Sexta-feira, 11 de setembro de 2020
A internet mais do que nunca está desempenhando um papel vital em nosso dia a dia. A alta das compras online e o acesso intenso às redes sociais nos mostram como é poderosa essa rede que conecta pessoas. Mas alguma vez já nos questionamos como é a realidade para quem tem alguma limitação nesse mundo digital?
No Brasil, há cerca de 25 milhões de pessoas que possuem algum tipo de deficiência motora física ou sensorial. Em contrapartida, apenas 0,74% das páginas online são totalmente acessíveis, segundo estudo do Movimento Web para Todos.
A inclusão digital é um conjunto de orientações que visa ajudar todas pessoas a navegar, perceber, entender e interagir de maneira plena em qualquer site ou aplicativo, sem ajuda de outra pessoa – uma internet por todos e para todos.
Quando o assunto é usabilidade, geralmente temos o usuário da plataforma em mente: nos colocarmos no lugar dele, fazemos testes e pesquisas para o melhor entendimento das suas dores e dificuldades. Porém, é comum nos esquecermos que nem todos possuem as mesmas necessidades. Pessoas com dislexia, por exemplo, precisam de informações claras e bem categorizadas, e ouvir esse tipo de usuário é essencial para projetarmos um produto melhor para todos.
Desde 2004, um Decreto Federal (nº 5.296) já obrigava que sites dos órgãos governamentais atendessem a padrões de acessibilidade. Depois disso, a Lei de Acesso à Informação Nº 12.527, de novembro de 2011, sancionou que todos os sites e não apenas os governamentais entrassem nesses parâmetros. Já em 2015 foi criada a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, que ampliou ainda mais as diretrizes sobre o assunto.
Segundo o WCAG (Web Content Accessibility Guidelines), existem cerca de 61 regras para uma boa acessibilidade digital, alguns delas como ter um bom contraste de cor para leitura, imagens com texto descritivo anexadas, fontes com tamanhos dimensionáveis para ajuste pelo próprio usuário, texto claros e categorizados, além de, claro, botões que realmente digam o que o usuário pode realizar, fugindo do famoso “clique aqui”.
Nas redes sociais também há boas práticas como a #PraCegoVer que é usada para descrever o que de fato há em cada imagem, ajudando pessoas com baixa visão que usam aplicativos de leitura de tela.
Assim como há diversas regras e boa práticas para um design mais acessível, também há diversas vantagens em adotar tais diretrizes como por exemplo o aumento na performance e usabilidade do seu site, maior visibilidade em buscadores como o Google, diversificação do seu público e muitos outros. Ter uma plataforma para todos é muito mais que uma vantagem nos negócios: é uma das melhores maneiras para ser visto nas redes.
É muito mais fácil pensar em projetar para todos se todos estiverem no processo, por isso a pluralidade é tão importante no processo de desenvolvimento web. Somente dessa maneira poderemos entregar produtos melhores e mais inclusivos.
Fica o desafio para que nosso trabalho represente uma solução e não mais um obstáculo na rotina dos nossos usuários.
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