Sexta-feira, 29 de março de 2019
Apesar dos apps estarem cada vez mais presentes no nosso dia a dia, ter sucesso com essa mídia ainda é um desafio para muitas empresas e marcas. Mas como otimizar as vendas nessa plataforma e como medir a evolução das estratégias nessa mídia?
Para responder essas perguntas, Augusto Cereto Carvalho, Senior Digital Marketeer, participou do Ads&Performance, evento realizado pelo E-commerce Brasil que aconteceu essa semana em São Paulo. Atualmente, Carvalho passa pela transição do time de Digital da Vivo para a equipe da XP Investimentos.
Segundo dados da Criteo, apresentados pelo palestrante, os apps têm um poder de conversão três vezes maior que um website mobile. Enquanto o website mobile converte 3%, o desktop 8%, os apps ficam com 10%. Apesar de ter uma taxa alta de desinstalação, os aplicativos também possuem um grande potencial de conversão. Carvalho explica a razão desse número:
“No app você já tem o cliente em um momento diferente. Quando o cara tem um aplicativo instalado, normalmente, ele já é um cliente. Claro que ele ainda vai entrar no app pra fazer consulta, você não tem 100% de conversão, mas, sem dúvida, esse usuário já é um lead mais avançado”.
Para tornar suas ações nessa mídia mobile mais eficientes, o segredo é o mesmo que nas demais plataformas: analisar os dados e conhecer o comportamento de compra do seu cliente.
Os aplicativos colocam mais um degrau na jornada do consumidor para fazer a compra e, não consegue linkar todas as plataformas de uma maneira otimizada pode ser um fator prejudicial para o seu app.
Além disso, segundo Carvalho, se você se basear apenas nos dados padrão do analytics, você não vai conseguir olhar a verdadeira jornada dos clientes no aplicativo.
O Senior Digital Marketeer indicou algumas ferramentas que são bem cotadas quando se trata de analisar dados em um aplicativo. São elas:
Firebase: é uma ferramenta customizada através da qual, dentre outras coisas, você consegue fazer push notification. Você pode acoplar o Analytics ao Firebase e assim começar a traquear o seu lead e o comportamento dele no app. Diferente do Google Analytics que já tem campos específicos dos relatórios prontos, o Firebase te permite personalizar tópicos.
Pontos positivos:
Adjust, appsflyer e outras plataformas de mobile atribution: esse tipo de plataforma é responsável por fazer a conexão entre os canais de mídia.
Google Tag Manager (GTM): ele vai centralizar a configuração de todas as outras plataformas. Tem como objetivo dar autonomia para que o time de analytics desenvolva a sua coleta de dados sem influenciar nos fluxos padrões do desenvolvimento do site.
O GTM coleta os dados do Firebase e replica pra as outras ferramentas. Você pode editar as informações sem a necessidade de subir novas versões do app, e a vantagem é integrar todos os players.
Como já mencionado aqui, durante sua palestra, Augusto Cereto Carvalho, salientou que os usuários de um app já são um lead diferenciado, basta a empresa saber aproveitar esse lead da melhor maneira possível.
“O primeiro contanto com o app é a instalação, e isso já demonstra um comprometimento muito maior que só clicar em um link de mídia”, afirmou.
Partindo desse princípio, para otimizar os downloads do seu aplicativo, Cereto indica a criação de uma landing page.
“Uma dica que eu acho legal é criar uma landing page para o seu app. Assim você faz uma apresentação melhor do aplicativo para o seu cliente, ao invés de apenas mostraro app na Playstore. Você consegue fazer isso sem prejudicar a sua mídia se colocar essa landing page no formato adequado”.
Outra dica do especialista foi tentar inovar nos formatos de mídia.
“Se você fizer mídia para outras plataformas, veja com eles as opções pra você inovar e chamar a atenção do usuário”.
O deep link ou deferred deep link também são recursos interessantes para aumentar a qualidade da experiência do usuário. No caso do exemplo abaixo, a imagem mostra um botão com a palavra “OPEN” que pode direcionar o usuário para o conteúdo, mesmo se o usuário ainda não possuir o app instalado. O link vai direcionar o usuário primeiro para a loja de downloads (caso ele ainda não tenha o app instalado) e depois levará o usuário para aquele conteúdo específico do link que ele clicou. Caso o cliente já possua o app no seu smatphone, o link o levará direto para o conteúdo que ele estava procurando.
De acordo com Carvalho, essa estratégia tem efeitos positivos porque você está aproximando o usuário da etapa de conversão.
A manutenção é outro momento de aquisição de clientes. Por isso alguns passos precisam ser seguidos. Veja a seguir:
O reengajamento se dá para aqueles usuários que baixaram seu app mas não usam muito ou para quem acabou desinstalando.
Um dos motivos de desinstalação citados por Carvalho foi o excesso de push notifications.
“Se você exagerar, o usuário vai desinstalar o app. A gente tem que respeitar mais o usuário, o momento dele.”
Aqui o Senior Digital Marketeer deu o exemplo do Nubank que usa os pushs para melhorar a experiência do usuário, apenas avisando o necessário a ele, como por exemplo: quando a fatura fechou, quando ela vence e enviando a confirmação que recebeu o pagamento.
O especialista também indicou algumas ações para reengajar seus usuários:
Às vezes quando você precisa mostrar performance de um aplicativo, por exemplo, você fica insistindo para que o seu cliente entre no app e faça tudo por lá, mas oferecer um site ou outra opção de compra pode ser mais interessante.
“Isso é pensar omnichannel e não pensar apenas nos resultados e metas de um canal só, mas analisar a jornada do cliente”, salientou Carvalho.
Outro ponto relevante destacado pelo especialista foi o fato dos profissionais analisarem ferramentas que só mostram conversões de last click que podem proporcionar uma visão distorcida. “Com isso, você pode cortar um investimento em um canal de mídia que está gerando vendas em outros canais e aí acabar perdendo vendas” explicou o palestrante.
No final da palestra Carvalho destacou algumas “closing notes” para ter sucesso na área dos aplicativos mobile:
*Bianca Borges é jornalista formada pela Universidade Anhembi Morumbi. Analista de Conteúdo no Digitalks, também tem experiência nas áreas de assessoria de imprensa e gestão de mídias sociais. Gosta de escrever sobre diversos assuntos mas, atualmente, seu foco é o Marketing Digital.
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