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GMIC SP 2017: “A grande tendência para o Mobile Marketing é a Ciência. AI é só um pedaço disso”

De acordo com especialistas internacionais, o Brasil está liderando a América Latina, em termos de mobile marketing, ideias e aplicativos

 

Por Gabriela Manzini*

 

12 de setembro, edição do GMIC no Brasil em 2017, prédio do World Trade Center (WTC) em São Paulo, capital. Um dia para se atualizar e entender como o Brasil tem surpreendido no que tange a empreendedorismo e mobile. Em minhas viagens pelo Brasil – através dos Meeting Digitalks –, vejo muitas localidades ainda tentando entender como fazer Mobile Marketing. A grande questão que percebo aqui é como diminuir o gap do uso das melhores e mais avançadas práticas no Mobile entre as diferentes regiões do país.

E cada vez mais a resposta que me vem é: educação, compartilhamento de conteúdo e tecnologia. Depois de encerrar a cobertura do GMIC SP 2017, mais uma palavra ficou em minha mente: ciência.

Para começar, o chinês E Hao, CEO da GWC, abriu falando de negócios e nos deixou com uma apresentação no melhor estilo Ted Talks de – nada mais, nada menos que – Stephen Hawking.

 

>> TV DIGITALKS: assista aqui a palestra e o recado do Stephen Hawking para o Brasil

 

A GWC havia na verdade gravado a mini palestra para a edição do GMIC em Beijing e, com o potencial do Mobile no Brasil, tiveram a permissão de passar a entrevista para o público brasileiro (recomendo assistir quando estiver descansado, pois vai te fazer pensar! Quem avisa amigo é…).

Aliás, inteligência artificial foi um dos principais temas abordados no GMIC SP 2017.

Um pouco mais adentro na manhã, Fabio Gandour, Chief Scientist na IBM Research Brasil, deu uma verdadeira aula sobre Inteligência Artificial na prática, ensinando algumas pessoas da plateia como o conceito se formou. Dentre seus desafios na atual posição na IBM, está “tratar da Ciência como negócio”. “É um desafio concluir isso, mas a gente está de alguma forma tendo sucesso. E é com essa estratégia que vou tentar me desviar um pouco do tema para entenderem melhor esses conceitos”, declarou Gandour, ao explicar sua substituição do colega americano cientista da IBM EUA que não pode comparecer ao evento.

>> Saiba um pouco mais sobre o tema Inteligência Artificial (AI, na sigla em inglês)

 

 

Outro tema que se destacou nas palestras foi Economia Compartilhada. Além de ser citada por E Hao, também foi comentada por Frank Tao, Country Manager no Brasil da Cheetah Mobile, que trouxe algumas tendências no que tange a Mobile Marketing na China, e que vale ficar de olho para o Brasil.

Conheça alguns destaques do evento abaixo.

 

 

Da China para o Brasil: tendências em Mobile Marketing

Segundo Frank Tao, o “que está pegando” na China hoje dentro do tema Mobile Marketing se resume ao mercado de vídeos, economia compartilhada e games, representado por Werewolf e King of Glory’s, na prioridade que se lista abaixo:

  • Short videos & Music short videos Apps: aplicativos de edição para vídeos curtos e vídeos de música curtos estão crescendo, especialmente entre o público jovem. “Veremos uma batalha iminente de apps de short vídeos ainda neste ano até ano que vem”, prevê Tao.
  • Beauty apps: logo em seguida, apps relacionados a embelezamento de fotos são os mais acessados.

Importante mencionar que ambas as tendências têm como semelhança a ligação direta com Social Media.

 

>> Entenda aqui um pouco mais sobre Social Media Marketing

 

  • Economia compartilhada: Tao falou de algumas, como compartilhamentos de baterias (power banks), por exemplo, mas destacou o setor de Bicycle Sharing como algo que está atraindo muita atenção para negócios. “Ainda não está sendo rentável, mas, assim como no passado, outros apps não eram, fica a tendência como algo a se observar”.

 

Citou as marcas Ofo (se lê “ô-ê-fô”) voltada para público mais jovem e com custo menor ($150), e a Mobike, que tem um público mais adulto, com mais poder aquisitivo e ticket médio maior. Mencionou um modelo de negócio baseado em fechamento de pacotes semanais e explicou que, quando o usuário usa o app, ele participa de um sorteio de $ 2.500.

“Essas são algumas das estratégias usadas para cativar usuários e fazer o marketing desses produtos”, disse Frank Tao, Country Manager no Brasil da Cheetah Mobile.

 

  • Jogos: vem crescendo aqueles que utilizam de live streaming, recursos de voz em jogos e experiências físicas de reunião de usuários para jogar em grupo (de oito a 15 usuários, que pagam por minuto, ou em grandes eventos em hotéis). Destacou Werewolf e King of Glory’s (jogadores de 12 a 30 anos; receita de US$ 3 bilhões com o jogo, US$ 150 milhões por dia) como os grandes movimentadores atuais desse mercado.

“Ainda há espaço para competição muito grande [sic].O ‘Anipop’ liderava por mais de um ano. Com combinação de estratégias através de jogos, eles [King of Glory’s] conseguiram superar o concorrente. Jogos estão se tornando uma imersão cultural, pois até então não tinha [tamanho apelo]”, Frank Tao sobre Gamificação.

