Quarta-feira, 03 de junho de 2020
O que mais lhe interessa durante a entrega de um serviço: contar com um atendimento de qualidade ou se identificar com os valores que guiam a empresa que você contratou? Se sua resposta é qualidade, tudo bem. Para quem administra uma organização, no entanto, é preciso deixar claro que não há mais como separar essas duas ideias. Qualidade e valores andam juntos, começando com um ponto: a cultura organizacional.
É evidente que definir uma cultura própria está longe de ser uma tarefa fácil. Aliás, definir o que é cultura já é uma missão desafiadora. Acreditamos que, quando pensamos em algo cultural, estamos falando de um conjunto de tradições e crenças que nos guiam, formando um caminho de conhecimento e de suporte para as pessoas.
É exatamente por isso que a cultura organizacional é tão importante: mais do que serviços e máquinas, as operações são realizadas por pessoas, que precisam acreditar e participar do processo como agentes da transformação dos negócios. São elas, afinal, que tiram as ideias do papel, tornando-as reais e adaptadas ao contexto vivido pela companhia.
Não por acaso, estudos indicam que aproximadamente 90% dos executivos das principais empresas do planeta acreditam que a definição de uma cultura organizacional adequada é um passo essencial para impulsionar os resultados de suas organizações. Em contrapartida, apenas 15% dos líderes acreditam que suas estratégias são realmente eficazes para estabelecer um contato pleno com os colaboradores.
Empresas com uma cultura organizacional bem definida proporcionam ambientes criativos e colaborativos que motivam as pessoas a buscarem mais conhecimento, a fim de realizar entregas cada vez melhores, já que o fit cultural entre times e organização significa ter equipes mais engajadas e preparadas para alinhar o propósito dos projetos desenvolvidos. Por outro lado, a ausência deste alinhamento leva à desmotivação dos colaboradores e perda na qualidade das entregas.
Hoje, inovar não significa apenas implementar programas e equipamentos de nova geração. Antes disso, é preciso ampliar a mentalidade da empresa para agir como um organismo, propondo ideias e participando de modo ativo para o desenvolvimento dos serviços. Ao invés de uma postura vertical, a disseminação de uma cultura organizacional mais sólida transforma o andamento das ações em um modelo mais horizontal, com cada colaborador exercendo múltiplos papeis dentro da organização. É otimizar a cultura organizacional para a inovação das empresas.
Quando pensamos em modelos ágeis de trabalho, por exemplo, estamos propondo uma organização onde as pessoas têm consciência de suas responsabilidades independentemente de suas funções atribuídas. A cultura organizacional é isso: um conjunto de pessoas que agem de forma interdependente, carregando, simultaneamente, os objetivos e crenças da empresa e dos projetos.
De certo, não é o caso de se imitar as gigantes do Vale do Silício. Nem seria o único caminho, afinal. Mais importante do que insistir em políticas vigentes nessas companhias, no caso, é trabalhar para entender o que é cultura organizacional de verdade e qual rumo a própria organização quer ter para o futuro.
O jeito para fazer isso é abrir espaço para o que é novo. Quanto mais rico for o ecossistema de colaboração da companhia, melhor será a capacidade de inovar e propor soluções assertivas para ouvir e atrair as pessoas. É isso que deve ser proposto a cada dia. O caminho está disponível e deve ser trilhado o quanto antes. Resta saber, apenas, quem está pronto para promover a transformação dos negócios.
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