Terça-feira, 24 de dezembro de 2019
O avanço de novas tecnologias, a popularização da internet e a transformação digital fizeram nascer inúmeras tendências para o marketing, tornando-o mais criativo, colaborativo e com atenção máxima ao cliente. A última pesquisa da Deloitte, intitulada Global Marketing Trends 2020, aponta que o fator humano será responsável por influenciar diversos aspectos da área.
Na opinião do especialista em branding, D.J. Castro, CEO da Nexia Branding e que vem analisando e mapeando há sete anos as tendências de mercado, para 2020, as marcas precisarão alinhar diversas tendências e, principalmente, analisar quais serão viáveis ao seu setor. “Deixar seu propósito claro para os consumidores, utilizar a experiência do usuário para influenciar os processos, usar a tecnologia para acompanhar as mudanças rápidas do mercado, utilizar metodologias ágeis e conquistar a confiança dos consumidores são tendências que precisam estar nas metas dos gestores”, informa.
De acordo com o especialista, uma forma de os líderes e gestores se manterem atualizados para tomadas de decisões certeiras é sempre estarem atentos a assuntos que de alguma forma impactam seu cliente final. “Esse público é o coração do sucesso das empresas, o consumo é o comportamento da marca, ou seja, a empresa precisa ser clara, objetiva e de forma que toque o coração dos seus clientes, afinal, o que seriam das empresas sem o consumidor?”, aponta.
Castro listou e fez uma análise crítica sobre as seis principais tendências do marketing para os próximos anos:
É uma estratégia de conteúdo entre canais que as organizações usam para melhorar a experiência do usuário. Aperfeiçoamento na integração de ferramentas faz parte do Omnichannel, que já vem fazendo diferença para grandes marcas, como a Renner. A possibilidade de entrosar ferramentas resultou numa experiência muito dinâmica, que tem o efeito de manter o cliente conectado a sua marca, por meio de uma relação que é não mais somente a de comprar um produto. Com o Omnichannel as marcas irão saber quando o cliente tiver qualquer contato com ela, seja por meio da loja online ou física, pois a ferramenta une o offline ao virtual.
Contudo, podemos considerar isso um “sonho”, é uma tendência que ainda está longe, e será encarada como novidade nos próximos dez anos, pois envolve diversas questões técnicas, culturais, de legislação e processos internos da empresa. Mas, com o surgimento de novos recursos e ferramentas, o Omnichannel continuará na lista das tendências e não há dúvida que o caminho para os próximos períodos será por aí.
Dentre as muitas ferramentas que poderão ser altamente empregadas como tendência para 2020, está a Realidade Virtual ou Aumentada. A possibilidade de conhecer com mais detalhes os recursos e os vários aspectos de um produto tende a ser muito utilizada à medida que as pessoas vão se familiarizando com as vendas online.
O problema de uma pessoa não sentir confiança em adquirir um produto por não poder senti-lo de alguma maneira tende a ser minimizado. Com a disseminação desse tipo de compra e os aperfeiçoamentos que estão certamente a caminho, muitos apostam que a Realidade Aumentada ou Virtual vem com tudo no próximo ano para agregar mais força ao e-commerce.
Hoje em dia as marcas querem personalizar experiências e as pessoas querem tê-las, ou seja, trocas consentidas, consentimento entre marca e consumidor. Quando me refiro a oferecer uma experiência interessante para o cliente, boa parte da ideia passa por desenvolver uma relação que dê a ele a noção de que tudo aquilo com que se depara foi feito para satisfazer seus anseios.
Mais do que nunca os consumidores estão em busca de transparência, ou seja, eles querem saber quais são os objetivos e propósito da marca. De acordo com a pesquisa, Global Marketing Trends 2020, as empresas que mais contribuem com as comunidades ao seu redor e que estimulam o desenvolvimento dos seus colaboradores estão alcançando mais resultados positivos.
O público está cada vez mais exigente, porém muitas tecnologias inibem as interações humanas, construindo, assim, comportamentos isolados e automatizados. Com isso, a experiência humana em relação às marcas se torna mais ausente, gerando uma deficiência de conexão a longo prazo entre marca e cliente. Então, posso afirmar que a tecnologia deixará as marcas ativas e em visibilidade, porém, depender apenas dela pode afetar a fidelização dos clientes. Vale ficar atento a esta questão. Uma dica é líderes e gestores investirem na empatia para a humanização da marca e conexão com seus consumidores.
As marcas buscam cada vez mais criar conteúdos que “amarram” seus clientes e isso é algo que já vem acontecendo com frequência. E assim entra o marketing de ciclo de vida, com desenvolvimento, introdução, crescimento, maturidade e declínio gerando venda relacional e não transacional.
“Todos os anos, novas soluções e novidades são apresentadas para melhorar a relação entre marca e cliente. Porém precisamos ficar atentos se realmente são tendências e se essas tendências são viáveis ao negócio. Uma dica aos líderes e gestores de marcas é abrir e aprimorar o seu olhar para compreender como levar essas informações citadas para a sua atuação profissional, gerando assim o sucesso das empresas”, conclui D.J. Castro.
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