Sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
Quem tem um comércio físico sabe que hoje, mais do que nunca, é muito importante vender também pela internet. Os empresários observam o mercado e, ao perceber que o número de consumidores que compra em lojas virtuais cresce a cada dia, cai a ficha de que não dá mais para ficar tão longe do mercado online atualmente.
O crescimento do varejo online impulsionou a tendência do omni-channel, que nada mais é do que a junção entre a loja física e virtual, favorecendo também os novos interesses do consumidor, que cultiva hábitos multicanais e quer comprar da forma e através do canal que lhe for mais conveniente e prático no momento. Uma vez que não existem mais barreiras entre o empreendimento físico e o e-commerce, o cliente tem total liberdade para comprar pela internet após conhecer o produto pessoalmente (ou o contrário).
Os consumidores também esperam que a experiência de compra vá além do ato de comprar, ou seja, o atendimento de qualidade é cada vez mais valorizado, assim como a personalização. Os clientes buscam uma marca que consiga satisfazer suas necessidades de maneira customizada, criando uma espécie de relacionamento. Isso pode ser conquistado através da interação pelas redes sociais, pelo envio de e-mails marketing personalizados e com conteúdo exclusivo, entre outras possibilidades – e assim se constitui outra tendência da qual sua empresa não pode ficar de fora!
Os lojistas que já possuem um empreendimento físico e agora desejam expandir suas vendas para a internet estão no caminho certo: atentos às mudanças no comportamento de seus consumidores e aos avanços do mercado. Por outro lado, porém, muitos deles acreditam que uma loja online funciona praticamente da mesma forma que uma “off-line” e, por isso, acabam administrando os dois negócios da mesma forma – o que é um verdadeiro equívoco.
Para ter sucesso nos dois ambientes, é preciso, primeiramente, entender que um e-commerce e uma loja física possuem diferenças fundamentais, além de aprender a se adaptar a elas para não perder espaço no mercado.
Como exemplo, temos o fato de que, no caso do ambiente físico, os lojistas devem encontrar o melhor ponto para introduzir seu negócio, onde exista o maior fluxo possível de pessoas dispostas a comprar aquele tipo de produto ou de simplesmente “dar uma olhadinha” na vitrine e voltar em uma próxima oportunidade. No e-commerce, como já se pode imaginar, isso ocorre de maneira totalmente distinta: o fluxo de pessoas que o visitam depende das estratégias e ferramentas de marketing digital que divulgarão o negócio, atraindo consumidores. Um empresário virtual precisa estar disposto a investir em anúncios no Google e no Facebook, no envio de e-mail marketing e outras estratégias que sejam capazes de seduzir clientes até a compra.
Existe também outra diferença básica entre os dois: ao abrir um e-commerce, a marca que já conta com um empreendimento físico tem vantagem, pois está consolidada em seu mercado de atuação e é conhecida pelo público. Enquanto isso, quem entra no segmento online como único canal de vendas precisa investir em mais estratégias e ferramentas de divulgação para expandir o negócio.
Um equívoco comum entre os empresários que abrem uma loja virtual para um negócio físico já estabelecido é que, geralmente, gasta-se muito esforço em medidas que deveriam ser tidas como secundárias, principalmente nos primeiros momentos da loja, que deveriam ser dedicados a atrair clientes. Uma dessas tarefas é o cadastramento de produtos, já que o lojista quer cadastrar no e-commerce todos os produtos disponíveis na loja física – o que é um processo desgastante e inadequado para quem está começando (já falamos por aqui é importante ir aos poucos e que, em muitos casos, é melhor contar com apenas um produto (ou com poucos), principalmente quando se trata de um novo negócio).
O maior erro está em gastar energia demais. Nesse momento, o ideal é focar em outras medidas que possam ajudar no equilíbrio entre os dois negócios – mas, enfim, como você pode fazer?
O atendimento é fundamental, principalmente no e-commerce, em que falta o contato presencial, o “olho no olho”, geralmente responsável pela construção de confiança no relacionamento entre a loja e seu cliente. Uma boa forma de aumentar sua credibilidade perante os consumidores é oferecendo o maior número possível de canais de comunicação entre eles e a sua empresa – para que isso se efetive, não se esqueça de responder o mais rápido possível (evitando que os clientes procurem outro e-commerce que possa resolver suas dúvidas e solucionar qualquer problema antes).
Para quem não sabe, as estratégias omnichannel são utilizadas em comércios que possuem mais de um canal, como é o caso de uma empresa que possua uma loja virtual e uma física e queira que as duas interajam de diversas formas. Uma estratégia multicanal, por exemplo, pode ser comprar o produto pela internet, mas oferecer ao cliente a possibilidade de retirá-lo no empreendimento físico. Vale a pena oferecer aos consumidores o máximo de possibilidades, para que eles possam adaptá-las às suas preferências e também ao seu dia a dia (e sua empresa também ganhará reconhecimento por conta disso!).
Grande parte dos usuários já está adaptada ao comércio multicanal, portanto não é possível ficar de fora. Para o consumidor atual, porém, a posição de uma marca no mercado precisa ir além do multicanal, ou seja, não adianta estar presente em mais de um canal e não conhecer o consumidor – aí voltamos para a importância da comunicação e do bom atendimento.
Caso sua loja física seja grande ou tenha muitas demandas que ocupem grande parte do seu tempo, vale a pena investir em um funcionário que possa auxiliar nas atividades do e-commerce, como, por exemplo, no cadastramento de produtos. Não se esqueça, porém, de que essa pessoa precisa ser devidamente treinada para se familiar com todos os processos e as particularidades da sua loja online.
Quem administra um e-commerce sabe que existem muitas ferramentas para facilitar a rotina e auxiliar no gerenciamento de todas as operações, como o sistema de gestão empresarial (ERP), as ferramentas de marketing digital e e-mail marketing – que auxiliam na divulgação da loja -, o Google Analytics – para coletar dados sobre o tráfego e a conversão do site e alinhar novas estratégias, entre muitas outras. Vale a pena conhece-las de perto e investir em soluções que simplificarão (e muito) as atividades do dia a dia, o que é muito interessante para quem ainda tem um empreendimento físico para cuidar.
Quem pensa em criar um negócio multicanal precisa, no momento do planejamento, avaliar o futuro do projeto, principalmente quando for para escolher os sistemas de e-commerce disponíveis no mercado, pois quanto mais integrada for a gestão dos canais (físico e online), mais simples será a administração da estrutura – e maiores serão as possibilidades de sucesso.
Aproveite as particularidades de cada canal, explorando seus benefícios e trabalhando para que os dois ajam a favor de sua marca, gerando boas vendas, credibilidade no mercado e confiança para os consumidores.
é especialista em e-commerce e internet, consultor, professor, palestrante, investidor-anjo e empresário. Formado em Marketing, com especialização em Negociação e certificados em Google Adwords e Analytics. Lecionou em grandes instituições como Faculdade Impacta Tecnologia, FMU, ESPM, Universidade Buscapé e Internet Innovation, hoje seu foco principal é a consultoria de e-commerce e em seus cursos de própria autoria voltados para pessoas que querem abrir ou já possuem um e-commerce e empresários no geral que desejam se aprofundar no tema.
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