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Já passou da hora de abandonar o clickbait

Quando um veículo ou marca utiliza um título chamativo que apela para a curiosidade e emoções da audiência para conseguir mais acessos, o faz sob a impressão de que cliques equivalem a engajamento e, com tanta gente apontando o Marketing de Conteúdo como uma das grandes tendências de 2015, é natural que estes clickbaits pareçam ser uma boa ideia. Mas antes de sair por aí criando listas das “66 coisas espetaculares que você só vai ver e se emocionar se clicar aqui”, é importante que se entenda o propósito e as causas do clickbait para analisar seus efeitos.

O ciclo do clickbait começa com uma página que recebe verba publicitária com base na quantidade de exibições dos anúncios e serve como uma estratégia arriscada para gerar acessos sem ter que necessariamente produzir conteúdo de qualidade. A página recebe um significativo aumento na quantidade de acessos e os anunciantes, presos a esta métrica, despejam ainda mais verba nestes veículos. Isso acontece porque, ao chegar à página, o usuário já cumpriu a conversão esperada.

Se comparado a conquistar o tempo e a atenção do leitor, conseguir acessos é uma tarefa relativamente simples que necessita apenas de despertar um lapso de interesse que dure o tempo de um clique. Talvez seja exatamente por este motivo que há pelo menos duas décadas o número de acessos tenha sido o indicador de facto para avaliar alcance e influência na web. Dados da Chatbeat sobre o comportamento dos usuários apontam, contudo, que 55% dos acessos na internet duram menos de 15 segundos. Estes números melhoram um pouco para artigos, nos quais cerca de um terço dos acessos continuam abaixo destes 15 segundos.

A pressão por resultados imediatos e cada vez maiores força muitos criadores de conteúdo a buscarem atalhos e hacks para otimizar resultados e, enquanto todos os esforços por novas técnicas e abordagens são bem-vindas, chega um momento em que se torna necessário reavaliar os resultados obtidos para observar se o objetivo real foi, de fato, cumprido.

é formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e coordena hoje o Marketing das empresas do Grupo WTW.

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