Sexta-feira, 17 de março de 2017
Na era da transformação digital, as tecnologias estão modificando o modelo de negócio das empresas assim como os hábitos de consumo. Nesse contexto, um tema que foi bastante discutido no SXSW 2017 foi a importância da realidade virtual, aumentada e mista para o consumidor e para as organizações.
Atualmente, a maioria das pessoas vai até a loja física para comprar um produto, ou faz isso pela internet observando a foto do item com as especificações escritas no site. No ambiente online você acaba não tendo uma noção real do tamanho e do volume do produto e precisa usar a sua imaginação para ter uma ideia de como determinado vai ficar disposto na sua casa. As tecnologias imersivas tendem a facilitar esse processo permitindo que o cliente visualize a disposição de um móvel na sua sala antes de efetivar a compra ou então que veja como determinada peça de roupa ficará no seu corpo sem precisar experimentá-la.
Essa significativa melhora na experiência de compra do consumidor, além de colaborar para que ele escolha o produto mais adequado às suas necessidades, também contribui para a redução do número de trocas e devoluções nas lojas online, por exemplo.
Apesar das realidade virtual, aumentada e mista serem assuntos bastante discutidos hoje em dia, na prática, não existem tantos players produzindo conteúdo no mercado, por isso, é uma área na qual você tem muita liberdade para fazer experimentações, testar e criar novos formatos e regras. Não existe fórmula pronta.
Uma dica para as empresas e marcas é investir na parceria entre os departamentos de marketing e inovação para criar novas estratégias a partir da análise do perfil do seu público-alvo. cliente. É importante compreender que o cliente está no centro de todas as campanhas. Ele não é apenas o consumidor final do produto, é também o consumidor final do site da empresa e o usuário final da experiência em realidade virtual.
Além de coletar dados e analisar o perfil do cliente para saber qual o melhor momento e a maneira mais adequada para interagir com ele, é necessário também entender o contexto do consumidor e como ele está disposto a usar essa tecnologias imersivas. Por exemplo, em que instante ele vai querer interagir por meio da voz, quando estará inclinado a clicar em botões ou interfaces gráficas? Compilando essas informações é possível entregar um conteúdo imersivo bem mais assertivo e que, realmente, atenda às necessidades do cliente naquele momento.
Outra sugestão para aprimorar as ações publicitárias baseadas em realidade virtual é investir na produção de storytelling. Contar estórias é a base de tudo, um método pelo qual você adquire conhecimento de maneira fácil, se conecta com pessoas e fatos. No marketing, sem dúvida, é um recurso que colabora para atrair a atenção do público-alvo.
A tecnologia aponta para um mundo no qual o conteúdo torna-se mais relevante e eficaz que mensagens publicitárias, por isso, uma opção para as empresas é investir no desenvolvimento de conteúdos que não estejam relacionados com seus produtos ou serviços, mas com os valores nos quais a corporação acredita, construindo experiências imersivas sociais e conversacionais.
Quando se fala em produção de conteúdo utilizando realidade virtual, aumentada e mista, o mobile entra como um meio para democratizar o acesso à essas tecnologias. É fato que, aqui no Brasil, não são todos os celulares que têm os componentes necessários para permitir que o usuário acesse esse tipo de recurso, porém, futuramente isso tende a se modificar.
Todas as empresas de tecnologia que estão apostando em experiências imersivas possuem seus devices no mobile. Esse é o caso da Samsung que, há um tempo atrás, lançou os óculos de realidade virtual Gear VR, em parceria com a Oculos. O aparelho permite que você acople um smartphone na parte frontal do dispositivo por meio de cabo USB e use o celular para projetar a realidade virtual.
Claro que a prioridade das empresas que desenvolvem campanhas em realidade aumentada e virtual deve ser o ambiente mobile, visto que, os usuários ficam conectados 24 horas por dia aos seus smarthpohnes. Porém, como não existe apenas uma maneira de produzir experiências imersivas e a tecnologia não pára de evoluir, uma outra tendência está surgindo no mercado. Batizados de “standalones“, esses novos aparelhos de realidade virtual funcionam de forma autônoma sem a necessidade de serem acoplados a cabos e celulares.
* Bianca Borges é jornalista formada pela Universidade Anhembi Morumbi, trabalhou na Investe São Paulo com assessoria de imprensa e, hoje, atua na equipe de Conteúdo do Digitalks.
*Rodrigo Terra, Presidente da Era Transmidia, é também correspondente do Digitalks na cobertura especial do SWSX.
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