 

Data Driven Marketing e Mobile Business

Outro tema com boas pinceladas para Mobile Marketing. O speaker internacional do Nubank, Edward Wible, co-fundador e CTO da marca, explicou como são os “Analytics Workflows” que usam dentro da empresa e como isso está relacionado à cultura de data driven e mobile business. Ele comentou que os processos analíticos chaves que usam durante à noite para transformar o negócio, se pauta no tripé: BI – Exploration & TrainingPredictions and Polices.

Já o painel da tarde com a Hands Mobile (João Carvalho), Oi (Alexandre Augusto de Castro), Positivo (Flavio Elizade), Mc Donald’s (Luis Marcelo da Costa Correia) e Artese e Advogados (Gustavo Artese) também mencionou o tema durante seu debate, partindo do princípio de que dados devem ser bem utilizados para melhorar a experiência do usuário de forma ética, a fim de entender o comportamento do cliente para tornar estratégias de marketing e mídia mais assertivas e personalizadas.

Especialistas discutem sobre Data Driven Marketing e Mobile Business no GMIC SP 2017

 

“Temos que fazer menos mass marketing, [com uma mídia] mais personalizada. Entendo ser uma nova experiência mais personalizada para o usuário. [Os dados são uma] ferramenta muito interessante. [O Mc Donal’s] tem utilizado muito e quer evoluir para produtos específicos, seja por meio de cupons ou por ‘day part’, com horários por dia. Mas sempre pensando no usuário final. Se gosto de Mc Fish, não adianta sugerir Big Mac. É usar esses dados para sugerir de uma forma mais assertiva”, explicou Luis Marcelo da Costa Correia, Digital Experience Corp. Direcor LATAM no Mc Donald’s.

 

“Tenho vários exemplos [de como podemos melhorar a experiência do usuário por meio dos dados que ele gera].Geolocalização, por exemplo. Se o usuário fez busca e comprou com alguém [um amigo]. Em trips, mostra sua viagem com aplicativo. Se tem uber ou outro aplicativo de transporte conectados, [quando ele chegar do voo,] pela localização, ele fala quanto tempo demora. Eu não monetizei com isso, é integração de bizdev. Estou prestando um serviço ao usuário. É esse tipo de uso de dados que a gente faz”, comentou , citando mais outros dois exemplos em seguidas para o bom uso de data driven marketing”, Eduardo Fleury, Country Manager da Kayak.

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Qual o futuro do Mobile Marketing e mais sobre engajamento mobile

De acordo com o painel “What to expect from the furure of mobile and apps?”, com Norberto Maraschin – VP Mobility and International Operations da Positivo Tecnologia, Bill Coutinho – CTO da Dextra, Thiago Christof – CEO da Calamar, os aplicativos tendem a se integrar com apps conversacionais e que utilizam Inteligência Artificial. “Exemplo: uber com uma experiência através de voz”, citou Bill Coutinho, CTO da Dextra.

É verdade que essas plataformas que engajam assistentes virtuais “ainda não são realidade nos lares brasileiros, mas virão, e virão muito rapidamente”, segundo mencionou Norberto Maraschin, Mobility and International Operations Vice President da Positivo Tecnologia. “As 3 grandes dessa área, Google, Amazon e Facebook, estão utilizando essas questões”, complementou.

“O negócio dos apps realmente está ficando importante. Mas como enquadrar isso no campo de mídia? […] Nós vamos apenas aceitar coisas super relevantes, que façam diferença realmente na nossa vida. A forma como vejo isso acontecendo é a Inteligência Artificial criando um alter ego, uma cópia digital nossa”, comentou Jesper Rhode Andersen, associate no Copenhagen institute.

Pensando em engajamento, tanto neste painel, quanto no debate que encerrou a sala do palco principal, ficam as seguintes dicas:

  •  Formulários em formatos de conversas;
  • Apps de Mansageria com uma camada de inteligência artificial para responder por nós algumas coisas mais básicas;
  • Apps que se integrem a algo já criado, uma função dentro de alguma plataforma como Google u Facebook, e que surja por meio de uma interface ou espécie de bot;
  • Pensar com a cabeça da nova Revoluçã 4.0 e nativos digitais, permeada pelos assistentes virtuais;
  • Pensar em produtos que o seu cliente precisa em vez de pensar em vendas (desenvolvimento pela necessidade do consumidor e considerar o customer centric sempre);
  • Multinacal: estar presente em todos os canais em que há consumidores relevantes (multicanal);
  • Repensar a maneira de se colocar publicidade dentro do app, sem excessos, para não cansar o usuário;
  • Considerar modelos de celulares mais antigos, especialmente no Brasil, aonde o poder aquisitivo é menor e os dispositivos são muito caros;
  • Conhecer sua base de usuários para criar gatilhos que os façam estar sempre com você, usando de produto e inteligência como suporte para isso.
Como engajar os usuários de apps foi um dos temas do GMIC SP 2017

 

Mais sobre o GMIC

Considerado um dos evento mais influentes de tecnologia na América do Sul, o GMIC São Paulo reuniu especialistas do mercado para falar sobre as próximas tecnologias disruptivas, tendências e as novas oportunidades de negócios.

 

*Gabriela Manzini é jornalista, trabalha com comunicação há nove anos e é especialista em Comunicação Corporativa. Atua hoje com comunicação estratégica, marketing digital e marketing de conteúdo. Em suas passagens por agências de comunicação e marketing, atendeu clientes como Microsoft, Philco, Wacom Brasil, Toshiba Brasil, Citibank, Credicard Hall, Omron, Internacional Shopping Guarulhos, e os cantores Fábio Jr. e Paula Lima. Na área corporativa, trabalhou no departamento de marketing da Shoestock e é a atual gerente de Conteúdo do Digitalks.

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