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A publicidade está virando propaganda

Por *E-commerce Brasil

Se você está usando campanhas de publicidade, para atingir o seu consumidor você pode estar no caminho errado. A publicidade está virando propaganda e quanto mais as pessoas usarem as ideias que você cria, melhor. Esta é a mensagem de Eco Moliterno, Chief Creative Officer da Accenture Interactive, que abriu o Congresso E-Commerce Brasil de Inteligência Competitiva na última terça-feira, dia 23 de maio, no Hotel Unique.

Para Eco, o mercado está passando por uma ressignificação da publicidade. “Estamos passando pela mudança da nossa visão de mundo, principalmente para os comunicadores. Se a gente não prestar atenção, a gente para de falar a linguagem do nosso cliente”, disse Eco.

Eco ressalta que o jeito que a gente se relaciona também mudou. “A imagem (selfie) está matando a escrita (o blackberry morreu). Ou as pessoas tiram foto ou elas falam. Como as empresas estão se adaptando a isso?”, reflete.

Para entender melhor essas mudanças, Eco pontuou cinco palavras que estão perdendo o sentido:

 

1. Publicidade

Hoje em dia você não está mais refém de formatos em meios de comunicação para atingir as pessoas, hoje faz muito mais sentido “propagar” as coisas. Além disso, sempre que você tem uma história, as pessoas lembram melhor que os fatos (Case Garoto Bombril). Estamos numa linha do tempo passamos pelo Retailing para o Merchandising, Advertising, Adverainment e a partir disso a história ganha mais peso que a marca inaugurando a fase do Branded Content, depois a Product Placement (Bola do Wilson no Náufrago e cueca Calvin Klein no De Volta para o Futuro) e por fim o Entertainment (caso dos Transformers da Hasbro da Chevrolet).

 

2. Consumidor

Chamá-los de consumidor é subestimá-los. Todos são influenciadores e co-criadores. Abra espaço para que eles participem ativamente das suas criações. Hoje você disseminar o conteúdo original, porque as pessoas estão cada vez mais “broadcasters”, com suas próprias versões dos fatos. O KPI mais importante é o Share, porque ele é espontâneo. Se o seu amigo te manda uma recomendação você olha com outros olhos. Por isso, propaganda é igual comida: quanto mais orgânica melhor. “As ideias têm que ser igual as casas no AirbnB quanto mais as outras pessoas usarem, melhor”.

 

3. Campanha

Mais do que nunca, em vez de fazer campanhas, as marcas têm que fazer companhia (o tempo todo). Se antes a propaganda na TV tinha peso muito forte e adaptava-se esse conteúdo para outros meios (rádio, outdoors, etc) e só depois colocava no digital, hoje o celular é o controle remoto, é o protagonista e tudo será customizável. Se o celular não for o centro de qualquer estratégia você já está para trás, pois você está perdendo a oportunidade de estar nos micromomentos do seu consumidor. Você precisa aproveitar esses micromomentos e pensar sobre o Mobile too (celular como coadjuvante), o Mobile First (quando a propaganda é pensada primeiro para os dispositivos móveis) e o Mobile Only (conteúdos que nem funcionam em outro gadget que não seja o smartphone). Case : leitura de livros dentro do Facebook (Itaú).

 

4. Informática/ eletrônico

Hoje todo mundo é digital. Digitais não são equipamentos, digitais são os nossos comportamentos. Daqui a pouco a palavra “conectar” vai perder o sentido, porque estaremos conectados o tempo todo.

 

5. Interativo

A palavra “interativo” vai evoluir para “imersivo”. As telas estão cada vez maiores, mas em devices cada vez menores. Da TV para o notebook, do notebook para o smartphone, do smartphone para o óculos de realidade aumentada e as lentes (Black Mirror).

 

*Texto publicado originalmente no site do E-commerce Brasil

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