisfação a partir de fotos de clientes dentro de uma loja, até aplicações específicas para detecção do câncer usando um celular. E todos os dias, no palco principal, lá estavam estas empresas fazendo a apresentação dos seus negócios para um mundaréu de gente.
Experiência das marcas. Havia marcas conhecidas ali com alguns stands exclusivos para apresentação de experiências inovadoras, entretendo e formando novos brand lovers. Eu fiquei um tempão na Lush, que infelizmente anunciou sua saída do Brasil, mas segue firme, forte e cheirosa no mundo. Também foi um sucesso o stand da Tommy Hilfiger, onde além de conhecer sua aplicação de customização de roupas, você podia obter uma sacola da marca e personaliza-la através de impressão laser, criando algo totalmente único, como amam os clientes de hoje e sempre.
A segurança dos dados foi tema recorrente. Impulsionada pelas leis de proteção de dados que já ganham escala global, a ética e até questões de segurança nacional, muitas palestras sugeriram caminhos para o uso e manutenção legal dos dados dos clientes. Informação já é a maior moeda da nossa era e mantê-la segura é fundamental. Mas sim, como bem afirmou o Snowden, as empresas sabem tudo o que fazemos e não há, nem de perto, a tal privacidade. O que farão com nossas informações é o que conta.
A conexão definitiva entre tecnologia e pessoas foi sugerida aos quatro cantos. O usuário (ou cliente), colocado no centro, com seu ponto de contato digital (geralmente – e por enquanto – o seu smartphone), orquestrando a partir dali inúmeras frentes de interação e controle, do seu carro à sua casa, passando pela forma como trabalha, se relaciona, paga contas e recebe grana. As próximas gerações não saberão diferenciar o que é ou não digital: tudo estará plenamente integrado.
As mudanças na forma como vemos o trabalho, principalmente o trabalho à distância, realizado entre equipes globais (de todos os cantos do mundo), e a vinda dos robôs para as empresas, é algo bem interessante e está se tornando realidade cada vez mais. Robôs na forma de aplicações inteligentes que aprendem e tiram do nosso colo tarefas corriqueiras e operacionais no computador, até robôs físicos que executam tarefas como as de estoquistas ou agentes de segurança ou limpeza predial, entre outras. Os “cobots”, robôs que trabalham conosco, já estão virando realidade em algumas empresas como a PwC, que anunciou que todos os seus colaboradores já possuem um “personal robot” para ajudá-los.
“Automation First” é a palavra de ordem. A automação dos processos robóticos, chamada de RPA já é o segundo ponto de interesse das grandes empresas segundo estudo da KPMG. Com inteligência artificial comandando os processos e esta interconectando sistemas e pessoas, a ideia é termos empresas com custos operacionais mais baixos e ganho enorme de horas produtivas de trabalho.
Finalmente, em um esforço de futurologia a partir de tudo que vi e ouvi, podemos resumir o futuro em 3 grandes questões: ele precisará ser autônomo (cada vez mais simples e independente, reduzindo esforços pra quem usa – “não me faça pensar!”), elétrico (cada vez mais tudo fará uso de fontes energéticas limpas e renováveis) e confiável (ética e segurança de dados como palavra de ordem).
Se você leu até aqui, te agradeço pelo seu tempo e espero que tenha sido útil pra você. Para mais detalhes e outras experiências que pude viver em Lisboa, acompanha nos stories do meu insta @rodrigomaruxo. Lá também contei minha experiência visitando a LX Factory, espaço de experiências de micro-varejo de produtos e serviços. Tá imperdível!
Acumulando os papéis de palestrante, treinador, mentor, consultor e autor, tenho em todas estas frentes a mesma missão pessoal: ser útil transferindo conhecimentos sólidos que provoquem insights e evolução, inspirando empresas e pessoas a irem além, não as deixando aceitar que entreguem menos do que aquilo que podem fazer muito bem.
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