Terça-feira, 16 de julho de 2019
Com a popularização das tecnologias, a inovação virou palavra-chave para muitos países e suas empresas. Atualmente, uma das formas de inovação que estão sendo bem valorizadas são aquelas que melhoram a qualidade de vida, as Smart Cities são um exemplo disso.
O surgimento das cidades inteligentes é uma prova que otimizar a experiência das pessoas se tornou uma meta não só das empresas, mas de nações inteiras. Mas como o Brasil está lidando com essa ideia de reorganização do espaço urbano através da tecnologia e quais são as tendências que podemos esperar em relação a evolução desse tipo de cidade?
Smart Cities é um dos temas que discutiremos no Expo Fórum Digitalks 2019 com mais profundidade, mas enquanto o evento não acontece, decidimos trazer alguns insights para vocês, leitores. Conversamos com Stella Hiroki, Doutora em Cidades Inteligentes (PUC-SP) e palestrante sobre inovação urbana. Ela também será uma das speakers do Expo Fórum Digitalks neste ano.
Confira a seguir a entrevista completa e aproveite a oportunidade de saber mais sobre esse tema que é tão relevante para o nosso país:
[Digitalks] As cidades inteligentes, também chamadas de Smart Cities, fazem o uso positivo da tecnologia para transformar a qualidade de vida dos seus moradores, melhorar a sustentabilidade e ainda promover o crescimento econômico. De que maneira a tecnologia contribui para moldar o espaço urbano e criar essas cidades?
[Stella Hiroki] […] Ela permite mais eficiência, inovação e funciona como um parâmetro para verificar se o espaço urbano está organizado. É importante ressaltar o uso crítico da tecnologia para ela não se tornar um “black mirror”, uma ferramenta que devido aos interesses de quem a desenvolve, apenas garante os objetivos de um pequeno grupo e não de quem realmente precisa do acesso às cidades.
[Digitalks] Como o Brasil está lidando com a questão das cidades inteligentes? E comparando o país ao resto do mundo, o quão evoluído estamos em relação a esse tópico?
[Stella Hiroki] No Brasil, eu percebo que ainda falta uma perspectiva crítica para se divulgar o tema de Cidades Inteligentes e acaba por sempre repetir os mesmos exemplos da Europa e Ásia. O Brasil possui seis capitais consideradas internacionalmente pelo ranking IESE (Espanha) como Cidades Inteligentes: São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador e Brasília e ainda há mais cidades com projetos para se desenvolverem no conceito, como Florianópolis e Porto Alegre e também cidades de pequeno e médio porte. Através dessas cidades, o Brasil contribui para o contexto internacional como um exemplo na efetivação dos projetos através da integração Pública, Privada e Sociedade Civil, como também na prática da Economia Criativa, para desenvolver novos negócios que impulsionam a economia dessas cidades.
Para endossar a contribuição do Brasil, em uma entrevista para o meu canal, o Smart City Talks, o professor Carlo Ratti, diretor do MIT Senseable Lab, que é o maior laboratório sobre o tema, me disse que o papel do Brasil, como também dos países da América do Sul, é funcionar como uma plataforma para os projetos de Cidades Inteligentes. As chances de um projeto desenvolvido aqui ser bem sucedido em outro continente é muito maior do que se o caminho for o inverso. Acho muito pertinente esta colocação.
[Digitalks] Além da tecnologia, que outros agentes podem colaborar para o desenvolvimento das Smart Cities? E qual o papel do Cidadão e do Estado para alavancar essa evolução?
[Stella Hiroki] Na implementação de Cidades Inteligentes, vale considerar que a tecnologia é uma ferramenta, é um caminho e não um ponto de partida. Pois, a tecnologia não é neutra, há um ponto de vista na sua elaboração. Então, sempre no planejamento de um espaço inteligente deve-se perceber quem são os desenvolvedores e para quem eles estão criando aquela solução. Será que ela atende a todas as pessoas? Será que ela permite o acesso a cidade?
A tríade para a implementação de Cidades Inteligentes é a parceria entre a sociedade civil, a iniciativa pública e a iniciativa privada. Deve-se alinhar os interesses dos cidadãos, com as regulamentações e processos junto aos investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Por isso, não é apenas o papel do Cidadão e/ou do Estado, mas das três áreas trabalhando juntas.
[Digitalks] As cidades inteligentes com certeza têm o potencial de transformar de maneira positiva a vida dos seus moradores. Mas e para as empresas, você enxerga algum benefício direto com a criação das Smat Cities?
[Stella Hiroki] Na verdade, o caminho de aplicação das Cidades Inteligentes começa a partir das empresas que enxergaram nas prefeituras um potencial cliente para os seus produtos de tecnologia. As empresas que criam soluções para Smart Cities conseguem o seu retorno através do marketing do conceito, lucro por trabalhar em grande escala, desenvolvimento de pesquisa de ponta e um caminho contínuo com a inovação.
[Digitalks] Por fim, na sua palestra do Expo Digitalks você apontará as tendências sobre as cidades inteligentes. Pode compartilhar com a gente apenas algumas delas?
[Stella Hiroki] Algumas tendências sobre Cidades Inteligentes que eu pesquisei nos Estados Unidos durante o período do Festival SXSW foram:
*Bianca Borges é jornalista formada pela Universidade Anhembi Morumbi. Atua como Analista de Comunicação e Conteúdo e possui experiência nas áreas de assessoria de imprensa, jornalismo e gestão de mídias sociais. Gosta de escrever sobre diversos assuntos, mas, atualmente, seu foco é o setor digital, inovações e negócios.
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