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mCommerce: onde estamos e para onde vamos?

O Cenário do eCommerce

O eCommerce no Brasil é antigo (1995) e é grande: U$41 bi de faturamento em 2014. Mas o varejo, como um todo, obviamente é ainda maior. Os desafios do eCommerce ainda são praticamente os mesmos dos primeiros anos: convencer os usuários de que a compra online é segura, mais barata e mais conveniente que a “compra offline”.

Representando menos de 2% do varejo total no Brasil, a meta é chegar aos quase 15% da Inglaterra ou pelo menos aos quase 8% dos EUA, mas nos próximos anos devemos chegar a 20% ou 30% deste total, quadruplicando o faturamento atual do setor.

Com a chegada do iPhone em 2007 e a consequente popularização dos smartphones com Android nos anos seguintes, tivemos uma nova era de atenção dada a estes dispositivos, com muitas das nossas tarefas migrando do computador para a palma da mão, em um aparelho sempre presente, social e conectado.

Em 2014, mais de 35% dos celulares vendidos no Brasil foram smartphones. No Facebook, mais de 50% dos acessos diários também já originam de seus aplicativos para dispositivos móveis. Esta sequência de dados evidencia a existência de um novo aliado na já não tão nova batalha para fazer os consumidores comprarem online.

 

O mCommerce

Este fenômeno recebeu um nome: mCommerce, abreviação de mobile commerce, ou comércio móvel, em português. Na prática, não importa se é um aplicativo ou a versão mobile do site, a pergunta que toda loja virtual deve responder é: “o seu cliente consegue, sem maiores dificuldades, realizar a compra em plataformas móveis?”.

Ainda que nem todas as lojas estejam preparadas para as vendas móveis, estima-se que, em 2014, 10% das vendas online no eCommerce brasileiro foram realizadas nos celulares. Quando perguntamos aos usuários, 26% afirmam que já compraram pelo celular, e 58% (o dobro!) pretendem comprar, segundo dados da Adyen.

Consolida-se também uma tendência de que tenhamos aplicativos instalados em nossos celulares, com a conta de usuário e os nossos dados de pagamento já pré-configurados nas lojas em que mais compramos, tornando a compra online tão prática quanto utilizar uma rede social ou a própria agenda do celular. Daí vem a importância de consolidar e passar uma imagem de segurança e confiabilidade neste cenário no qual compraremos sem sequer perceber o que estamos fazendo (e viva as compras de impulso!).

O aplicativo é particularmente vantajoso quando o cliente precisa fazer muitas compras ou escolhas regularmente. Modelos de negócio de eCommerce baseados em assinaturas (subscriptions) e lojas que tenham muito compradores heavy-users podem se beneficiar de um aplicativo que facilita o processo de encontrar os produtos que o cliente compra com frequência – como medicamentos, cosméticos e produtos de higiene pessoal – permitindo e facilitando as compras “one-click” com as informações de pagamento e histórico de compras anteriores salvos de forma segura com a loja. Tecnologias como o TouchID dos dispositivos iOS e os equivalentes na plataforma Android tornam ainda mais prática a autenticação das credenciais do usuário, sem que seja necessário digitar uma senha da forma tradicional.

Outra vantagem do uso de aplicativos para as compras online é que temos como utilizar informações fornecidas pelo hardware do celular, como a localização do consumidor na hora da compra ou ainda a câmera do telefone, o que permite apontar, por exemplo, um local conveniente para a retirada do produto, identificar quem vai fazer esta retirada ou utilizar códigos de barra para a comparação de preços.

 

Onde estamos neste processo?

De forma geral, uma boa parte das lojas virtuais brasileiras já estão adaptadas para a compra mobile, mas uma quantidade significativa de eCommerces ainda precisa terminar ou aperfeiçoar as adaptações técnicas necessárias para funcionar em todos os tamanhos de tela, sistemas operacionais e tipos de hardware diferentes – características estas que, combinadas, passam das centenas. Felizmente existem padrões seguidos pela indústria que facilitam este processo.

Mas não adianta deixar toda a responsabilidade para os lojistas, pois estes dependem também da iniciativa dos meios de pagamento em atualizarem suas plataformas para que o checkout, o momento final da efetivação da compra, também aconteça sem interrupções ou dificuldades que possam fazer o comprador desistir.

Vencendo esta etapa, os aplicativos se tornarão cada vez mais populares e, com a crescente popularização dos smartphones, as lojas ganharão o mais forte aliado nesta batalha pela representatividade das compras online desde a chegada do Paypal e do protocolo de segurança HTTPS.

 

é Diretor Comercial do Grupo WTW, administrador, professor e palestrante nas áreas de gestão, marketing, planejamento e tecnologia.

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